quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

FUNKEIRO MORRE EM CONFRONTO COM PM EM ACARI

Oito anos depois da morte de MC Betinho, do Grupo de Funk Força do Rap, esta é a manchete de jornal que ainda deixa indignada D. Aparecida,sua mãe.
Na verdade, como se diz na favela: O papo reto, a verdade verdadeira dos é que MC Betinho foi covardemente assassinado por pms do 9º BPM, desarmado,sentado no sofa de uma moradora,esperando terminar operação policial. Betinho,não só detestava armas,como era conhecido como apasiguador de brigas entre os amigos e vizinhos, como mediodor dos conflitos internos que por vezes ocorria dentro do própiro grupo.
MC Betinho foi assassinado em 17 de Dezembro de 2001,em Acari.
Ontem dia 30 de Dezembro, se fosse vivo, Betinho faria 31 anos.
A indignação de D. Aparecida é mesma de milhares de mães de favela do Rio que teve seus filho assassinado por policiais e crime registrado na delegacia como auto-de-resistência e, com isso o jovem enterrado como bandido.
2009 foi um grande ano para o Funk e 2010 tem perspecitva de ser ainda melhor.
O Movimento Funk é Cultura trouxe de novo o funk para a frente do cenario da cultura do Rio, surgiu a APAFUNK e muitos pioneiros do funk que fizeram sucesso nos Anos 90 foram resgatados do ostracismo, e hoje voltam a fazer merecido sucesso.
A principal luta da APAFUNK dentre outras, é discriminalisação do funk. Com certesa uma boa oportunidade de descriminalisar os funkeiros, enquanto artístas de periferia e favela, vivos e mortos, em em risco de serem presos ou morrer como bandido, como aconteceu com MC Betinho, há 8 anos atrás.
Dentre os amigos e admiradores de Betinho em Acari,dentre os quais eu me inclúo, é cada vez maior a crença de que ele foi executado por vingança, ou replesália dos policiais, em virtude da Forçado Rap ter participado ativamente dos protestos contra a morte do Pequeno Maicon, ocorrida em Abril de 1996,e ter boicotado um comício politico partidário do ex-governador Antony Garotinho.
Cremos que, a intenção dos pms do 9º BPM á época era "quebrar" o primeiro integrante da Força do Rap que lhes caisse nas mãos. Por azar de Betinho e de suas familia e nós seus amigos.
Quando Betinho foi assassinado estava desenvolvendo um promissor projeto social com crinças e pré-adolescentes em Acari. Ensinava composição e insentivava o surgimento dos primeiros bondes.
Foi Betinho que trouxe ainda o primeiro projeto de inclusão digital pra dento da favela.
Hoje, dentro da favela, diversos oportunistas tentam roubar de Betinho o merito de ser o pioneiro em dar ao funk, ao menos no Complexo de Acari, de dar ao funk o caráter de resistencia e função apregoados nas letras de músicado Grupo Força do Rap,e de outros funkeiros cariocas.
Logo após a morte de MC Betinho, grandes vampíros do funk como Romúlo Costa e DJ Malboro, prometeram mundos e fundos á familia do artísta. Na epoca a Força do Rap fazia sucesso por todo o Brasil, no rádio e na tv, chegou a vender quase 13o mil discos.
Atualmente o grupo faz apresentações eventuais aqui e alí, muitos dos sesu antigos fãs ainda acreditam que o grupo acabou e se surpreendem e se emocionam quando descobrem que o grupo ainda existe. E ficam perplexos quando sabem que, apesar de todo o sucesso que o grupo fez,seus integrantes sobrevivem de ser motorista de onibus, guardador de carro, biscateiro...
Neste 2010, a principal missão do Movimento Funk É Cultura, pelo menos no Complexo de Acari é: Tirar do ostrecismo a figura de MC Betinho, dar á D. Aparecida,sua mãe e a sua familia a triste alegria de ver e memória de seus filho recuparada como grande artísta que foi,e não de um bandido morto em confronto com a policia.
E sobretudo colocar Betinho, no presente e no futuro, no lugar de destaque, não só no mundifunk,mas na MPB como maravilhoso compositor e poeta, adoravel criatura humana que sempre foi.
Dia 14 de Março de 2010 deve acontecer não só a homenagem a Betinho,com a todas ás mães de favela e periferia que, não lutampor justiça nos casos de seus filhos como também pela resgate da imagen deles,mortos e enterrados como bandidos.

quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

SEM VOCÊ AINDA SOMOS A ESPERA, COM VOCÊ SOMOS A ESPERANAÇA!



á Pâmella Passos

Sem você, ainda somos flor, com você somos o jardim,
Sem você ainda somos arvore, com você somos a floresta,

Sem você ainda somos glóbulo, com você somos o sangue,
Sem você ainda somos gota, com você somos o oceano.

Sem você ainda somos trigo, com você somos o pão partilhado
nos fazendo companheiros e companheiras,
Sem você ainda somos uva, com você somos vinho que nos nutre, nos fortalece, nos purifica e amplia nossa lucides e faz transparente nossa amizade.

Sem você, ainda somos a espera, com você somos a esperança,
Sem você, ainda somos lágrima, com você somos o choro de alegria.

Sem você, ainda somos dedos, com você somos nossas mãos dadas.
Sem você, ainda somos pessoas, com você somos a humanidade.

Sem você, ainda somos o afeto, com você somos a ternura revolucionária guevariana.
Sem você ainda somos pulso sem algema, com você somos a liberdade conquistada.

Sem você, ainda somos negra, com você somos a mãe África e a diáspora que se faz libertação,
Sem você ainda somos mulher, com você somos todas as criaturas humanas para além dos sexos, para além dos gêneros...
que nos livramos do cativeiro do machismo, do sexismo, que nos oprime, nos desumaniza nos faz escravo do poder patriarcal.

