quarta-feira, 23 de setembro de 2009

DESIGUAIS PERENTE A LEI


Raça é o grupo populacional que se distingue no interior da espécie por características que variam abruptamente, ou seja, sem formas intermediárias. Na natureza, as raças se formam, geralmente, em decorrência do isolamento geográfico de populações. A Genética provou que a espécie humana não se divide em raças.
As características das populações humanas – como a cor da pele – não variam de modo abrupto, mas gradativo. As migrações humanas, que começaram há 100 mil anos, evitaram o isolamento geográfico de populações e a configuração de raças. Sérgio Danilo Pena, pesquisador que participou do projeto Genoma Humano, explicou: “Eu, que sou branco, sou geneticamente tão diferente de uma outra pessoa branca quanto de um negro africano. Se eu tiver acesso às ‘impressões digitais’ do DNA de dez europeus, dez africanos, dez ameríndios e dez chineses, não vou saber quem é de qual grupo. Todo mundo é diferente!”
As “raças humanas” foram inventadas pelo racismo. O racismo “científico” desenvolveu-se no século XIX, oferecendo solução para o problema (que não existia antes do Iluminismo) de justificar a escravidão e a opressão colonial num mundo impregnado pela noção da igualdade natural entre os seres humanos. A fraude científica do racismo permitia conciliar a idéia de que “todos nascem livres e iguais” com a convicção da inferioridade intelectual de negros, ameríndios ou amarelos.
A luta pelos direitos civis nos Estados Unidos baseou-se na afirmação da igualdade política. Luther King sonhava com o dia em que as pessoas fossem julgadas “pelo seu caráter e não pela cor da sua pele”. Mas, depois de derrotada a discriminação oficial, aquele movimento se desviou para o caminho da Ação Afirmativa, que renega o sonho de Luther King e substitui a meta da conquista de serviços públicos de qualidade para todos por privilégios seletivos baseados no critério da cor da pele.
No Brasil, a Ação Afirmativa está prestes a ganhar o estatuto de política de Estado. Uma lei em tramitação vai assegurar cotas para negros na administração pública, nas universidades, no marketing e em outros setores. O princípio implícito que sustenta a política de cotas é o da divisão da humanidade em raças. A sua dinâmica é a da negação da igualdade política dos cidadãos, que é o fundamento da república e da democracia. O seu discurso legitimador organiza-se em torno da radicalização metafísica da noção de culpa coletiva.
Segundo esse discurso, as cotas destinam-se a reparar as injustiças cometidas pelos brancos contra os negros através do instituto da escravidão. Assim, brancos e negros são definidos em bases raciais e os representantes atuais da “raça branca” devem expiar a culpa de seus ancestrais de “raça”. A noção de culpa coletiva serviu, no passado, para justificar a opressão imposta a sociedades derrotadas em guerra. Mas sequer os vencedores das guerras chegaram a sugerir que a “culpa” dos derrotados pudesse se transferir para as gerações futuras. Por isso, a imposição de reparações sempre foi limitada a períodos curtos de tempo.
No Brasil, a política de cotas une negros e brancos, esquerda e direita. Os movimentos negros parecem satisfeitos com benesses para uma pequena parcela da classe média negra. Porto Alegre do PT e a Bahia de ACM, pioneiros das cotas, mostram o caminho: conceder empregos públicos ou vagas nas universidades para um punhado de negros custa pouco e faz barulho. A política de cotas destina-se a adiar para um futuro incerto os investimentos maciços em saúde, educação e emprego que interessam de fato aos negros (e brancos) pobres.
Demétrio Magnoli é doutor em Geografia Humana pela USP. Publicado na Revista Pangea em 13 de março, 2003.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Também é nos mercados que se pode consumir o principal produto cultural de angola: o kuduro, ritmo local, e o rap, feitos nos musseques, as favelas angolanas.

kuduro, funk e rap

Angola tem uma importante produção cultural que já está se espalhando pelo mundo. Escritores como José Eduardo Agualusa e Ondjaki já estão entre os principais nomes da literatura de língua portuguesa e sendo traduzidos em vários países. Na última Bienalle em Veneza, o país teve, pela primeira vez, uma participação elogiada no pavilhão africano e Luanda já tem sua trienal de artes plásticas, cuja segunda edição será realizada em 2010, possivelmente já numa sede própria desenhada por Oscar Niemeyer, com curadoria, como a primeira, de Fernando Alvim, um dos mais destacados artistas plásticos angolanos. Mas essa produção pode ser mais facilmente apreciada no exterior do que em Luanda, onde a cena cultural ainda é extremamente limitada.A verdadeira efervescência cultural em Angola está nos musseques, onde se vara a noite em raves de kuduro, bebendo cerveja Eka e dançando enlouquecidamente até o Sol nascer. O kuduro lembra um pouco o funk carioca, com letras praticamente recitadas de forma acelerada sobre bases simples, mas de ritmo forte, só que trazendo narrativas menos agressivas, mais crônicas sociais cheias de humor do que exaltações de sexo e violência. Por muito tempo relegado aos CD players dos candongueiros (a verdadeira rede de rádio popular de Angola) e bancas de CDs dos mercados angolanos, o ritmo recentemente começou a virar mainstream, com o governo se animando a promovê-lo como "o ritmo nacional", pegando carona com o sucesso que o kuduro já começa a fazer em algumas pistas da Europa.A crítica social mais pesada fica a cargo do rap, esse ainda maldito, mas tornado poderosa arma política não partidária na voz de Mc K, um tranqüilo e simpático estudante de filosofia que mora num dos musseques mais perigosos de Luanda. Rodando a cidade em alto volume nos alto-falantes dos candongueiros, sua voz consegue romper a polarizada linha que divide as simpatias políticas dos angolanos entre MPLA e UNITA e atingir fundo a todos com uma crítica precisa e afiada não dos partidos, mas do sistema sufocante que se perpetua independentemente de quem esteja no governo. Suas letras incomodam tanto o poder que um fã foi assassinado por um integrante da guarda presidencial simplesmente por cantar uma de suas músicas.Apesar de todos os problemas, anos de sofrimento parecem terem feito dos angolanos irremediáveis otimistas. Sem dúvida para eles a maior conquista foi a chegada da paz. É grande o número de jovens bem formados que estão abandonando bons empregos na Europa e Estados Unidos, para onde foram para escapar dos anos de conflito, retornando ao país em busca de aproveitar o bom momento e ajudar a fazê-lo andar para a frente.Nástio Mosquito, um artista multimídia e agitador cultural que teve seu trabalho entre os selecionados para a última Trienalle, ele mesmo de volta a Angola depois de anos na Inglaterra e abrindo o primeiro escritório de gestão de patrocínio cultural do país, foi quem melhor traduziu o espírito que move essa geração. "Meu país tem praticamente a minha idade, não é em qualquer lugar que se pode dizer isso. Quantos anos países como o Brasil levaram para encontrar seu rumo? Angola vai encontrar o seu próprio caminho, que não é nem virar uma Europa ou uma América. Angola vai ser Angola. Se o resultado de toda essa transformação vai ser bom ou ruim eu não sei, vou ter que esperar uns 20 anos pra ver."Vai ter que dar dinheiro, branco!", gritava ainda o mais exaltado dos passageiros da van angolana enquanto continuávamos parados na estrada de lama. O motorista do candongueiro, que até ali estava preocupado apenas com o senhor que o sujou, ainda tentou colocar pressão. "Mas isso lá é maneira de dirigir?!"Ouvindo meu sotaque brasileiro dizer de forma enfática, mas educada, que não daria porra nenhuma e que a última pessoa do mundo que poderia criticar alguém por dirigir de forma descuidada - o que nem era o caso - era um motorista de candongueiro, cantados em verso e prosa como os maiores facínoras do trânsito de Luanda, quatro dos cinco passageiros desistiram da argumentação, mas o mais exaltado partiu para cima de meu carro gritando que ia quebrar tudo. Antes que ele chegasse perto, larguei a embreagem e andei uns 50 metros para trás. Foi o suficiente para ele desistir da valentia e voltar, junto com seus colegas, para o Toyota Hiace azul e branco, sem Omo, dinheiro ou desculpas.Depois de se acalmarem ainda tive que lidar com o senhor, que queria que eu lhe entregasse meus documentos e a chave do carro e fosse com ele até seu emprego dar explicações. Era quase uma ordem de prisão. Uniforme em Angola é poder ou ao menos quem os usa crê que seja. Mas valentia de angolano, sobretudo sem colegas ao redor para lhes dar confiança, é curta. Quando disse que de meu carro não sairia, mas que se ele realmente fizesse questão poderia fazer a gentileza de segui-lo até seu chefe para explicar a situação, não como obrigação, mas como um favor, ele se resignou e aceitou.Fomos então até o porto de Luanda, onde não apenas contei a história ao chefe como tive que assinar um papel confirmando-a. O senhor ainda tentou me intimidar na frente do superior, usando a condição de oficial de imigração para exigir que lhe desse meu passaporte para averiguação. Diante de meu argumento de que nem no Brasil nem em Angola sujar alguém de lama é crime ou violação de qualquer lei de imigração, e que eu estava ali fazendo um favor e não sob ordem judicial, ele acabou capitulando e se conformando apenas com um pedido de desculpas. "Então me dê mil kuanzas [cerca de 13 dólares] para lavar meu carro", ainda tentou, como se a sujeira do automóvel fosse culpa minha e não das enlameadas ruas da cidade. "Desculpe, mas vou precisar do dinheiro para lavar o meu", respondi. Entrei no carro e parti.Como bem colocou o escritor Agualusa, num e-mail de boas-vindas pouco depois de minha chegada a Angola: "Chegar em Luanda é um choque, mas depois a gente acostuma".

