Então véio
Mano Leo:
Melôbizô!
Tú é tá nosso presidente pra isso mesmo, né não?Pode até ter igual, mas melhor? Negado!Na nossa luta, o igual que tá sempre vai ser melhorque o outro igual que fosse entrar... time que tá ganhandonão se mexe, muito menos, no professô!Procedimento correto até aqui, e vai continuar sendo!Fazer a Roda de Funk no Santa Marta foi uma conquista não só pra gente que somos favelados, a gente do Santa, da Rocinha, do Acari... mas se não acontecesse, se continuasse proibida, frustração e a bolação seria só da gente, se a gente fizesse na marra talvez um samango qualquer subisse o morro, desse um pipoco, todo mundo corria, alguem se machucasse, e ninguem no asfalto ficava sabendo,ou talvez a gente fizesse na marra, alguem molhava a mão de alguem, a roda rolava numa boa e o comando do bpm só ficasse sabendo na 2ª feira, mas aí já teria rolado, mas aí todo mundo tava com filme queimado, e aú no morro, funk nem em batizado.
Tô botando um texto maior no meu blog sobre isso tudo inclusive sobre a materia na revista Época. Mas, de momento, quero fazer uns "assuntamentos" pra gente assuntar junto, geral:Primeiro que tudo, véio, já sentei também, na frente de gente da área de segurança pública como a capitã pricila e o novo comandante do 2ª BPM. Gentis, humildes, sinceras, acreditando no que estavam fazendo, como o certo pra comunidade onde estavam ocupando. Sai da reunião com elas, com a impressão de que tava falando com a pessoas certas no cargo errado.Tipo o Zacone e o Delegado Marcus Vinicius, que trabalho no Mandato do Freixo. Que sabe o certo seria uma secretaria de cultura, de ação social, de educação. Mas, já que elas estavam alí certas, no lugar errado, sorte a nossa, se fosse gente errada no lugar certo pra eles que é na pm do rio.No rolar a bola pra frente a gente não pode esquecer de algumas coisas:pode rolar mil e umas rodas e bailes, no santa,em outras favelas mas, por mais que as capitãs pricilas da vida sejam gentis e liberem nossas atividades, a secretaria de segurança pública continua sendo o lugar errado pra se tratar de cultura, de arte, como são as artes e as culturas funk.
Quando muito, pessoas como a capitã pricila, pode ser mais uma pessoa, de peso dentro do governo, pra constar isso, e dizer pra cúpula do governo.Só mais uma: o exito que a roda de funk vai ter no santa, pode servir até de leme pra novas pra que as autoridades encontrem outros mecanismos, junto com a comunidade, pra atividades culturais lá e, mesmo em outras favelas depois da ocupação policial. Mas qualquer que seja o mecanismo que venha a ser encontrado, não pode estar no "campo" da segurança pública, senão vai continuar errado!Uma roda de funk, de samba, de rock, de forro, numa favela ocupada pela policianão pode servir só ela de leme, será um leme de uma casquinha de ovo navegando num mar revolto, a gente precisa de outros instrumentos de navegação: bussola, barometro, gps, astrolábios e astrolábias, holofotes e... botes salva-vidas, sempre pode fazer falta.Não foram nós, voces profissionais do funk, e amigos do funk, culpados pela violencia e o trafico chegarem ao nível que chegaram.
Fica muito parecido assim com essa coisa de dengue: o estado não faz a parte dele, e faz campanha tentando convencer a gente de que se não tirarmos água do prato de uma sambambainha a gente que é culpada da epidemia de toda cidade.Mas como a gente quer mesmo é cantar, tocar, dançar, se divertir e sobreviver da profissão de funkeiro, a gente vai mesmo cumprir nossa parte, se o leme, mas não todos os sistemas de navegação.Talvez a gente esteja até colaborando pra que, antes, durante, depois, ou sem ocupação, sejam encontrandos novos instrumentos de se tratar de formas corretas atividades culturais nas favelas, como caso de cultura, não de policia.Com relação a povo de santa, acho que tá valendo a força que a apafunk tá dando lá, pra precisamos que eles se liguem que a força da apafunk são o povo dos morros como eles. a gente já deve subir o morro, no dia 26 com ficha de inscrição de socio, agenda de quenião de diretoria ampliada, de assembléia geral ordinaria, nem seja só pra tratar de assuntos gerais e xapadais.Com relação a menorzada do DPQ: tô ligado nela, desde o pan 2007... quando meteram a cara subindo o morros da tijuca que seriam ocupados durante o evento.Por essa menorzada, e pelo povo geral do "asfalto" que tá chegando junto, é que não devemos, ficar frustrados, bolados, mas conformados com mais uma proibição aqui, outra liberaçãozinha ali.
Aquele povo todo que tava lá no santa marta, é que não é de favela, como a gente do babilonia, do acari, da rocinha que estavamos lá, tem o direito de subir e descer o morro quando quizer, não só pra participar de projetos, pra participar e participar de protestos, chorar com a gente o genocidio de nossos parentes. Tem todo o direito de subir o morro sóbrios e descer bebados, subir o morro caidos e descer o morro pra cima depois de se divertirem a noite inteira num samba, num funk, num forro... dar um baque, visitar os amigos do morro só de boresta, e descer o morro com torrões de bolo caido gracê pelas beiras do guardanapo, e o celular cheio de fotinhas da festa,pra levar pra mãe que ficou em casa preocupada. Nossa luta, nossa vitoria verdedeira, só será mesmo quando conquistarmos a liberdade da favela pra gente, mas também pra toda gente que não sendo da favela.
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