Sem você ainda somos calma, com você somos a Paz que a humanidade tanta precisa,

Sem você, um homem ainda é um homem, com você um homem é uma criatura nova que, nutrido pelo seu amor, se faz um ser gentil, um homem simplesmente homem, não-macho, não sexista, não dominador.

Sem você um homem ainda é um homem, com você um homem é amante, amigo, irmão, sempre contigo... nunca a sua frente, nunca a suas costas, nunca ao seu lado... mas sim sempre com você.

Sem você um homem um homem ainda é um homem, pouco mais que uma pessoa solitária, com você um homem é todo amante, companheiro terno, carinhoso, generoso... cumplice cotidiano e perene do seu eu mulher em constante libertação.


Rio, 30 de Dezembro de 2009
aniversário de Pâmella Passos
e Betinho da Força do Rap

Deley de Acari

SEM VOCÊ AINDA SOMOS ESPERA, COM VOCÊ SOMOS A ESPERANÇA!



á Pâmella Passos

Sem você, ainda somos flor, com você somos o jardim,
Sem você ainda somos arvore, com você somos a floresta,

Sem você ainda somos glóbulo, com você somos o sangue,
Sem você ainda somos gota, com você somos o oceano.

Sem você ainda somos trigo, com você somos o pão partilhado
nos fazendo companheiros e companheiras,
Sem você ainda somos uva, com você somos vinho que nos nutre, nos fortalece, nos purifica e amplia nossa lucides e faz transparente nossa amizade.

Sem você, ainda somos a espera, com você somos a esperança,
Sem você, ainda somos lágrima, com você somos o choro de alegria.

Sem você, ainda somos dedos, com você somos nossas mãos dadas.
Sem você, ainda somos pessoas, com você somos a humanidade.

Sem você, ainda somos o afeto, com você somos a ternura revolucionária guevariana.
Sem você ainda somos pulso sem algema, com você somos a liberdade conquistada.

Sem você, ainda somos negra, com você somos a mãe África e a diáspora que se faz libertação,
Sem você ainda somos mulher, com você somos todas as criaturas humanas para além dos sexos, para além dos gêneros...
que nos livramos do cativeiro do machismo, do sexismo, que nos oprime, nos desumaniza nos faz escravo do poder patriarcal.

Sem você ainda somos calma, com você somos a Paz que a humanidade tanta precisa,

Sem você, um homem ainda é um homem, com você um homem é uma criatura nova que, nutrido pelo seu amor, se faz um ser gentil, um homem simplesmente homem, não-macho, não sexista, não dominador.

Sem você um homem ainda é um homem, com você um homem é amante, amigo, irmão, sempre contigo... nunca a sua frente, nunca a suas costas, nunca ao seu lado... mas sim sempre com você.

Sem você um homem um homem ainda é um homem, pouco mais que uma pessoa solitária, com você um homem é todo amante, companheiro terno, carinhoso, generoso... cumplice cotidiano e perene do seu eu mulher em constante libertação.


Rio, 30 de Dezembro de 2009
aniversário de Pâmella Passos
e Betinho da Força do Rap

Deley de Acari

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

DE ROSA... E BRICANDO COM BONECAS!


para meus amigos e amigas que me zoaram e zoam desde que passei
a usar quase todo dia uma camisa rosa.

Os meus robs, além de escrever e ler, era ir ao teatro e ao cinema,
antes da militancia favelada e "os direitos humanos" tomar os meus
tempos que eu sempre reservava pra meus "ÓCIOS DO OFÍCIO".
A penultima vez que que consegui quebrar essa lógica que cada vez
mais me "irraciona" e me desensibilisa, foi pra ver Cidade de Deus,
com Wesley,no Norte Shoping.
Vimos o filme, comemos pipoca com Coca-Cola...
Mas ver Cidade de Deus com um militante acabou sendo
mais um trabalho
que um lazer.
Na verdade, então, faz pelo menos uns 15 anos que não vou
ao cinema ou ao teatro, por lazer e por prazer... Fazia...
No final do ano passado fui ver Dristrito 09 com Danny.
Convidei com aquele convidar de que sabe que a/o convida/o
não vai aceitar... mas ela aceitou...
Pra ocasião especial, pra convidada não só especial,
como singular,roupa especial...
nem tanto a roupa, mas que tal uma camisa?
Não sei porque achei que ela gostava de rosa,
comprei uma camisa rosa
e com ela fomos ao cinema... no Shoping antes de entrar,
passamos numa loja de roupas femininas e
mostrei pra Danny umas peça rosas...
Ela me disse que não gosta de cor rosa...
Nunca vou perguntar pra ela se gosta de preto e branco...
sou vascaino... melhor ficar na ignorança mesmo...
Danny, minha camisa rosa e eu vimos o filme comendo pipoca...
Lindo e estranho filme e...
Uma linda amizade, uma afeição e um carinho especial e
tão singular quanto ela...
Ver um filme militante com uma amiga recem-conhecida e
recem conquistada, mandona, maternal ranziza e terna
feito uma preta velha disfarçada de nutricionista
fez desse momento pra mim um momento de lazer, ócio,
deliciamento como á uns 15 anos não tinha.
Hoje de manhã acordei ouvindo musica tradicional latina,
pús a camisa rosa que sempre ponho quando acho que
vou encontar com Danny, mesmo que ela não goste,
fui na banca de jornal... comprei jornal e uma revista
de artesanato que ensina a fazer bonecas de pano.
Sempre quis aprender tricô e macramê, mas nunca aprendi...
Agora quero aprender fazer bonecas de pano, quero aprender
a levar a sério fazer teatrinho de bonecas de pano.
Sei que vou passar 2010 todo sendo sacaneado por meus amigos
e amigos por causa das minhas camisas rosas... isso:vou comprar
mais tres, de tons diferentes, e por estar brincando de bonecas...
Não qualquer boneca.. bonecas negras,verdade!
Que se danem!...
Que importa só é: Ter amigos e principalmente amigas especiais
e singulares com Danny que, pode até não gostar das minhas camisas
rosas, mas jamais vai me sacanear por brincar de fazer bonecas
de pano e até capaz de brincar comigo.
Pra geralzão:

ACHÉ, AMOR LIVRE E LUTA!