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

respostas sobre; DRACO E DRAE INVADEM ACARI COM A PARTICIPAÇÃO DE JUNIOR DO AFROEGGAE

De:
"Hamilton Borges dos Santos"

de Salvador/BA

Para:
redecontraviolencia@lists.riseup.net
desanima não parceiro o bagulho não é facil pra nós Ainda tem gente de luta como você que não se rende e não se vende Hamilton Borges Walê (BA) angustias compartilhadas ---- Em qui, 17/9/09, Adriana Facina escreveu:

De: Adriana Facina. Niteroi/RJ.Assunto: [redecontraviolencia] RE: DRACO E DRAE INVADEM ACARI COM A PARTICIPÇÃO DE JUNIOR DO AFRORREGAE
Para: Data: Quinta-feira, 17 de Setembro de 2009, 11:30
Poxa, isso é tão grave! Qual foi o propósito disso? É algum "programa" do afroreggae? Alguém fotografou isso? Acho que tem de ser feita uma denúncia formal.
bjos


Date: Tue, 15 Sep 2009 12:11:50 -0700From: deleydeacari@yahoo.com.brSubject: DRACO E DRAE INVADEM ACARI COM A PARTICIPÇÃO DE JUNIOR DO AFRORREGAETo: redecontraviolencia@lists.riseup.net;

Hoje de manhã ocorreu mais uma quase rotineira invasão policial em Acari.Mais de 40 policiais das DRACO E DRAE como sempre, violaram portas com chaves michas einvadiram casas de moradores sem mandado de busca, puseram armas na cabeça de crianças sozinhas em casa, roubaram dinheiro guardados em gavetas de moradores ausentes. Tudo como sempre, tudo como foi, tudo como sempre será, ou não?O que ouve de diferente, especial?De especial ouve a participação especial de uma equipe de filmagem desconhecida capitaneada por José Junior, diretor-executivo da MegaONG Afro Reggae, com seu tradicionais brinquinhos dourados, colete á prova de balas e um pistola na cintura oculta sobre a camisa.E pensar por ser contra a participação do afroreggae na Campanha Contra o Caveirão tive que me auto-excluir da mesma e fiquei pra sempre no movimento social estigmatizado como barraqueiro vilão e angariei ódios e raivas de compas que antes gostavam de mim e fui transformado em inimigo da causa por compas que antes me consideravam como aliado.Bom: Com certeza a maioria da companheirada vai reagir com indignação e revolta, outros vão fazer vista grossa. Eu, que apesar, de todas as criticas que tenho ao afroreggae, guardo ainda um certo carinho, não pela entidade, mas pelo meninos de VG que são do grupo, não me resta forças pra me indignar, me revoltar... Só uma profunda tristeza.uma enorme vontade de chorar, um agudo sentimento de estar sufocando por uma grande angústia-dessas-de-não saber porque e um rascante desanimo de estar na luta ainda.deley


Em qui, 17/9/09, AfroReggae escreveu:
De: AfroReggae Assunto: Voce recebeu um texto de gaspaPara: deleydeacari@yahoo.com.brData: Quinta-feira, 17 de Setembro de 2009, 9:34
Warning: Smarty error: unable to read resource: "web/language.conf" in /home/nova_admin/pspapi/lib/extra/smarty/Smarty.class.php on line 1088




Olá deley,este e-mail foi enviado para você por gaspa. VEJA COMO FOI O I PRÊMIO POLÍCIA CIDADÃ REALIZADO PELO CESeC E AFROREGGAE Olivia Vicente e Christine Keller15/09/2009 O Teatro Carlos Gomes recebeu na noite de 14 de setembro o I Prêmio Polícia Cidadã realizado pelo Centro de Estudos de Segurança e Cidadania da Universidade Cândido Mendes (CESeC) e AfroReggae. A iniciativa teve o objetivo de valorizar ações policiais que tenham colaborado para reduzir a violência e difundir práticas criativas de soluções em segurança pública. Oito ações das polícias Civil e Militar foram premiadas e três projetos receberam Menção Honrosa. Apresentado pela atriz Fernanda Lima e por Johayne Hildefonso, diretor artístico do AfroReggae, o evento contou ainda com a participação da Banda AfroReggae e da Banda 190 da Polícia Militar do Rio de Janeiro. O prêmio tem o patrocínio da Fundação Ford, em parceria com o Instituto Sou da Paz e a Unesco. Confira acima as fotos do evento no slideshow! colorForam 183 ações e quase 500 policiais inscritos. Quatro ações da Polícia Militar e quatro da Polícia Civil receberão, cada uma, R$ 5 mil pelos projetos desenvolvidos. A seleção foi feita por um júri composto por três coronéis da Polícia Militar, dois delegados da Polícia Civil e cinco pesquisadores/ativistas da sociedade civil. Todos os dez jurados são membros do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. - Muitos são os profissionais que levam a sério o lema “servir e proteger” e fazem seu trabalho de maneira consciente e responsável. Trabalhando sozinhos ou em equipes, policiais superam uma série de desafios materiais e financeiros, lidam com o perigo e o desconhecido, para prover segurança aos cidadãos. Esse prêmio é para valorizar suas iniciativas e divulgá-las a fim de ampliar o diálogo entre a sociedade civil e a polícia - explica a pesquisadora Silvia Ramos, coordenadora do CESeC.Os premiados: color - Favela Tavares Bastos: um Major do BOPE acredita que o policiamento comunitário pode aproximar os moradores do batalhão. Há vários anos lidera as ações de integração entre polícia e comunidade na Favela Tavares Bastos - Curso de Aperfeiçoamento e Capacitação Policial: há nove anos, 21 Sargentos da PM acreditam na capacitação de Praças como ferramenta para construir uma PM melhor- GPAE do Cavalão: o reconhecimento do CESeC ao trabalho do Capitão Romeu e sua equipe - CIA de Cães: oficiais e praças usam recursos modernos e criativos para substituir a força letal e os riscos dos policiais envolvidos em operações especiais - DEAT e a Internet como ferramenta de contato com as vítimas: dois investigadores criaram um sistema de contato continuado com as vítimas, turistas que fazem registros de ocorrência e em seguida viajam para seus países de origem- Corregedoria mais moderna: delegado e corregedor da PC, criou e implantou um sistema de redução de inquéritos não concluídos. Com isso, aumentou as correções aplicadas- Equipe da 15ª DP: integração, aproximação com a comunidade, redução da criminalidade. A Delegada Barbara e sua equipe passaram a trabalhar de forma integrada no sistema de metas e resultados, o que levou à aproximação de líderes da Rocinha, estudantes do DCE da PUC e Associação de Moradores da Gávea e a redução da criminalidade - Carceragem Cidadã: o Delegado Zaccone e três agentes da 52ª DP - Nova Iguaçu, criaram diversos programas de humanização na carceragem baseados no respeito ao preso provisório Fotos: Christian Rodrigues e Rogério Rodrigues - Slideshow: Christine Keller color

terça-feira, 15 de setembro de 2009

FORÇA DO RAP&MOLEKES PIRANHAS E RODA DE FUNK EM ACARI

... De todo o elenco miolionário e histórico que esta album conseguiu reunir, o nome de Violeta Cavalcante pode passar despercebido de alguns. Fiz questão de convidá-la para que se jusitçasse(e se fizesse ouvir) uma das donas do ritmo e da bossa no Brasil.
Este disco- entre outros atributos de historicidade- pode também realizar (em parte minima) o resgate necessário de alguns dos mais saudados artístas que andavam afastados dos estúdios. Afastados pela maquina de consumo e lazer que previlegia- quase sempre- os modismos musicais e suas vertentes mais fáceis e comerciais.
Ricardo Cravo Albin
no encarte do Album Duplo
HÁ SEMPRE UM NOME DE MULHER
gravado em 1987 como blinde da Petrobras.
Soube que na ultima reunião da APAFUNK (que não participei) ouve insinuações veladas de que as Rodas de Funk que estou organizando em Acari é uma atitude de fazer atividades paralelas e intenção mau disfarçada um racha com a APAFUNK.
Lamento que pensem assim.
A unica intenção de fazer rodas de funk constantes em Acari é criar um espaço permanente para que os bondes mirins e infantis possam se mostrar já que não há condições de se descolocar cerca de 35 meninos e menninas"á toda hora" pra fora de Acari.
E e a intenção seria também, tendo as rodas de funk mirins e infantis como motivação filiar a menorzada na apafunk registrar suas musicas no ecad e fazer um trabalho continuo de conscientização dos mesmos como artistas trabalhadores lutadores pelos seus direitos como profissionais da música.
E dois dos integrantes do Bonde Molekes Piranhas, um é filho e outro é sobrinho do Marquinhos da Força do Rap, por em prática a idéia emprenhada no texto acima do Ricaro Clavo Albin:
"Unir duas gerações dec funkeiros de uma mesma familia para "resgate necessário de alguns artistas que andavam afastados dos estúdios- e dos palcos acrescento eu). Afastados pela maquina de consumo e lazer que previlegia- quase sempre- os modismos musicais- e suas vertentes mais fáceis e mais comerciais."
Então acreditava que realizar rodas de funk frenquentes em Acari serviria pra somar com e fortalecer a APAFUNK. Lamento que os históricos MCs do Funk , os intelectuais e militantes do Movimento Funk é Cultura não tenham vindo e não venham a nossas rodas pra não fortalecer o o que acham ser uma ação divisionista e enfraquecedora da luta pela libertação do funk.
Mas, no que depender de mim, pelo menos, e da menorzada do Molekes Piranhas as rodas vão continuar, apesar das resistências, pré-concepções e incompreensões para com ela.
A Rodas de Funk em Acari são sonhadas e realizadas como um samba de fundo de quintal.
Inspiradas no versos de Milton Nascimento:
O CORAÇÃO É O QUINTAL DA PESSOA!