DESCULPE EU NÃO SER DANZEL WASHIGNTON!


Tenho velho amigo que tem uma filha que
considero como uma sobrinha-de-consideração,
tem uns 33 anos.
Ela tem uma amiga colega de trabalho,engenheira, 28 anos
negra feminista militante independente.
Há uns seis meses a moça conheceu meus poemas,
mandou uns e-mails pra mim, queria me conhecer,
decorou quase todos... me escreveu uma vez dizendo
lía "ouvindo" a voz do dublador
de Denzel Washington... como se Denzel os declama-se
ao pé de sua orelha. Principalmente o pró-feministas
e eróticos.
Nunca havia conhecido um homen negro tão bonito por dentro,
tão interessante... se voce é bonito assim por dentro...
imagine por fora!...
Soube por minha sobrinha-prima que ela perguntou
se eu parecia com Denzel, já que ele e eu temos
mesma idade, ou melhor, ele é mais velho que eu
quase tres meses.
Minha sobrinha-de-consideração disse a ele que
quando me conhecesse teria uma surpresa...
Mas não lhe disse se seria boa ou má... mas que
a surpresa seria grande...
Fui passar o Natal na casa da minha tía na Zona Oeste
e marquei de nos conhecer em num barzinho em Sepetiba...
Não tinha a intenção de... ir pra um motel por exemplo...
se é isso, que pensaram... nem levar a diante qualquer coisa
que uma bela amizade... Até porque meu coração e
minha mente estão meio que broqueados pela paixão
que estou curtindo por outra mulher negra, tão linda,
tão sensivel, quanto ela,e mais ou menos da idade dela.
Mesmo que ela não saiba dessa paixão, é certo que não sabe e,...
mas se souber também não faz diferença já que não
tenho nenhuma chance com ela... a distancia entre nós
é a mesma que existe entre um sapo e uma Oxum
se banhando num Rio...
As mulheres negras feministas buscam e sonham
hoje mais com Tche Guevaras negros e breads longos
e não com velhos crioulos de favela rudes e ignorantes
como eu...
Tenho uns cento e poucos amigas e amigos no orkut
conheço alguns, gostaria de conviver mais, almoçar
ao menos uma ves por mes com cada um deles e delas.
Não tenho idéia de quantos seguidores hoje tem
meu blog... gostaria de conhecer os que não conheço,
viver mais com eles e com os que conheço.
Bem... a amiga da minha prima de consideração mandou fotos suas,
pediu fotos minhas, não mandei
não por não querer, mas por não saber fazer essas coisas
no computador: até hoje não consegui adicionar uma foto,
nem no blog, nem no orkut...
Mandei o endreço do meu blog pra ela, e do orkut
só assim ela veria mais textos e minhas fotos...
Passei o dia 24 na Casa do país do Abel do Cavaco
com ele Adriana, Gíulinha e a familia dele,linda familias
alías.
Dia 25 fui direto pra Sepetiba encontrar a moça,
marquei as 10h da manhã, a "´ideia" era bater
um papo, conhece-la melhor e convida-la pra
almoçar com minha, literalmente, grande familia.
Esperei até uma 11;30h e ela não apareceu.
Fui pra casa da minha tía, dei uma passada
numa Lan Hause pra checar e-mails e tinha
um recadinho dela: desculpe, meus pais chegaram
de Belô e fui com eles pra Araruama.
Almocei com minha familia, bincamos e nos divertimos
são no total 68 filhos, sobrinhos, nestos, bisnetos, noras...
sob as asas de uma matriarca de 87 anos, minha tía
Mariquinha.
No meio do almoço, saí pra comprar cerveja com
dois primos e apriveitei pra passar na casa da
Sobrinha-Prima de Consideração pra tomar
uma caipirinha que só ela sabe fazer.
Aproveitei pra lamentar que a nossa amiga
em comum não pudesse estar conosco...
-Ela até ir vir, mas acho que se decepcionou
quando viu suas fotos no blog... Ela me disse
que voce não parece nem um pouco com o
Denzel Washigton... aí preferiu passear com os pais.
Talvez nos encotremos na passagem de ano...
vou almoçar com minha sobrinha de consideração
dia 01 de janeiro...
Pra mim vai ser engraçado conhece-la,
talvez se decepcione ao ouvir minha voz
e descobrir que além de não parecer
bem um pouco com denzel, minha voz
não parece nem um pouco com a voz
do dublador de Denzel...
Nem principe negro, nem sapo com voz
de principe... só mesmo a alma de principe
com voz de sapo, com corpo de sapo sarará...
baxinho, barrigudinho, desdentado, nem
preto nem branco, mais pra água de batata...
Nadica de nada á ver com negãozão da hora: Denzel.
Espero que pelo menos ela esteja numa de
ouvir meu pedido de desculpas de uma culpa
que eu não tenho culpa...
Querida, Desculpa, se eu não sou Denzel
Washington!
Então vamos almoçar, comer o pernil-na-cachaça
que minha prima-de-consideração faz
que de melhor qualidade e depois quem sabe,
pra relaxar, assistir "O Ultimo Rei da Escócia"
com Forrest Whitaker...
Que isso que é negão bonito em todos
os sentidos... da alma, da pele, do sangue,
do amor, da ternura, do ser negão de verdade.
E eu amo ele de muitão!
E, não há quem não o ame, no que
o conheça, mesmo que em filme.

sábado, 26 de dezembro de 2009

2010, QUE OS FAVELÓLOGOS NÃO LUZEM MAIS QUE AS MÃES CORAGEM!