A MORTE É NEGRA

Entre 2006 e 2007, foram mortos mortos por hora no país, acredite, 3,5 negros (entre brancos, a proporção foi quase a metade, 1,7).
A conta, a partir de dados do SUS, estará na 2º Edição do Relatório das Desigualdades Raciais no Brasil, coordenadopor Marcelo PAIXÃO, da UFRJ.
EM NÚMEROS...
A parcela de negros no total de assassinatos no período passou de 65% para 67%.
Em números absolutos, foram 29.892 brancos e 52.059 negros. É muita gente.
Transcrito da Coluna de Ancelomo Gois, O GLOBO, 23 de Agosto de 2009.
Pelo menos na coluna, nãohá delatalhes de quantos, dentre os brancos são favelados.
Então, vale lembrar um verso da música Black& Soul, de Ivo Meireles:
O branco favelado, é negro social."

terça-feira, 8 de setembro de 2009

DE FUNK, DE DIÁSPORA AFRICANA, DE LUTAR COM O POVO!



Mano Leonardo,


Marcar reunião, marcar reunião de uma entidade sem discriminação de raça, religião, condição social ou vínculos politicos partidarios, num gabinete de um politico de um determinado politico, mesmo que seja o do chico alencar, é um equivoco, um erro de estratégia que põe ewm duvida, não sua gestão a frente da apafunk, mas da própria apafunk, no cenario cultural do Rio.

Não sou nada na apafunk, não ou diretor, não, não sou profissional ou amigo da apafunk, pelo menos enquanto eu não ver no estatuto, definido qual é o papel e função de cada um dessas categorias de participantes.
Também não sou do hip hop, e embora seja de acari como wesley, quero que voce, como as demais pessoas ligadas ao movimento funk é cultura e a apafunk entendam de uma vez por todas: Acari é um bairro de mais de 120 pessoas, cerca de 80 mil moram e favelas, cada uma delas tem opinião e postura própria diante de coisas da vida.
Varias pessoas como eu, wesley e gaspa, temos também alguma responsabilidade com um determinado grupo grande de pessoas dos quais somos também formadores de opinião.

Tenho exata consciencia da responsabilidade que tenho como lider comunitario, animador cultural, com o poder da palavra que exerço sobre elas.
Eu respondo pelo que digo, pelas opiniões que emito e pelas coisas que faço acreditar e desacreditar as centenas de pessoas no complexo de acari a quem tenho acesso.
Acredito que o gaspa e o wesley... mais ou menos a mesma coisa que eu.
Cada um deles pode muito bem segurar a onda e a rebordosa do que falam e do que pensam publicamente.
Assim como eu seguro as minhas.
E é por saber extamente a força da minha palavra, pelo menos em acari, que sei que, o eu disser pras os pais dos mais de 60 garotos, entre 9 e 13 anos, e adolescentes, dos bondes maiores, sobre a apafunk ou o movimento funk é cultura, é o que vai estar valendo, tanto para o bem quanto para o mal.

O Funk sempre foi forte em Acari,e nas outras milhares de favelas antes, durante, depois, apesar ou com a apafunk é o movimento funk é cultura.
Não só porque o funk é só o funk, mas porque o funk é uma das manifestações culturais da diáspora africana, e é preciso entender a grandesa e a dimensão do que seja a diáspora africana para a África e os afrosdescendentes espalhados pelos quatros cantos do planeta neste 500 e poucos anos de escravidão.

É isso que, como poeta negro, animador cultural educador popular socialista e militante comunitário, pretendo por ao alcance dessa menorzada em Acari.

Diante dessas certesas, qualquer duvida ou certesa que eu possa ter sobre sua gestão a frente da apafunk é tão despresivel, que voce e todos os apafunkeiros, nem precisa se preocupar com elas.

Tanto que essa é a ultima vez que falo da apafunk, seja por e-mail, em qualque lista.
Não vou a reunião da apafunk ou do movimento funk é cultura, nem participo mais de nada, nem de um nem de outro.
Já encarei caveirão voador com pedra e maquina fotografica nas mãos, pra defender a vida de dezenas de crianças e adolescentes que são, ao mesmo tempo alunos da escolinha de futebol do favo de acari, integrantes de bondes de funk mirim e sambistas mirins, e nem voce, nem nenhum profissional do funk ou amigo do funk, da apafunk e do movimento funk é cultura, manifestou solidariedade ou perguntou a mim se precisa de apoio. alías, muitos manifestaram sim: pra me chamar de velho maluco, esclerosado, kamikase, e outras formas negativas que voces, mais jovens usam pra desqualificar, ridicularizar e menospresar a luta e historia de vida que mais-velhos como eu, vimos travando há mais de 40 anos, muito mais tempo que qualquer um de voces do funk, terem nascido.

Tudo bem, mano leonardo, e demais profissionais do funk e amigos do funk e da apafunk: Tranquilidade : A partir desse momento, estou saindo, do caminho da apafunk e do movimnto funk é cultura, da minha parte, não precisam se incomodar mais, até porque, com as grandes conquistas recentes, da apafunk e do movimento funk é cultura, voces não precisam mais de ajudas e apoios tão medíocres e descartaveis de velho mitante como eu.

Agora, no Complexo de Acari, sou lider comunitario animador cultural da comunidade, e como já disse, o funk em acari, existe e existirá desde antes, durante e depois da apfunk e do movimento funk é cultura, e eu vou estar sempre como funk, pelo funk e para o funk em Acari, nem que pra isso tenha que estar contra a apafunk e o movimento funk é cultura.
Se a Guerra é a mesma, mas as batalhas são diferentes como voce me disse por
e-mail, vou ficar ligado agora, já que as batalhas são diferentes, são apenas divergentes, ou se são antagonicas, e quem se pensava ser amigo do lado, na verdade é inimigo.

Por fim, por ultima vez, de vez, deixo a todas e a todos esse poema de Agosinho Neto. Cada um e cada uma de voces, de nós mesmos, que tentemos nos encontrar nele, e vestirmos cada um e cada uma nossas carapuças e nossos elmos pra guerra:

DO POVO BUSCAMOS A FORÇA

Não basta que seja pura e justa a nossa causa
é necessário que a pureza e a justiça estejam dentro de nós.

Dos que vieram e conosco se aliaram
muitos traziam sombras no olhar.
Para alguns deles a razão da luta
era só ódio: um ódio antigo,
centrado e surdo como uma lança.

Para alguns outros era uma bolsa:
bolsa vazia (queria enchê-la)
queriam enchê-la com coisas sujas,
inconfesaveis.

Outros viemos,
lutar pra nós e ver aquilo que
o povo quer realizado.

É ter a terra onde nascemos.
É sermos livres para trabalhar.
É ter pra nós oque criamos.
Lutar prá nós é um destino
é uma ponte entre a descrença
e a certesa de um Mundo Novo.

Na mesma barca nos encontramos.
Todos concordam: Vamos lutar...
Lutar pra que?
Pra dar vazão ao ódio antigo
ou pra ganharmos a iberdade?

E ter pra nós o que criamos?

Na mesma barca nos encontramos.
Quem há de ser o timoneiro?

Ah!.. as tramas que eles teceram!
Ah!... as lutas que ai travamos!

Mantivemo-nos firmes:
No povo buscarámos a força e a razão...
Inexoravelmente, como uma onda que
ninguem trava, vencemos.

O Povo tomou a direção da barca.

Mas a lição está aí, foi aprendida:

NÃO BASTA QUE SEJA PURA E JUSTA A NOSSA CAUSA.
É NECESSÁRIO QUE A PURESA E A JUSTIÇA EXITAM
DENTRO DE NÓS.

Antonio Agostinho Neto,poeta, militante comunista. guerreiro e primeiro presidente da Rep. Popular de Angola, Livre e Socialista.
já falecido.

Então: Foi mesmo muito bom e tenho muito orgulho de ter participadom, mesmo que de forma medíocre e falha, da construção da apafunk e do movimento funk é cultura até aqui.

A gente se vê por aí, em outros fronts da guerra... claro. do mesmo lado e, na mesma batalha.

Axé e Luta!

Deley de Acari,
poeta e animador cultural socialista,
da Favela de Acari.