Em homenagem a D. Aparecida, MC Betinho e Pâmella Passos.

No Inverno de 1987 foi realizado em Petropolis o3º Encontro Nacional de Poetas e Ficcionistas Negros.
Dos 57 participantes, a maioria, 29, eram de mulheres negras, poetas e ficcionistas.
Profissão de necessidade: mais de 90/º eramos funcionários públicos.
Dentre todos, o unico poeta e escritor negro favelado: eu.
Na verdade havia uma mulher negra, escritora favela que em momento algum deixou de estar presente no nosso encontro, se bem que nas falas e nos debates... nas reflexões de todas todos participantes do Encontro: Carolina Maria de Jesus, escritora negra favelada de Sampa, felecida 10 nos antes, 1977.
Passados 23 anos daquele histórico encontro, não registros de poetas e escritoras negras faveladas no Coletivo de Poetas e Ficionistas Negros Brasileiros, 32 anos depois da morte da Carolina de Jesus e, no limiar das comemorações do 60 anos de lançamento do seu primeiro livro: Quarto de Despejo.
As mulheres negras de uma maneira geral, e as das favela e da roça, em especial, são hábeis historiadoras e memorialistas de seu povo.
Carolina de Jesus e Geni Guimarães são provas disso. Geni tá bem vivinha aí entre a gente pra falar melhor que eu. Ambas viveram a expeeriencia de serem mulheres, meninas negras na roça, e na cidade. E souberam, e sabem como poucas, por no papel, escrever em verso e prosa escrita, arte literária escrita. arte negra.
Em 1987, não havia muitas mulhers negras de favela e da periferia nas Universidades, há que lá estavam cursavam, a maioria, comunicação, letras, história...
Hoje, mulheres negras de favela e periferia, e até da roça, são em bem maior numero nas universidades, pelos menos nas publicas, que eu conheço. Claro, sem bem em menor numero que deveriam. As que lá conseguiram chegar, com a 22 anos passados, estão em grande numero, cursando as mesmas cadeiras. Porque, ou por que? nunca sei, sobre esses quês... Saem da universidade, a maioria imensa, como professoras, pesquisadoras, ongueiras, em bem pouco, como poetas e escritoras? Históriadoras da historia de seu povo afrodescendente... mais, das mulheres que afrodecendentes, personagens importantes na historia da Diápora Africana nas Americas?
Durante a ocupação do movimento estudantil, na uerj, conheci em conversei com algumas estudantes de letras, ficamos de marcar um tricô pra conversarmos sobre isso. Agulhas, linhas e vontade não faltaram. Faltou tempo, e prioridade para deixar vir a lúme a palavra linguagem poetica escrita e oral, não só das mulheres negras da favela e da periferia que estão nas faculdades, e das que estão na písta.
Em 2010, em um ano histórico pras mulheres negras de favela e periferia:
60 do lançamento do livro Quarto de Despejo, da Carolina de Jesus, 180 anos de nascimento do poeta, jornalista e advogado Luis Gama, filho de Luiza Main, africana-brasileira revolucionaria de umas seis revoluções populares no Séc. 19 e 20 na morte dos filhos das Mães de Acari.
Ao contrário do que se possa pensar, há pelos menos tres mulheres negras de favela e periferia prontas á por a lume, as trágicas historias de suas vidas, mais que historia de tragédias pessoais. historias da vida coletiva do povo negro da favela e da periferia. A historia de vida de D. Penha, mãe do pequeno Maicon, D. Maria Aparecida, mãe do MC Betinho, da Força do Rap e de Marilene Lima, estão lá em suas gavetas, em cadernos amarelados e folhas de papel oficio amarrotadas, prontas, não a virar objetos de estudos e pesquisas de favelologos de plantão, mas diários, crônicas, poesias e ensáios de próprio punho e própria voz delas mesmas.
Voces devem estar se pergutando porque Pamella Passos esta sendo homenageada neste texto.
Tudo bem, eu digo, mas não digo tudo agora... só digo que: Pamella Passos e MC Betinho da Força do Rap fazem aniversário, dia 30 de Dezembro, Pamella, não sei quantos anos... MC Betinho, faria 31 anos, se não tivesse sido assassinado covardemente por policiais do 09º BPM em 17 de Dezembro de 2001, 13 dias antes de fazer 23 anos. MC Betinho é filho de D. Aparecida, ávida e desesperada pra contar a verdadeira história de seu filho, que ficou para historia das paginas policiais, como um bandido morto em confronto, em auto-de-resistência...
Não sastifeitos? Pamella Passos é mulher negra, historiadora, ensina história para jovens da periferia.
As vidas de D. Penha, D. Aparecida e de Pamella se enlaçam: MC Betinho foi morto pelos pms em replesália ao apoio que a Força do Rap deu a familia Maicon quando o pequeno foi morto.
Na verdade, a vida de Pamella só se enlaçará com a dessas mulheres, se ela se quiser enlaçada.
Mais aí como é isso... só na continuação deste texto. na proxima postagem... claro, antes do dia 30 de Dezembro. Qua dia de homenagem mesmo de aniversário e no dia mesmo.

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

2010, QUE O FAVELOLOGOS NÃO RELUZAM MAIS QUE AS MÃES DE MAIO!

2010,QUE OS NÃO APAREÇAM, NEM RELUSAM MAIS QUE AS MÃES DE MAIO! 1ª PARTE



Nada melhor que o Natal para olharmos como será 2010, ou pelo menos, podemos fazer dele o ano que queremos ou, deixar que façam dele o querem pra gente, o melhor pra eles, o pior pra gente.
Seja como for 2010, será um ano em que as mães brasileiras terão um destaque especial, o que servirão pra dar destaque, prestígio e dinheiro, mais ainda, do que já deram a muitos favelologos com diz uma da minhas gurus, Juliana Farias.
Há um densa agenda sendo organizada pra 2010 tendo mães de favela e periferia como protagonistas, ou, segundo algumas intenções, coadijuvantes, de pelos menos, uns trinta í dez eventos.
Natal... porque lembrei do Natal?
O que mais me deixava "ligado" e aterrorizava no radio-teatro da vida de cristo da rádio nacional, nos anos 60, era quando os soldados romanos procuravam a familia sagrada pra matar o bebe jesus.
Ficava mais ligado ainda quando maria convencia josé a fugirem com o bebe parao Egito.
Outro momento "chocante" pra mim era quando maria e mais duas mulheres retiram o corpo de eu filho da cruz.
Tanto na fuga para o egito, quanto no ato de tirar o corpo do filho da cruz maria deu provas de ser uma mulher bastante corajosa para os padrões das mulheres palestinas da época.
O ato de tirar o corpo de um crussificado do madeiro era punido com açoites ou mesmo com a crussificação pelos romanos. Maria correu esse risco pra dar eu seu filho, condenado e executado como criminoso, um enterro digno.
1.970 anos depois, por mais que o protestantismo e o neopentecostais façam hoje, não conseguiram apagar da historia a importância de maria como uma mãe que, com as "armas" que possuia, enfrentou o poder patriarcal romano,e dos seus lacáios judeus.
Santa, ou mulher comum cuja memória sobreviveu aos tempos com exemplo de mulher que enfrentou os mais poderosos de sua época em defesa de seus filho, neste Natal, Maria deve servir de exemplo, pra mães que neste 2010, vão estar fazendo deste ano, um marco histórico na luta do povo contra a violência do estado.
E que não deixem que o favelologos apareçam mais que elas.
AVE MARIA, ROGAR POR NÓS,E NOS PROTEJA DOS FAVELOLOGOS, DO ESTADO E DOS...

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

VELHO BRANCO E RICO É TIO SUKITA, VELHO PRETO E POBRE, É VELHO SAFADO



Mano Gustavo,



Há um livro sendo muito lido por aí: Homens Fazem Sexo, Mulheres Fazem Amor.
Desconfio muito destes livros best seller.
Mas no mundo hoje é senso comum, mais que generalisante: Só as mulheres fazem amor e todos os homens só fazem sexo.

Como se não há, e nunca houve, nem haverá, dentre todos "esses" homens que só fazem sexo, homens que como todas as mulheres, fazem amor enquanto fazem sexo!

E mais, homens que, com o passar do tempo, aprendem e gostam de fazer mais amor que sexo. Quem aprenderam e gostam de fazer amor mais que sexo e que fazer amor mais que sexo, é, entre uma meia hora de um ato sexual e outro, haver uma hora de afeição, carinho não fisico, cumplicidade intima sem toque fisico com a parceira do fazer amor.

há muitos jovens que aprendem fazer amor, mais que sexo, ainda jovem, isso depende muito do quanto eles ainda reproduzem do machismo que interiorizaram durante a vida.Quanto menos machista, não só na teoria, mas principalmente na pratica, no viver cotidiano com homens e mulheres, mais, seja jovem, de meia idade ou seja velho, de se fazer amor, mais que fazer sexo, mais parceiro fazer amor, que de fazer sexo com uma mulher. Sexo se faz, com penis, vagina, ânus, boca.Quando só se faz sexo, húmus vaginal, esperma, suor, mucosas tem gosto de secreção e carne. Quando se faz amor, húmus vaginal, esperma, suor, mucosas, tem sabor de alma, da alma com se faz amor.


Quase sempre por trás de uma discriminção pessoal esta uma discriminação politica.

Militantes da minha faixa de idade são uma ínfima minoria no movimeno social de esquerda.
Velhos militantes pobres,favelados como eu, só um ou outro.

99/° da militancia do movimento social de esquerda são de classe média e jovem, a maioria, mulheres, jovens!

Todos nós militantes passamos a maior parte do nosso tempo na militancia, não profissional ou profissional, convivendo com militantes, curtindo o lazer com militantes...
é natural que façamos amigos comuns, ou mesmo o melhor amigo ou amigo dentre os militantes que convivemos e, nossas relações amorosas surjam também dentre a militancia.

Dentre a militancia de esquerda hoje, é mais comum se "ficar" que se namorar ou namoridar. No "ficar" importa mais a atração e o tesão e, atração e tesão importa mais a belesa fisica e a juventude do que a "cabeça" de quem se quer ficar.

As compas do movimento social de esquerda, depois de muitas decepções com compas machistas, velhos lobos caçadores de indefesas lebres, aprenderam,em legitima defesa, escolherem com quem ficam, por alguns meses, por um, dois dias!

É pura ilusão de nossa parte acreditar que somos nós que escolhemos, são elas que nos escolhem. Melhor assim para defesa dela.

Como há um senso comum, uma generalização que homens mais velhos, militantes ou não, são irremediavelmente machistas, ou como dizia lélia gonzales... machistas leninistas, todo militante que já entrou na faixa dos "enta" é um pontencial velho babão, um Tio Sukita, se for de classe média, o rico, ou simplesmente um velho safado, se for pobre e favelado.
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quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

a policia não pode combater o crime.