o bonde do funk agora é cultura,continua os comentários,


RJ / Rio de Janeiro 08/09/2009 11:40
Exatamente: o funk é cultura!O funk é cultura e uma expressão cultural do Rio de Janeiro que se materializa em um manifesto de negros, pobres, moradores de favelas. A criminalização do funk, impedindo que fosse tocado por toda a cidade empurrou ele para o gueto. Qualquer festa que se produza em territórios nos quais o Estado não governa vive a tensão de ser controlado ou apropriado pelo o poder local que domina tais territórios. Isso não é uma característica somente do funk. No entanto, esse, em particular, era proibido. Acabar com a proibição, trazer o debate para o campo da cultura e da educação, retirar a expressão cultural do campo de debate de polícia, foram ações fundamentais e conquistas que o Rio de Janeiro obteve na votação da ALERJ no dia 1º de setembro. Então agora, no lugar do preconceito, precisa-se debater a cultura na sua totalidade, no lugar de escolher uma expressão cultural para descriminar. E é bom lembrar, não se aprovou um decreto para a população gostar de um ou outro ritmo; o que se aprovou é o reconhecimento dessa manifestação como cultura. Foi aprovada a liberdade desse ritmo em circular como os outros e se submeter às mesmas leis que todos os outros se submetem. O funk não foi “imunizado”; abriu-se um processo legal de descriminalização e liberdade. Fruto de um processo legítimo que a galera da APAFUNK conquistou na luta com uma grande aliança democrática.
Paulo SP / São Paulo 08/09/2009 11:24
Causa e efeitoOi Ruth, atacar o funk é atacar o sintoma e não a causa da doença. O Funk devolve a sociedade o que ela lhe dá. Seu texto vale como desabafo mas tem pouca eficácia. O "proibidão" com suas letras (deploraveis) não é exclusividade do funk. Há também forró, rock e outros rítmos, como o norte americano "gangsta-rap", enaltencendo as mais variadas baixesas produzidas pelo homem. Gostaria de ler um texto seu destrinchando os motivos que levam os jovens da periferia carioca a adotar tal estilo musical como manifestação cultural. Creio que seria mais oportuno. Abs
ruth de aquino RJ / Rio de Janeiro 08/09/2009 10:59
Reclame, simQuando um leitor reclama com elegância, é sempre uma oportunidade para a gente se explicar. Abs a todos. Acho que o debate que esta coluna provocou é muito interessante. Mexe com os nossos conceitos de cultura e estimula uma campanha para colocar os bailes funk sob controle - é preciso respeitar os moradores de comunidades carentes e seus filhos. E é preciso respeitar nossos ouvidos. Quais serão as punições para os proibidões já que o lobby do funk é tão influente? Lei por lei, então que se passe à ação agora.
Celso Moessa GO / Goiânia 08/09/2009 10:37
Nunca mais vou reclamar de nada...Já que todas as vezes que reclamo de algo, você vem aqui, e após as suas consideraçães... eu sempre reconheço que eu é quem estava errado... Não gano uma de vc, ou melhor... nem empato. Obrigado por você ser essa pessoa tão inteligente e educada com todos e com tudo. A pessoa certa no lugar certo.
ruth de aquino RJ / Rio de Janeiro 08/09/2009 10:02
Ao leitor CelsoO moderador deletou dois comentários seus consecutivos porque se referiam apenas ao presidente Lula e ao atual governo federal e corrupcão, e desviavam do foco desta coluna. A moderação atua também para que o debate virtual não se desloque para outros temas. Claro que tudo tem a ver com política mas, neste caso, o funk tem mais a ver com a política municipal e estadual. Obrigada.
Thiago Mello DF / Brasília 08/09/2009 09:46
Desculpe, mas Funk é Cultura sim;Gostos aparte, o entendimento de ‘’cultura’’ por parte da maioria dos leitores é equivocada. Cultura não é sinônimo de progresso, inteligência, ou conhecimento. É simplesmente um conjunto de práticas e ações sociais referentes a crenças, comportamentos, valores, instituições e outros que identificam uma determinada sociedade. Não tendo assim que concordar com o ‘’gosto da elite’’. Pessoalmente acho o funk deplorável, entretanto não podemos negar que o funk seja uma manifestação cultural que identifica o Rio de Janeiro. Talvez não ao nível do samba, mas de certa forma não há como se falar em ’’funk do cerrado’’. Todos nos brasileiros sabemos que o funk é do Rio. Os pobres e favelados também tem direito a cultura, claro que essa se manifesta ao nível educacional presente nesta camada da população. O resultado é uma manifestação cultural de baixo calão e de extremo mau gosto, mas que não deixa de ser cultura.
Alline MG / São Sebastião do Paraíso 08/09/2009 09:31
Uma ampliação na culturaAntes de se definir se funk é cultura ou não é necessário avaliar o conceito de cultura que se cabe a nossa sociedade. Cultura se entende como práticas e ações sociais que seguem um padrão determinado no espaço, dessa forma pode-se considerar o funk como cultura, mas neste caso vários outros tipos de manifestações não deveriam ser considerados como cultura? Pensem no outros estilos de musicas e nas suas manifestações undergroud elas também não deveriam ser consideradas cultura?
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Celso Moessa GO / Goiânia 08/09/2009 08:50
Tive um post deletado...Detalhe, não havia palavras de baixo calão, porque me conheço e sei que não colocaria. Comentei política, a meu modo, só isso. Esperar um comentário erudito com tantas palavras lindas e impactantes do zé povão como eu... é querer demais.
Mariara RJ / Rio de Janeiro 08/09/2009 00:02
Funk não tem nada de Cultura.Cultura significa: Civilização, progresso, atividade e desenvolvimento intelectuais. Os frequentadores de funk tem isso.?? Mas é esse o significado da palavra.Quem vai controlar as meninas do Bonde, quando estiverem boladonas.? Funk é outro tipo de cultura.Não é preconceito, é fato.
Roberto SP / São Paulo 07/09/2009 22:34
Bestialidade também é CulturaA Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro mostrou ao Brasil para que ela serve ao aprovar uma Lei que torna o “funk da favela” um movimento cultural. Na verdade o que os políticos cariocas aprovaram e oficializaram foi o imensurável desprezo e verdadeiro ódio pela Cultura, pela Arte e pela musica. De todos os movimentos históricos que foram criados para atacar e denegrir a Arte, este movimento cultural que se originou no submundo das favelas foi talvez o mais duro golpe desferido contra ela. As autoridades governamentais, em vez de eliminar o maior problema das grandes cidades que são as favelas, na realidade estão fazendo o contrário, estão favelizando a Cultura. As principais características presentes nas obras culturais deste movimento satânico são a banalização do sexo depravado, a depreciação da figura feminina, a apologia á prostituição, ao crime, ao uso de drogas e à pedofilia, e por fim a destruição de todos os princípios morais e de família, para atingir o nível de selvageria e bestialidade nas relações interpessoais de seus adeptos. O objetivo eleitoreiro dos políticos do PSOL e do PDT, que elaboraram este brilhante projeto de lei, lançam as bases de uma sociedade cujo futuro será formado por uma população de bastardos que terão como herança uma cidade dominada pelo caos.
José Elias Aiex Neto PR / Foz do Iguaçu 07/09/2009 22:15
O que ficará na memória...Sou de uma geração que teve o privilégio de crescer ouvindo Caetano, Gil, Chico, MIlton Nascimento, Mercedes Sosa e tantos outros poetas que deleitaram e deleitam os nossos ouvidos com letras melodiosas, algumas das quais não deixaram de transmitir conteúdos com apelos sociais. Aos 57 anos de idade ainda gosto de ouvir Chico cantando "Vai passar" (como realmente passou o período negro da ditadura militar) e Mercedes Sosa reafirmando sua fé em prol de uma realidade melhor em "Todo cambia". Fico imaginando o que deverá ficar na memória de um jovem que tenha 17 anos hoje daqui a a 40 anos, quando ele tiver a minha idade, e descobrir que não sobrou nada a não ser letras esdcatológicas como as que escuta hoje. Qual será a poesia que restará para a geração atual no futuro? Mais do que discutir a vinculação dos bailes funk com o narcotráfico no Rio de Janeiro, penso que temos é que discutir o futuro de nossos filhos e netos dentro da perspectiva da poesia. Será que eles ouvirão Tom e Chico cantando "Sabiá" que deu um alento a todos os que foram exilados do país ao dizer "vou voltar, sei que ainda vou voltar, para o meu lugar". Será que saberão que Geraldo Vandré foi perseguido pela ditadura militar porque fez versos imortais como "vem, vamos embora, que esperar não é saber, quem sabe faz a hora, não espera acontecer". Será que, tendo esquecido Raul Seixas lembrarão pelo menos de Cazuza, que apontou que "a sua piscina está cheia de ratos". Triste futuro o dos nossos jovens atuais.
Nathalia SP / São Paulo 07/09/2009 21:09
Ainda bem que nem todos gostam desse tipo de cultura.Para quem tem memória, vale lembrar que o saudoso Jornalista Tim Lopes, foi morto por denunciar as barbaridades do Funk numa favela do RJ. As "garotas" dançando de forma indecente essa cultura.Lembram?? Foi morto de forma cruel e covarde. Local este onde a droga corre solto e com o Funk a venda só aumenta. Isso não é novidade pra ninguém.Infelizmente é muito menosprezo por quem tem cultura de fato. Mas infelizmente quem tem cabeça pequena, e adora baboseiras é maioria. Por isso venceu.Isso vai dá muito voto a políticos.Esse foi um péssimo trabalho em benefício do povo.
JOSÉ DO RACIOCÍNIO BA / Salvador 07/09/2009 20:35
TEMPOS MODERNOS???!!!!O candomblé já foi perseguido pela polícia a mando das autoridade e o mesmo já aconteceu com as "rodas" de capoeira. Me respondam quem tem competência junto ao assundo. O candomblé aproxima as pessoas à Jesus Cristo?, a copoeira é esporte olímpico?, o funk é música?, Frank Sinatra e o Tom Jobim dariam uma boa dupla de MC's? Isso é política de reeleição, quem vir a Salvador não pise no Pelourinho, é um lugar fédito, cheio de usuários de crack, com um monte de "artesões" que nunca tomaram banho, que vão lhes assediaram, mas Emtursa vai lhe iludir dizendo que o Pelô é lindo!. O mesmo as "autoridades" aí de RJ dizem das quadras de escolas de samba, da roçinha, da lapa e dos bailes. Já assistiram o filme Pague para entrar e reze para sair?
Diego Hag RJ / Rio de Janeiro 07/09/2009 18:14
Não é cultura!Moro num bairro onde a cultura Funk predomina e posso garantir que não existe lei do silêncio! Sobre as letras, é claro que existem excessões, no entanto os mais populares são os de letras vulgares e apologia! Isso é um fato! Um dos maiores agravantes é a mente pequena das pessoas que escutam. Outro dia vi na minha rua uma menina de 12 anos amamentando enquanto ouvia o funk citado no texto. Isto é um absurdo. Há anos atrás o funk era mais inocente, falava de amor, tinhamos Claudinho e Buchecha com letras legais. Hoje em dia virou uma grande bagunça. Não é manifestação cultural! Não é cultura de forma alguma!
Paula Máiran RJ / Niterói 07/09/2009 17:15
So pra esclarecerCara Ruth de Aquino, Há leituras possíveis em torno do tema do seu artigo. Antes de tudo, é preciso lembrar que já há a Lei do Silêncio e a Resolução 013 da Secretaria de Segurança Pública para regular a realização de eventos com música, de qualquer gênero. A lei que acaba de ser revogada, além de redundante, só tem promovido censura discriminatória e preconceituosa de uma manifestação cultural popular. Outra coisa: o funk não inventou a pornografia ou a apologia ao crime. Há disto ou daquilo em todo gênero musical. Mas a censura oficial apenas empurrou nos últimos tempos o funk para a extrema marginalização. Bom lembrar ainda que só nas favelas o funk tem enfrentado a censura policial. Nas boates da Zona Sul e espaços culturais de classe média, o funk nunca parou de tocar, inclusive em suas versões mais pornográficas. Nas favelas, o chamado funk do tráfico também nunca parou de tocar, às custas de muito "arrego" pago a policiais em desvio de conduta. Portanto, só o jovem pobre, negro e favelado é que tem sido proibido de curtir o funk. Se eu fosse a senhora, pesquisava mais sobre as letras de funk existentes. Muitas delas retratam com criatividade e arte a realidade de desigualdade social, de miséria e violência na favela, e revelam ainda a inteligência e o senso crítico dos seus autores, jovens, negros, pobres, favelados. As leis recém-aprovadas garantem o direito à liberdade de expressão. Porque "paz sem voz é medo".
DJ Marcelo Negão RJ / Rio de Janeiro 07/09/2009 16:40
Leia com atençãoO Funk hoje é uma manifestação cultural em todo o Rio de Janeiro , em todos os eventos ,sejam eles pagodes , sambas e etc... sempre tocam funk , infelizmente o que alguns Mc´s , DJ´s e produtores estão fazendo com o funk é uma covardia , Existe muita musica letrada e com muita qualidade e até muito prostesto social em relação ao que a favela e o povo favelado sofre ,que acaba sendo oprimida pelo mercado fonólogico e até pela própia mídia que insiste sempre em mostrar o lado negativo .São gerados mais de 10.000 empregos diretos e indiretos com o Funk , 50% da população que sai de casa para cutir algum evento, ouve funk ,O funk movimenta mais de Três milhôes de reais por mês e com certesa é um saldo muito positivo para o PIB e sem utilizar um centavo do dinheiro público . Hoje o turista que vem ao Rio quer ouvir samba e funk (Brazilian eletronic music) Agora quanto aos proibidões e pedofilia isso é um assunto para o Ministério Publico, o qual todos temos o direito e um dever como cidadão de denúnciar esses criminosos que estragam toda uma cultura .Só criticar sem mostra um caminho é muito fácil , e essa é a pior das covardias , "pré-conceito" que é o conceito sem informação ou informação unilateral , precisamos agir sim : de forma respeitosa sem que se ofenda os chefes de familia que trabalham sério e vivam do funk ,segue ai o link do Ministério Público :
www.mp.rj.gov.br/portal/page/portal/Internet/Servicos/Ouvidoria_Geral
Débora PE / Recife 07/09/2009 15:27
Coisas de BrasilPerfeito este texto. Simplesmente perfeito! É realmente um absurdo ver todas essas leis aprovadas, parecem que vieram pra fazer o contrário de tudo. Isso chega a ser crime... as leis brasileiras atualmentem protegem os criminosos e ferram os inocentes. ¬¬ Coisas de Brasil.
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miriam de Lourdes. SC / Tubarão 07/09/2009 10:20
danzando com lobos;(com Z)Como si não fosse..demais ; para nois ...sofridos ; .leitores assistir impavidos ,o senhor collor ;repudiadissimo por ....a moral ;a etica ;e as boas costumes .,..agora ...apos una vasta "obra..literaria"..ele tá rindo ....da nossa cara ...Osenhor Lorio ....me perdoe ...mas ...dom de síntese ? "discurso inteligente"hummmm vaoms ..a preparar ...nosso espirìtu ja ja; todinho . o Senado .vai ..frecuentar academia de Inmortais ...ate eu vou aproveitar ...rsrsr ..sendo chilena ..escrevo ....como o rey Roberto carlos ....meu portugues ...ruimmm...Fernando Collor de Mello ....cria vergonha ...vai faser Funk cultural ....nas favelas Alagoanas.; que pais e esse?...tengo duas meninas de 15 ....e meninas o novinhas?."
Caio César PI / Teresina 07/09/2009 09:06
Cultura de que?O mais inacreditável é que esse tipo de lei é cumprida,ao contrário de muitas outras leis de proteção a sociedade que permanecerão eternamente no papel.É uma vergonha aprovarem uma lei de incentivo à pedofilia,prostituiçao,tráfico de drogas.E ainda por cima dar o nome de manifestaçao cultural.
Umbelina PI / Floriano 07/09/2009 00:35
Essa lei é um incentivo à pedofilia e às drogasGostei de seu texto. Você disse exatamente o que penso. Acho que certamente existe muitos interesses de quem defende essa "cultura", depois, não se pode admirar do aumento dos casos de pedofilia, prostituição infantil e do consumo vertiginoso de drogas a cada dia, não depois de todo o incentivo dado e agora, na forma de lei.
Luciano SP / São José dos Campos 06/09/2009 21:51
Triste CulturaRuth, a matéria é ótima, infelizmente nosso país vive sem memória e Cultura, pois, todas as vezes que surgem ritimos medíocres na música brasileira eles se valem de alguns loucos que tentam fazê-los como tranpolim eleitoral. O que mais me causa espanto, é que o Rio de Janeiro, berço Cultural do Brasil (Bossa, MPB, Jovem Guarda, Teledramaturgia etc) se rendeu a esse ritmo (Funk) como o melhor do mundo. Não estou sendo preconceituoso com o Funk, em SP o Rap é muito comum, porém, sua conotação não é danosa às famílias, ao ponto de incentivar a prostituição e o tráfico de drogas como é o Funk. Será que o Rio continua lindo??? Dessa forma nossas futuras gerações não saberão o verdadeiro sentido desta frase. Fico feliz em ler um artigo que mostra que ainda temos pessoas preocupadas em manter a identidade cultural do país, principalmente do Rio de Janeiro, porque um povo sem cultura é um povo sem identidade e sem ela não somos nada.
Monica RJ / Rio de Janeiro 06/09/2009 18:47
CONCORDO PLENAMENTE"Eu queria que inhame fosse uma raiz. Que os bondes fossem aqueles sobre trilhos. Que as novinhas continuassem a ser meninas. E que Nem não passasse de um advérbio de negação. " ELA TÁ CERTISSIMA!
Bridgitte RJ / Rio de Janeiro 06/09/2009 18:35
CULTURA?!?!? Faça-me o favor...Baile Funk é amoral! Criminoso! Egoísta! E por ser mantenedor destes inescrupulosos e nojentos seres detentores de poder, mais uma vez o 'podre' foi alçado à categoria de 'bacana'. Agora que liberou geral, cuidado prá não montarem uma quadra ao lado dos seus condomínios na Barra, senhores 'podríticos', ou mudem-se para uma redoma espacial!! Prá quem gosta de 'cultura' e aceita novas manifestações, tentem morar ao lado de um baile, e rezem prá amanhecer!!!!!!!
Elaine RJ / Rio de Janeiro 06/09/2009 16:52
Viva a Cultura Brasileira.!!!!!!!!!O mal do Brasileiro é querer comparar-se ao Americano, Funk americano é cultura, porque é superior em termos de letra, dança, vestimenta, comportamento, em tudo.Cobram tanto da polícia. Como é que ela vai agir em relação a esses bailes, caso receba denúncia de arruaças, drogas, estrupos, e tudo mais.???? Simplesmente não vai poder agir, nem prender ninguém.Vai ouvir que isso é Cultura.É brincadeira o exemplo que os políticos dão a esses jovens, onde maioria não tem nem o segundo grau. Essa é a cultura que eles estavam esperando, para voltarem a aprontar das suas.
helena RJ / Rio de Janeiro 06/09/2009 16:39
Essa cultura, tira a moral dos pais em proibir que seus filhos frequentem esse tipo de coisa.....Isso com certeza vai dar voto a alguns políticos, as eleições vem aí. Vai atrair mais o turismo. Pois o Brasil é visto como o país mais sexual do planeta. É disso que político gosta. Voto na urna e caixa cheia. Sem contar que foi um soco no estômago de muitos pais que brigaram com seus filhos(as), para não irem a esses bailes, porque todos nós sempre soubemos a finalidade disso. Legalizar isso como cultura é desestimular quem estudou e estuda. E principalmente mais um balde de água fria nos professores desse país. Só falta incluir isso como matéria escolar.Não é cultura.???É tirar a moral dos pais em proibir que seus filhos frequentem esse tipo de evento. É lastimavél. Mas é a Cultura e mais uma herança do PT para a sociedade.
luthero lopes SP / Duartina 06/09/2009 16:09
dèbora e danieldèbora do rio de janeiro,e daniel de são gonçalo eu acho que sei o que voces estão sentindo.è asco e vergonha de ser brasileiro.esse è o efeito lulla prà quem è alfabetizado.na proxima eleição ,mais atençAo.abraços fraternos de um paulista tambem envergonhado
luthero lopes SP / Duartina 06/09/2009 15:54
è da natureza do ptos cariocas de bem estão envergonhados.funk oficializado è demais.envergonhados pelo funk e pelo voto dado a sergio cabral,cumplice de lulla.è da natureza do pt."faiz parte".lulla,zè dirceu,mercadante,suplicy chafurdam na lama da corrupção desde a fundação do pt.apoiar sarney è moeda de troca.ninguem vai preso e o caixa2 do pt e do pmdb se enchem de grana.è uma prostituição oficial.o senador Flàvio Arns não aguentou tanta podridão.VOMITOU E SAIU DO PT>MAS O MANDATO È DELE.SAIU POR JUSTA CAUSA>