A POLICIA NÃO PODE COMBATER O CRIME,
ESTA MUITO OCUPADA COMETENDO-OS!
eduardo galeano, no livro dos abraços.

SEMENTES DO MAL, FUTUROS TRAFICANTES

SÃO SEMENTES DO MAL, FUTUROS TRAFICANTES DE ACARI.

Grito de um jovem policial civil da DECOD apontando o fuzil para uma grupo de cerca de 20 crianças com não mais de 10 anos a mais velha, durante uma operação policial em Acri

CULTURA É FAVELA, FAVELA É CULTURA


Debate realizado no Festival Fala Favela, na UFF dia 19 de Novembro de 2009

Quero agradecer a oportunidade de participar dessa mesa.É uma das poucas oportunidades que tenho tido de me expor como poeta e animador cultural.
Ultimamente, e esse ultimamente tem sido quase sempre tenho sido visto e lembrado como lider comunitário e militante de direitos humanos.
Isso tem eclicisado meu todo de artista como um pequeno meteorito que entre o sol e a terra faz deseparecer o sol.
Quero registrar que um dos maiores estimulos pra compor esta mesa também é a oportunidade de poder falar um pouco das grandes contribuições que cientistas sociais como o geografo demétrio magnoli, a antropologa yvone maggie e o jornalista ali kamel tem da dado ao povo da favela com suas recentes teses sobre raça, cotas pra negros. Etc.
Como o próprio professor demétrio "descobre" em seu livro uma só gota de sangue, as raças começaram a ser inventadas há cerca de 200 anos.
O interesse do professor por essa questão, segundo ele mesmo, começou quando foi matricular sua filha numa creche subsidiada pelo governo federal e teve que declarar a raça da menina.
E ele respondeu raça humana. Garante ele que não foi por represalia ou ironia, mas porque não exite raça mesmo, ou por que a raça é uma invenção, uma construção cientifica nada cientifica.



Com as melhores das intenções possiveis de sua parte, o professor magnoli, usou do poder cientifico legitmado a ele pela academia para decretar que não existe raça pra defender o direito de sua filha branca de classe média alta a estudar numa escola pública de qualidade, e bem sucedido, vem pondo este mesmo poder que lhe confere seus conhecimentos, suas verdades cientificas, pra desiventado as raças, desiventar a raça negra, e não existindo a raça negra, desqulificar a exitencia de cotas para negros nas universidades, empregos publicos, etc e manter os previlegios que os brancos sempre tiveram nestas áreas.

Mas o objetivo principal dessa mesma não é discutir a questão das cotas, mas sim a cultura da favela.

Mas sitar a contribuição destes notaveis cientistas neoracistas é importante pra que o favelado e o negro de uma formal geral entendamos porque somos, ou melhor, porque estamos negros há tanto tempo assim, o quanto estar negro tem sido positivo e negativo, e que por mais paradoxal que possa parecer, só temos a ganhar em deixarmos de estarmos negros.

Os brancos inventaram a raça em proveito próprio, inventaram ciencias como a antropologia para legitimar sua escravisação sobre outros povos não brancos. Ao inventar as outras raças, automaicamente inventou a si mesmo, como branco, e sua raça branca. Como inventor inventou-a como raça superior, não por si mesmo, ou por uma verdade cientifica, mas garantir direito natural e divino de escravisação, exploração e expropriação, por parte de uma elite branca.




Não fomos nós os não brancos que inventamos as raças, não somos nós que estamos desiventando as raças. Durante seculos os brancos ganharam com sua invenção, agora, que, há nem duas dezenas de anos, nós não brancos, em particular negros, começamos a gostar da bricandeira e a descubrir que podemos recuparar tudo que nos foi roubado, fisica, cultural, filodofica, bla,bla, e a ganhar com ela, os brancos resolvem, usando do mesmo poder legitimado por suas ciencias, acabar com a brincadeira.
"Essa minha rabequinhaÉ meus pés e minhas mãosÉ meu roçado me mioMinha pranta de feijãoMinha criação de gadoMinha safra de algodão."

Quando forrei minha mãeA lua saiu mais cedoPra clarear o caminhoDe quem deixava o degredo"
Só que os brancos podem inventar quantas ciencias quiser pra legitimar seus previlegios de classe e de raça. Pode desiventar cientificamente as raças, nossa raça negra, inclusive. Mas nenhuma ciencia humana, falsaou verdadeira vai conseguir inventar ou desinventar um povo, os povos.Para os negros da diáspora espalhados pelo mundo, hoje é mais facil, cientificamente provar que pertence a um dos milhares de povos africanos, do que de uma raça.Foi mais facil pra mim provar que sou de origem benguela, uma das nações tradicionais do que hoje é angola, que ser negro.Pra nos situar no brasil, os afro-descedentes do maranhão podem provar suas origens, majoritariamente gege, um povo africano tão diferente do yorubá ou do benguela, como um catalão é de um germanico.
Se eu fosse hoje reivindicar cotas para negros e branco pobres de um pré-vestibular comunitário da favela do reconcavo baiano por exemplo, incluiria nas minhas reivindicações o direito as cotas para os yorubanos, fons, que vivem do outro lado do atlantico, numa pais inventado pelos europeus, chamado nigeria.Quando o povo judeu exige reparações do branco pelo holocauto, pelo massacre de milhões de judeus, não o exige, para uma pessoa ou uma familia judia, mas pra um povo todo.Reconhecer esse direito ao povo judeu é dizer ao povo judeu e aos povos ocidentais que isso significa também nos auto-rconheicmento de que temos nossos direitos a reparações por 500 anos de trabalho escravo em todos os setores das vida.Inclusive o de cultura.
Eu defendo que, antes do ingles e do frances, se deveria ensinar nas escolas publicas, o latim, o yorubá e o kimbundo.O portugues falado no brasil tem muito mais palavras de origem quimbundo, que estrangeirismos. É só consultar as contribuições de linguistas academicos e de militantes como o compositor, poeta e escritor nei lopes, só pra sitar um que eu me lembro agora.
Falamos no nosso dia á dia, nas favelas, muito mais palavras de origem dos povos africanos dos quais somos descendentes, que de povos europeus. Quem pensa que abajur é frances? enquanto o quimbundo se espalhou por toda lingua portuguesa o yorubá ficou cristalizado nos terreiros de candomblé, isso possibilitou que fosse mais facil se fazer dicionários de yorubá portugueses. hoje um brasileiro, negro ou não que aprendeu ytorubá num terreiro tredicional da baia, poe exemplo, pode, com certa facilidade conversar com um nigeriano, se precisar saber ingles.
Porque que insisto nessa questão da lingua? porque a lingua é um veiculo da cultura e da memoria, e da identidade muito pra além da raça ou da cor, de um povo.