O BONDE DO FUNK AGORA É CULTURA/COMENTÁRIOS

eduardo alves
RJ / Rio de Janeiro 08/09/2009 11:40
Exatamente: o funk é cultura!O funk é cultura e uma expressão cultural do Rio de Janeiro que se materializa em um manifesto de negros, pobres, moradores de favelas. A criminalização do funk, impedindo que fosse tocado por toda a cidade empurrou ele para o gueto. Qualquer festa que se produza em territórios nos quais o Estado não governa vive a tensão de ser controlado ou apropriado pelo o poder local que domina tais territórios. Isso não é uma característica somente do funk. No entanto, esse, em particular, era proibido. Acabar com a proibição, trazer o debate para o campo da cultura e da educação, retirar a expressão cultural do campo de debate de polícia, foram ações fundamentais e conquistas que o Rio de Janeiro obteve na votação da ALERJ no dia 1º de setembro. Então agora, no lugar do preconceito, precisa-se debater a cultura na sua totalidade, no lugar de escolher uma expressão cultural para descriminar. E é bom lembrar, não se aprovou um decreto para a população gostar de um ou outro ritmo; o que se aprovou é o reconhecimento dessa manifestação como cultura. Foi aprovada a liberdade desse ritmo em circular como os outros e se submeter às mesmas leis que todos os outros se submetem. O funk não foi “imunizado”; abriu-se um processo legal de descriminalização e liberdade. Fruto de um processo legítimo que a galera da APAFUNK conquistou na luta com uma grande aliança democrática.