Não quero que o favelado deixe de se reconhecer e se oergulhar de ser negro, mas que se reconheça e se orgulhe de não só ser descedente, mas de orgulhar de ser um kimbundo, ou um kioko, ou um lundo no brasil.

Sobre tudo se orgulhar de que, se não fosse os conhecimentos e as habilidades de seu povo de origem sobre agricultura, metalurgia, medicina tradicional, explorados na escravidão, o mundo de hoje, não estaria no estágio tecnologico de hoje.Mas não quero isso só pra nos orgulhar de um passado, apesar de escravo, rico e venturoso. Mas pra ter a conciencia de que o mundo tem o que tem hoje, é principalmente por causa dos connhecimentos e do trabalho de milhões de africanos, e que temos não só o direito de reivindicar os frutos des 500 anos de trabalho escravo.Podem o professor demetrio magnoli, a professora yvone maggie ou o jornalista ali kamel desinventar a raça negra pra desqulificar as cotas para negros na universidade. A cota, é importante, devemos lutar por elas, por questões mais politicas, filosoficas do que raça.

Mas as cotas nas universidades, no serviço publico, é muito pouco, quase nada. Não devemos lutar mais só pelas cotas, eles podem nos devolve-la pra calar nossas bocas, não queremos mais só as cotas, queremos toda a universidade, todo o serviço publico.Tio Candeia, num dos dias ele parava seu maverique verde á sombra de uma amendoeira na rua piracambu dentro da favela de acari perguntou pra mim e pro carlinhos saci, filho adotivo do solano trindade, se a gente tinha entendido bem a letra do samba axé. Sua maior preocupação é se e gente tinha entendido os versos cante um samba na universidade e verá que seu filho será um principe de verdade.segundo ele, uma das principais inspirações para compor o aché foi ter conhecido as universisdades yorubás na nigeria.
Cantar um samba na universide pra tio candeia, era, muito mais que fazer uma fora de samba lá, ou o samba ser pesquisado lá, mas a uinersidade ser uma terreiro de samba.
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Só que os brancos podem inventar quantaS ciencias quiser pra legitimar seus previlegios de classe e de raça. Pode desiventar cientificamente as raças, nossa raça negra, inclusive. Mas nenhuma ciencia humana, falsaou verdadeira vai conseguir inventar ou desinventar um povo, os povos.Para os negros da diáspora espalhados pelo mundo, hoje é mais facil, cientificamente provar que pertence a um dos milhares de povos africanos, do que de uma raça.Foi mais facil pra mim provar que sou de origem benguela, uma das nações tradicionais do que hoje é angola, que ser negro.Pra nos situar no brasil, os afro-descedentes do maranhão podem provar suas origens, majoritariamente gege, um povo africano tão diferente do yorubá ou do benguela, como um catalão é de um germanico.Se eu fosse hoje reivindicar cotas para negros e branco pobres de um pré-vestibular comunitário da favela do reconcavo baiano por exemplo, incluiria nas minhas reivindicações o direito as cotas para os yorubanos, fons, que vivem do outro lado do atlantico, numa pais inventado pelos europeus, chamado nigeria.Quando o povo judeu exige reparações do branco pelo holocauto, pelo massacre de milhões de judeus, não o exige, para uma pessoa ou uma familia judia, mas pra um povo todo.

Reconhecer esse direito ao povo judeu é dizer ao povo judeu e aos povos ocidentais que isso significa também nos auto-rconheicmento de que temos nossos direitos a reparações por 500 anos de trabalho escravo em todos os setores das vida.Inclusive o de cultura.
Durante a escravidão além do trabalho braçal muitos escravos faziam o trabalho intelectual. Se bem que nas sociedades africanas essa divisão praticamente não existiam.





Quem forja o ferro forja a palavra, é um provérbio africano que diz bem da importância intelectual que os ferreiros que vieram trabalhar na minas e na fundiçãodemetais preciosos como o ouro.
Há informações de escravos tocando em bandas e orquestrais de camaras nos teatros mineiros do século 18. Há evidencias que as obras de aleijadinho foram não sóesculpidas por ele, mas também por escravos escultores a seu serviço.