Paulo SP / São Paulo 08/09/2009 11:24
Causa e efeitoOi Ruth, atacar o funk é atacar o sintoma e não a causa da doença. O Funk devolve a sociedade o que ela lhe dá. Seu texto vale como desabafo mas tem pouca eficácia. O "proibidão" com suas letras (deploraveis) não é exclusividade do funk. Há também forró, rock e outros rítmos, como o norte americano "gangsta-rap", enaltencendo as mais variadas baixesas produzidas pelo homem. Gostaria de ler um texto seu destrinchando os motivos que levam os jovens da periferia carioca a adotar tal estilo musical como manifestação cultural. Creio que seria mais oportuno. Abs

ruth de aquino RJ / Rio de Janeiro 08/09/2009 10:59
Reclame, simQuando um leitor reclama com elegância, é sempre uma oportunidade para a gente se explicar. Abs a todos. Acho que o debate que esta coluna provocou é muito interessante. Mexe com os nossos conceitos de cultura e estimula uma campanha para colocar os bailes funk sob controle - é preciso respeitar os moradores de comunidades carentes e seus filhos. E é preciso respeitar nossos ouvidos. Quais serão as punições para os proibidões já que o lobby do funk é tão influente? Lei por lei, então que se passe à ação agora.


Celso Moessa GO / Goiânia 08/09/2009 10:37
Nunca mais vou reclamar de nada...Já que todas as vezes que reclamo de algo, você vem aqui, e após as suas consideraçães... eu sempre reconheço que eu é quem estava errado... Não gano uma de vc, ou melhor... nem empato. Obrigado por você ser essa pessoa tão inteligente e educada com todos e com tudo. A pessoa certa no lugar certo.

ruth de aquino RJ / Rio de Janeiro 08/09/2009 10:02
Ao leitor CelsoO moderador deletou dois comentários seus consecutivos porque se referiam apenas ao presidente Lula e ao atual governo federal e corrupcão, e desviavam do foco desta coluna. A moderação atua também para que o debate virtual não se desloque para outros temas. Claro que tudo tem a ver com política mas, neste caso, o funk tem mais a ver com a política municipal e estadual. Obrigada.


Thiago Mello DF / Brasília 08/09/2009 09:46
Desculpe, mas Funk é Cultura sim;Gostos aparte, o entendimento de ‘’cultura’’ por parte da maioria dos leitores é equivocada. Cultura não é sinônimo de progresso, inteligência, ou conhecimento. É simplesmente um conjunto de práticas e ações sociais referentes a crenças, comportamentos, valores, instituições e outros que identificam uma determinada sociedade. Não tendo assim que concordar com o ‘’gosto da elite’’. Pessoalmente acho o funk deplorável, entretanto não podemos negar que o funk seja uma manifestação cultural que identifica o Rio de Janeiro. Talvez não ao nível do samba, mas de certa forma não há como se falar em ’’funk do cerrado’’. Todos nos brasileiros sabemos que o funk é do Rio. Os pobres e favelados também tem direito a cultura, claro que essa se manifesta ao nível educacional presente nesta camada da população. O resultado é uma manifestação cultural de baixo calão e de extremo mau gosto, mas que não deixa de ser cultura.


Alline MG / São Sebastião do Paraíso 08/09/2009 09:31
Uma ampliação na culturaAntes de se definir se funk é cultura ou não é necessário avaliar o conceito de cultura que se cabe a nossa sociedade. Cultura se entende como práticas e ações sociais que seguem um padrão determinado no espaço, dessa forma pode-se considerar o funk como cultura, mas neste caso vários outros tipos de manifestações não deveriam ser considerados como cultura? Pensem no outros estilos de musicas e nas suas manifestações undergroud elas também não deveriam ser consideradas cultura?
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Celso Moessa GO / Goiânia 08/09/2009 08:50
Tive um post deletado...Detalhe, não havia palavras de baixo calão, porque me conheço e sei que não colocaria. Comentei política, a meu modo, só isso. Esperar um comentário erudito com tantas palavras lindas e impactantes do zé povão como eu... é querer demais.


Mariara RJ / Rio de Janeiro 08/09/2009 00:02
Funk não tem nada de Cultura.Cultura significa: Civilização, progresso, atividade e desenvolvimento intelectuais. Os frequentadores de funk tem isso.?? Mas é esse o significado da palavra.Quem vai controlar as meninas do Bonde, quando estiverem boladonas.? Funk é outro tipo de cultura.Não é preconceito, é fato.

Roberto SP / São Paulo 07/09/2009 22:34
Bestialidade também é CulturaA Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro mostrou ao Brasil para que ela serve ao aprovar uma Lei que torna o “funk da favela” um movimento cultural. Na verdade o que os políticos cariocas aprovaram e oficializaram foi o imensurável desprezo e verdadeiro ódio pela Cultura, pela Arte e pela musica. De todos os movimentos históricos que foram criados para atacar e denegrir a Arte, este movimento cultural que se originou no submundo das favelas foi talvez o mais duro golpe desferido contra ela. As autoridades governamentais, em vez de eliminar o maior problema das grandes cidades que são as favelas, na realidade estão fazendo o contrário, estão favelizando a Cultura. As principais características presentes nas obras culturais deste movimento satânico são a banalização do sexo depravado, a depreciação da figura feminina, a apologia á prostituição, ao crime, ao uso de drogas e à pedofilia, e por fim a destruição de todos os princípios morais e de família, para atingir o nível de selvageria e bestialidade nas relações interpessoais de seus adeptos. O objetivo eleitoreiro dos políticos do PSOL e do PDT, que elaboraram este brilhante projeto de lei, lançam as bases de uma sociedade cujo futuro será formado por uma população de bastardos que terão como herança uma cidade dominada pelo caos.


José Elias Aiex Neto PR / Foz do Iguaçu 07/09/2009 22:15
O que ficará na memória...Sou de uma geração que teve o privilégio de crescer ouvindo Caetano, Gil, Chico, MIlton Nascimento, Mercedes Sosa e tantos outros poetas que deleitaram e deleitam os nossos ouvidos com letras melodiosas, algumas das quais não deixaram de transmitir conteúdos com apelos sociais. Aos 57 anos de idade ainda gosto de ouvir Chico cantando "Vai passar" (como realmente passou o período negro da ditadura militar) e Mercedes Sosa reafirmando sua fé em prol de uma realidade melhor em "Todo cambia". Fico imaginando o que deverá ficar na memória de um jovem que tenha 17 anos hoje daqui a a 40 anos, quando ele tiver a minha idade, e descobrir que não sobrou nada a não ser letras esdcatológicas como as que escuta hoje. Qual será a poesia que restará para a geração atual no futuro? Mais do que discutir a vinculação dos bailes funk com o narcotráfico no Rio de Janeiro, penso que temos é que discutir o futuro de nossos filhos e netos dentro da perspectiva da poesia. Será que eles ouvirão Tom e Chico cantando "Sabiá" que deu um alento a todos os que foram exilados do país ao dizer "vou voltar, sei que ainda vou voltar, para o meu lugar". Será que saberão que Geraldo Vandré foi perseguido pela ditadura militar porque fez versos imortais como "vem, vamos embora, que esperar não é saber, quem sabe faz a hora, não espera acontecer". Será que, tendo esquecido Raul Seixas lembrarão pelo menos de Cazuza, que apontou que "a sua piscina está cheia de ratos". Triste futuro o dos nossos jovens atuais.


Nathalia SP / São Paulo 07/09/2009 21:09
Ainda bem que nem todos gostam desse tipo de cultura.Para quem tem memória, vale lembrar que o saudoso Jornalista Tim Lopes, foi morto por denunciar as barbaridades do Funk numa favela do RJ. As "garotas" dançando de forma indecente essa cultura.Lembram?? Foi morto de forma cruel e covarde. Local este onde a droga corre solto e com o Funk a venda só aumenta. Isso não é novidade pra ninguém.Infelizmente é muito menosprezo por quem tem cultura de fato. Mas infelizmente quem tem cabeça pequena, e adora baboseiras é maioria. Por isso venceu.Isso vai dá muito voto a políticos.Esse foi um péssimo trabalho em benefício do povo.


JOSÉ DO RACIOCÍNIO BA / Salvador 07/09/2009 20:35
TEMPOS MODERNOS???!!!!O candomblé já foi perseguido pela polícia a mando das autoridade e o mesmo já aconteceu com as "rodas" de capoeira. Me respondam quem tem competência junto ao assundo. O candomblé aproxima as pessoas à Jesus Cristo?, a copoeira é esporte olímpico?, o funk é música?, Frank Sinatra e o Tom Jobim dariam uma boa dupla de MC's? Isso é política de reeleição, quem vir a Salvador não pise no Pelourinho, é um lugar fédito, cheio de usuários de crack, com um monte de "artesões" que nunca tomaram banho, que vão lhes assediaram, mas Emtursa vai lhe iludir dizendo que o Pelô é lindo!. O mesmo as "autoridades" aí de RJ dizem das quadras de escolas de samba, da roçinha, da lapa e dos bailes. Já assistiram o filme Pague para entrar e reze para sair?


Diego Hag RJ / Rio de Janeiro 07/09/2009 18:14
Não é cultura!Moro num bairro onde a cultura Funk predomina e posso garantir que não existe lei do silêncio! Sobre as letras, é claro que existem excessões, no entanto os mais populares são os de letras vulgares e apologia! Isso é um fato! Um dos maiores agravantes é a mente pequena das pessoas que escutam. Outro dia vi na minha rua uma menina de 12 anos amamentando enquanto ouvia o funk citado no texto. Isto é um absurdo. Há anos atrás o funk era mais inocente, falava de amor, tinhamos Claudinho e Buchecha com letras legais. Hoje em dia virou uma grande bagunça. Não é manifestação cultural! Não é cultura de forma alguma!


Paula Máiran RJ / Niterói 07/09/2009 17:15
So pra esclarecerCara Ruth de Aquino, Há leituras possíveis em torno do tema do seu artigo. Antes de tudo, é preciso lembrar que já há a Lei do Silêncio e a Resolução 013 da Secretaria de Segurança Pública para regular a realização de eventos com música, de qualquer gênero. A lei que acaba de ser revogada, além de redundante, só tem promovido censura discriminatória e preconceituosa de uma manifestação cultural popular. Outra coisa: o funk não inventou a pornografia ou a apologia ao crime. Há disto ou daquilo em todo gênero musical. Mas a censura oficial apenas empurrou nos últimos tempos o funk para a extrema marginalização. Bom lembrar ainda que só nas favelas o funk tem enfrentado a censura policial. Nas boates da Zona Sul e espaços culturais de classe média, o funk nunca parou de tocar, inclusive em suas versões mais pornográficas. Nas favelas, o chamado funk do tráfico também nunca parou de tocar, às custas de muito "arrego" pago a policiais em desvio de conduta. Portanto, só o jovem pobre, negro e favelado é que tem sido proibido de curtir o funk. Se eu fosse a senhora, pesquisava mais sobre as letras de funk existentes. Muitas delas retratam com criatividade e arte a realidade de desigualdade social, de miséria e violência na favela, e revelam ainda a inteligência e o senso crítico dos seus autores, jovens, negros, pobres, favelados. As leis recém-aprovadas garantem o direito à liberdade de expressão. Porque "paz sem voz é medo".


DJ Marcelo Negão RJ / Rio de Janeiro 07/09/2009 16:40
Leia com atençãoO Funk hoje é uma manifestação cultural em todo o Rio de Janeiro , em todos os eventos ,sejam eles pagodes , sambas e etc... sempre tocam funk , infelizmente o que alguns Mc´s , DJ´s e produtores estão fazendo com o funk é uma covardia , Existe muita musica letrada e com muita qualidade e até muito prostesto social em relação ao que a favela e o povo favelado sofre ,que acaba sendo oprimida pelo mercado fonólogico e até pela própia mídia que insiste sempre em mostrar o lado negativo .São gerados mais de 10.000 empregos diretos e indiretos com o Funk , 50% da população que sai de casa para cutir algum evento, ouve funk ,O funk movimenta mais de Três milhôes de reais por mês e com certesa é um saldo muito positivo para o PIB e sem utilizar um centavo do dinheiro público . Hoje o turista que vem ao Rio quer ouvir samba e funk (Brazilian eletronic music) Agora quanto aos proibidões e pedofilia isso é um assunto para o Ministério Publico, o qual todos temos o direito e um dever como cidadão de denúnciar esses criminosos que estragam toda uma cultura .Só criticar sem mostra um caminho é muito fácil , e essa é a pior das covardias , "pré-conceito" que é o conceito sem informação ou informação unilateral , precisamos agir sim : de forma respeitosa sem que se ofenda os chefes de familia que trabalham sério e vivam do funk ,segue ai o link do Ministério Público : www.mp.rj.gov.br/portal/page/portal/Internet/Servicos/Ouvidoria_Geral


Débora PE / Recife 07/09/2009 15:27
Coisas de BrasilPerfeito este texto. Simplesmente perfeito! É realmente um absurdo ver todas essas leis aprovadas, parecem que vieram pra fazer o contrário de tudo. Isso chega a ser crime... as leis brasileiras atualmentem protegem os criminosos e ferram os inocentes. ¬¬ Coisas de Brasil.
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miriam de Lourdes. SC / Tubarão 07/09/2009 10:20
danzando com lobos;(com Z)Como si não fosse..demais ; para nois ...sofridos ; .leitores assistir impavidos ,o senhor collor ;repudiadissimo por ....a moral ;a etica ;e as boas costumes .,..agora ...apos una vasta "obra..literaria"..ele tá rindo ....da nossa cara ...Osenhor Lorio ....me perdoe ...mas ...dom de síntese ? "discurso inteligente"hummmm vaoms ..a preparar ...nosso espirìtu ja ja; todinho . o Senado .vai ..frecuentar academia de Inmortais ...ate eu vou aproveitar ...rsrsr ..sendo chilena ..escrevo ....como o rey Roberto carlos ....meu portugues ...ruimmm...Fernando Collor de Mello ....cria vergonha ...vai faser Funk cultural ....nas favelas Alagoanas.; que pais e esse?...tengo duas meninas de 15 ....e meninas o novinhas?."


Caio César PI / Teresina 07/09/2009 09:06
Cultura de que?O mais inacreditável é que esse tipo de lei é cumprida,ao contrário de muitas outras leis de proteção a sociedade que permanecerão eternamente no papel.É uma vergonha aprovarem uma lei de incentivo à pedofilia,prostituiçao,tráfico de drogas.E ainda por cima dar o nome de manifestaçao cultural.
Umbelina PI / Floriano 07/09/2009 00:35
Essa lei é um incentivo à pedofilia e às drogasGostei de seu texto. Você disse exatamente o que penso. Acho que certamente existe muitos interesses de quem defende essa "cultura", depois, não se pode admirar do aumento dos casos de pedofilia, prostituição infantil e do consumo vertiginoso de drogas a cada dia, não depois de todo o incentivo dado e agora, na forma de lei.


Luciano SP / São José dos Campos 06/09/2009 21:51
Triste CulturaRuth, a matéria é ótima, infelizmente nosso país vive sem memória e Cultura, pois, todas as vezes que surgem ritimos medíocres na música brasileira eles se valem de alguns loucos que tentam fazê-los como tranpolim eleitoral. O que mais me causa espanto, é que o Rio de Janeiro, berço Cultural do Brasil (Bossa, MPB, Jovem Guarda, Teledramaturgia etc) se rendeu a esse ritmo (Funk) como o melhor do mundo. Não estou sendo preconceituoso com o Funk, em SP o Rap é muito comum, porém, sua conotação não é danosa às famílias, ao ponto de incentivar a prostituição e o tráfico de drogas como é o Funk. Será que o Rio continua lindo??? Dessa forma nossas futuras gerações não saberão o verdadeiro sentido desta frase. Fico feliz em ler um artigo que mostra que ainda temos pessoas preocupadas em manter a identidade cultural do país, principalmente do Rio de Janeiro, porque um povo sem cultura é um povo sem identidade e sem ela não somos nada.

Monica RJ / Rio de Janeiro 06/09/2009 18:47
CONCORDO PLENAMENTE"Eu queria que inhame fosse uma raiz. Que os bondes fossem aqueles sobre trilhos. Que as novinhas continuassem a ser meninas. E que Nem não passasse de um advérbio de negação. " ELA TÁ CERTISSIMA!

Bridgitte RJ / Rio de Janeiro 06/09/2009 18:35
CULTURA?!?!? Faça-me o favor...Baile Funk é amoral! Criminoso! Egoísta! E por ser mantenedor destes inescrupulosos e nojentos seres detentores de poder, mais uma vez o 'podre' foi alçado à categoria de 'bacana'. Agora que liberou geral, cuidado prá não montarem uma quadra ao lado dos seus condomínios na Barra, senhores 'podríticos', ou mudem-se para uma redoma espacial!! Prá quem gosta de 'cultura' e aceita novas manifestações, tentem morar ao lado de um baile, e rezem prá amanhecer!!!!!!!

Elaine RJ / Rio de Janeiro 06/09/2009 16:52
Viva a Cultura Brasileira.!!!!!!!!!O mal do Brasileiro é querer comparar-se ao Americano, Funk americano é cultura, porque é superior em termos de letra, dança, vestimenta, comportamento, em tudo.Cobram tanto da polícia. Como é que ela vai agir em relação a esses bailes, caso receba denúncia de arruaças, drogas, estrupos, e tudo mais.???? Simplesmente não vai poder agir, nem prender ninguém.Vai ouvir que isso é Cultura.É brincadeira o exemplo que os políticos dão a esses jovens, onde maioria não tem nem o segundo grau. Essa é a cultura que eles estavam esperando, para voltarem a aprontar das suas.

helena RJ / Rio de Janeiro 06/09/2009 16:39
Essa cultura, tira a moral dos pais em proibir que seus filhos frequentem esse tipo de coisa.....Isso com certeza vai dar voto a alguns políticos, as eleições vem aí. Vai atrair mais o turismo. Pois o Brasil é visto como o país mais sexual do planeta. É disso que político gosta. Voto na urna e caixa cheia. Sem contar que foi um soco no estômago de muitos pais que brigaram com seus filhos(as), para não irem a esses bailes, porque todos nós sempre soubemos a finalidade disso. Legalizar isso como cultura é desestimular quem estudou e estuda. E principalmente mais um balde de água fria nos professores desse país. Só falta incluir isso como matéria escolar.Não é cultura.???É tirar a moral dos pais em proibir que seus filhos frequentem esse tipo de evento. É lastimavél. Mas é a Cultura e mais uma herança do PT para a sociedade.