Acho que é legal falar de cultura da favela, mais acho mais legal ainda falar de culturas de uma mesma favela, é acari por exemplo, uma favela de cerca de 45 mil moradores, convivem harmonicamente, mas quase sem se tocar cultura reggae do maranhão, forró tradicional pop, cultura banto no samba e uma nova entre aspas cultura negra que esta surgindo no caminho da rota colização entre as culturas afriticanas e a judaico cristans neopentecostais.
Quem passa pelas ruas das favela num sábado a noite na frente de igrejas neopentecoctas pode ouvir o som das mãos pesadas bantendo forte nos pandeiros toques de oxum, nana e de obaluaie enquanto cantam louvores.

E não podemos deixar de registrar que cada uma das mais de mil favelas tem sua cultura própria, diferente. De acordo com a maior ou menor influencia que do exodu de cada região brasileira.

Seja qual for quantas foram as diversas culturas numa favela, ou de favela pra favela
Há duas coisas em comum entre todas, são de matriz africana e são culturas de povos escravisados.

Culturas que por incrível que pareça durante a escravidão não tinha valor de mercado que seus criadores tinham como escravos.
Talvez esteja errado,errando por falta de informações históricas, mas foi só como ser humano liberto da escravidão que nós afrodescendentes passamos a ter nossas artes e nossas culturas transformadas em produtos vendidas como mercadoria.

Não deveria ser nenhuma suprersa o fato da cultura negraurbana tem uma ligaçao tão próxima com a tecnologia, afinal, o primeiro som gravado por uma maquina de som foi um lundu, gravado acho que em 1918, por uma casa comercial.
Interessante que muitos escravos conseguiram comprar sua alforria e de sua família com
sua arte, sobreviveram dela até fim da vida sem nunca ser empregado, trabalhador livre, assalariado de patrão. É o caso, não único, mas exemplar de fabião das queimadas,que nasceu escravo no rio grande do norte em 1848, vendendo grãos de uma pequeno pedaço de terra,couro de boi e bode,comprou uma rabeca, e tocando e cantando nos sitinhos e fazendas para comprar sua liberdade,de sua mãe,de uma sobrinha com a qualse casal e depois de livre cointinuo tocando e cantando pra criar e sustentar 15 filhos até morrer de tétano em 1928.


Acho que dá pra esticar uma linha do tempo desde o primeiro lundu gravado passando pelos sambas e outras manifestações culturais musicais afrodescendentes até o funk hoje em dia.

O funk, como todas as manifestações culturais de origem africana, ainda é um canto livre em boca escravisada. E como tal, mesmo quando és ó diversão é arte, é resistência,porque arte negra cantada por boca escrava. Que com os dentes e a ponta de língua rasga a mordaça mesmo que seja só pra cantar putaria.


Sair da favela pra cantar putaria na universidade quando todos esperam belas letras protestando contra a violência e clamando por paz e união, pode não ser revolucionário, nem agradar aos sizudos xenófobos defensores do funk de raiz, mas poder ser um ato de resistência, não propriamente, a academia, mas aosque se julgam com o poder cientifico
De dizer o que é ou não é funk,samba, reggae de verdade.

Um maluco chamado nitchie disse certa vez que só acreditava num deus que dançasse.
Se ele conhecesse as deusas e deuses africanos que vieram pra cá nas cabeças e nos corações dos africanos teria dito com certesa: só acredito num deus que dance e copúla, que copúla como quem dança, e que dança como quem copúla.







Talvez ele ainda numa 2º feiras psicografe isso atravéz dum médium num centro espírita qualquer,depois de que como espírito livre qué hoje ter baquiado pelos bailes funk, do rio, o reggae dançado coladinho em são Luiz, pelo ensaio do ilê aíe na baia,
E uma festa de kuduro em Luanda. Ou quem sabe numa língua estranha mesmo dessas que saem das boca de uma negona enquanto ela toca igexá num pandeiro num templo de igreja num canto da favela.

deley

DENÚNCIA CONTRA CÁRCERE PRIVADO

CENTRO SOCIAL FUTURO FELIZ

REG: 221741- CNPJ: 08.610/0001-42
Do: Centro Social Futuro Feliz
Para: Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, Rede de Comunidades e Movimentos Contra Violência e Ong JUSTIÇA GLOBAL
DECLARAÇÃO
Sede: Rua Enora nº 45 Beco da Felicidade c-5 CEP 21 235-400
Através deste, o Centro Social Futuro Feliz, neste ato representado pelo seu Vice-Presidente, Vanderley da Cunha, declara que a jovem Vanessa Ribeiro de Almeida, nascida em 14/12/1990, Doc. De Identidade nº 25 763-931-0 participa das atividades de nossa entidade, a cerca de 01 ano, afirmamos que a mesma não toma parte de nenhuma atividade ilícita, o que desabone sua idoneidade, nesta comunidade.

A presente declaração se faz necessária,em primeiro lugar, em virtude da mesma, no dia 12 de Novembro de 2009, ter ficado detida em poder de policiais do 09º BPM, desde ás 08:00h da manhã até cerca de 19:00h, sofrendo cárcere privado, tortura psicologica, ofensas morais e constrangimento ilegal, e depois liberta sem que nada se provasse contra ela.

Em segundo lugar pelo fato de segundo, declarações da própria, os policiais que a prenderam, a ameaçaram de prende-la, novamente e submete-la aos mesmos abusos cometidos durante, a prisão aqui relatada, e em decorrência disso, ela tema por sua segurança e integridade fisica, como também de seus familiares.

Aproveitamos para pedir, que o mais urgente possivel, as mesma, seja ouvida pela Comissão de Direitos Humanos da ALERJ e Ong JUSTIÇA GLOBAL para que sejam tomadas as devidas providências para que tais fatos não se repitam.

Sem mais para o momento, estamos ao inteiro dispor pra outros esclarecimentos e aguardamos Vossa resposta.

Vanderley da Cunha
Vice-Presidente do
Centro Social Futuro Feliz