luthero lopes SP / Duartina 06/09/2009 16:09
dèbora e danieldèbora do rio de janeiro,e daniel de são gonçalo eu acho que sei o que voces estão sentindo.è asco e vergonha de ser brasileiro.esse è o efeito lulla prà quem è alfabetizado.na proxima eleição ,mais atençAo.abraços fraternos de um paulista tambem envergonhado


luthero lopes SP / Duartina 06/09/2009 15:54
è da natureza do ptos cariocas de bem estão envergonhados.funk oficializado è demais.envergonhados pelo funk e pelo voto dado a sergio cabral,cumplice de lulla.è da natureza do pt."faiz parte".lulla,zè dirceu,mercadante,suplicy chafurdam na lama da corrupção desde a fundação do pt.apoiar sarney è moeda de troca.ninguem vai preso e o caixa2 do pt e do pmdb se enchem de grana.è uma prostituição oficial.o senador Flàvio Arns não aguentou tanta podridão.VOMITOU E SAIU DO PT>MAS O MANDATO È DELE.SAIU POR JUSTA CAUSA>

O BONDE DO FUNK AGORA É CULTURA

RUTH DE AQUINO
é diretora da sucursal de ÉPOCA no Rio de Janeiroraquino@edglobo.com.br

Mas se liga aí novinha, por favor tu não se engane. Abre as pernas e relaxa. Que esse é o Bonde do Inhame. Que esse é o Bonde do Inhame. Esse é o bonde dos cria que enfogueta as novinhas. Esse é o bonde dos cria que enfogueta as novinhas. Vai na treta do Nem que a Kátia tá também eeemmm. Larga o inhame na Silvinha.
Essa letra edificante é exemplo tosco de um funk – o ritmo oficializado na terça-feira como “manifestação cultural” no Rio de Janeiro. Na Assembleia Legislativa, o funk saiu enfim da “tutela da polícia” e passou para o campo da Cultura. Agora, é ilegal a repressão policial aos bailes.
Eu não conhecia o “Bonde do Inhame” até uma semana atrás. No engarrafamento do Túnel Rebouças, no Rio de Janeiro, um motorista sem camisa fazia ecoar o batidão pelas janelas escancaradas. O asfalto tremia. Quem tinha criança no carro despistava para não traduzir “enfoguetar as novinhas” ou “ir na treta do Nem” – chefe do tráfico da Rocinha. A letra fazia apologia do tráfico, das drogas e da pedofilia.
Antes que os amigos do funk, os deputados, os acadêmicos e os jornalistas do funk digam que sou de elite e não gosto de “som de preto, de favelado, mas quando toca ninguém fica parado” (“Som de preto”, de Amilcka e Chocolate), queria dizer que nada tenho contra o funk popular e inocente. Tocado sem encher o ouvido alheio.
Entendidos dizem que o funk nasceu do cruzamento da cultura pop e da música negra americana com o cancioneiro popular nacional. “Existe muito preconceito. Acham que funk é coisa de favelado e estimula violência e consumo de drogas”, diz a antropóloga Adriana Facina.
Minha manicure vive na Rocinha. É mãe de uma menina de 9 anos. Perguntei o que ela acha da lei que torna o funk um movimento cultural.
“Cultura? É obscenidade, isso sim. Aqui em casa meus filhos estão proibidos de escutar ou cantar funk. As letras são pornográficas. Fico impressionada com mãe que deixa a filha ir nos bailes, de shortinho, top, tudo de fora, sainha sem nada por baixo. No fim dos bailes, todo mundo doidão, porque tem droga livre, botam funks pesados. Tem baile de domingo pra segunda até 7 horas, como se ninguém trabalhasse.”
Quem vai reprimir, no Rio, os bailes que fazem apologia do tráfico e da pedofilia?
Queria ver os intelectuais do asfalto morando ao lado de uma quadra com o pancadão varando a madrugada. Se a elite tem direito à Lei do Silêncio, por que os pobres têm de ficar surdos?
Para proteger minha amiga, não posso publicar seu nome. Todos têm medo. Mas, não é cultural? Quem desvirtuou o funk foram os chefes dos morros, não a sociedade civil. Eles se apropriaram de um ritmo legítimo. Hoje, muitos favelados associam funk a bandidagem.
Injusto generalizar. Mas quem fala não é elite. É mãe, trabalhadora, sem coragem de apoiar publicamente a repressão aos bailes. Qual seria o resultado de um plebiscito anônimo nas favelas?
Algumas músicas, vendidas em CDs por camelôs ou tocadas nas ruas, me foram enviadas por moradores de favelas. As letras são chulas, baseadas em estribilhos. Aí vai um exemplo: "Ela vira de frente e vem assim,…Vem x…eca, vem x…eca, bem gostosinho. Ela vira de costas, ô, empina pra mim, ô e vem assim. Vem c…inho, vem… (voz de menina) Você quer meu c...? Você quer minha b…?” (repetida ad nauseam). O funk diz sofrer o preconceito que o samba já enfrentou. É sacrilégio comparar o samba com letras de mulher-fruta e créééu.
O lobby da periferia terá de recuperar a imagem do funk nas comunidades. Adianta só condenar no microfone quem incita a crimes? Os líderes do movimento precisam expurgar quem demoniza os bailes. Um dos autores da lei que tira o funk das sombras, o deputado Marcelo Freixo (PSOL) sugere que o ritmo seja “instrumento pedagógico nas escolas”. Propõe “oficinas profissionalizantes de DJs”.
Não faz sentido mesmo vetar um gosto musical. Ou fechar os olhos a um fenômeno que movimenta R$ 10 milhões por mês no Rio e gera milhares de empregos, segundo a Fundação Getúlio Vargas. Mas que se instalem banheiros químicos, câmeras e isolamento acústico, que se proíbam os proibidões. Que se controlem horários. E se fiscalize o consumo.
Eu queria que inhame fosse uma raiz. Que os bondes fossem aqueles sobre trilhos. Que as novinhas continuassem a ser meninas. E que Nem não passasse de um advérbio de negação.
COMENTARIOS DOS LEITORES:

Paulo SP / São Paulo 08/09/2009 14:19 É complexo...Oi Ruth, acredito que seu texto foi oportuno sim, e concordo com muito do que você colocou (principalmente sobre o intelectual morar ao lado de um baile funk - ótimo!), porém, ainda questiono sua eficácia. Digo isso pq noto que o tom das mensagens do forum giram em torno de "é cultura/não é cultura". Não creio ser tão simples assim definir as causas desse fenômeno das periferias. Tome como exemplo o "gangsta rap" norte-americano. Se vc procucar na internet vai encontrar coisa igual aos proibidões. Há vídeo clipes que são verdadeiros filmes eróticos, onde mulheres são usadas como objetos. E vc há de concordar que a situação dos negros norte americanos é bem melhor do que a dos favelados cariocas - ao menos no que diz respeito a oportunidades. Então, será que só a omissão do estado e o oportunismo de bandidos é suficiente para gerar esse produto? E quanto aos modelos, exemplos a serem seguidos? E quanto à sociedade do espetáculo na qual estamos todos inseridos? A futilidade, mídias que gastam horas dando voz a pessoas vazias, falsos moralistas? O proibidão é um insulto, mas também é um grito de socorro. Abs
Claudia RJ / Niterói 08/09/2009 14:18 Sim é cultura. Daqui pra frente também será informação e lazer....O Funk hoje (sempre) é acusado de todos os problemas que há anos vêm se arrastando pelo Rio de Janeiro. Sabemos que grande parte dessa ojeriza, é porque as pessoas associam o ritmo ao tráfico, reclamam do alto volume das músicas até altas horas da madrugada e do seu conteúdo. Antes o funk era "fuzilado" por falar da realidade, política e situação das favelas, agora por apresentar uma linguagem obscena e vulgar. Os excessos existem sim, é preciso combatê-los, não somos funkeiros alienados e muito menos precisamos de gente passando a mão em nossa cabeça. Agora, afirmar que o funk é o grande vilão e o causador de todos os problemas do Rio, também é excessivo. Tráfico, pornografia, pedofilia, volume alto etc... existem antes do funk virar a bola da vez. É tão claro como certo, que o problema vai além disso. A grande verdade é que a maioria não tem nenhum envolvimento com nada ilícito, são pessoas responsáveis por famílias que precisam trabalhar, como qualquer ser humano idôneo que preza por seus direitos. Se o funk se encaixar nas regras dos "policamente corretos" continuará sendo perseguido, pelo simples fato de propagar a voz, cultura e diversão das favelas. Tenho lido vários depoimentos e comentários preconceituosos, isso para mim não é "discussão" sadia. A maioria sequer conhece a história e a luta da APAFUNK, apenas comentam porque odeiam o funk por si só.
ruth de aquino RJ / Rio de Janeiro 08/09/2009 12:47 Oi PauloSabe, o que a coluna despertou de repercussão e debate, o número de emails que estou recebendo, também de DJs, mostra que o texto foi oportuno. De que adianta eu começar a discutir as causas que levam jovens da periferia a adotar tal estilo musical? O problema não é a música em si - mas a apropriação deste ritmo por traficantes e bandidos, e o uso dos bailes para aliciar e corromper os mesmos jovens. Claro que não são todos, mas isso existe, e os próprios estudiosos e defensores do funk admitem. Sabemos todos quais são as grandes causas - a omissão do Estado nas comunidades carentes - a falta de perspectiva e opções de lazer de jovens - a sensação de viver na marginalidade. No Rio a prefeitura começou um processo (enfim!) semelhante ao da Colômbia, com "pacificação" das favelas, censo, títulos de propriedade, saneamento, contenção, demolição em áreas de risco ou favelas, gabarito, contas de luz, gás e tv a cabo, postos de saúde, ginásios esportivos etc etc. Mas isso não justifica que se assista de camarote a essa proliferação de bailes que incitam a crimes e não deixam o trabalhador dormir!!! Por que o rico pode chamar a polícia quando o vizinho faz barulho com uma festa? E os funkeiros se comportam como se não estivessem nem aí para o sossego alheio? Eles sabem que o morador tem medo de reclamar. É preciso sim disciplinar os bailes funk e proteger os jovens. E eu não quero ouvir essa letra no volume máximo no carro ao lado como se fosse a coisa mais normal e legal do mundo.