segunda-feira, 18 de agosto de 2014

E AINDA TENHO MUITO A DIZER PARA E SOBRE ADRIANA FACINA.



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Ainda tenho muito a dizer para e sobre Adriana Facina. 
Mas por agora é isso:

Meu respeito admiração e a feição por ela continuam as mesmas, apesar dos não pesares.
Então,agora sobre afirmações dela no texto/desabafo publicado no livro ACARI CULTURAL. Vou comentar aqui só que se refere a mim pessoalmente. De principio é preciso que os futuros leitores do livro saibam que o tal Vice-coordenador do projeto a que ela se refere sou eu mesmo: Deley de Acari.
Sobre o projeto de funk com o Favo de Acari: Desde que me afastei do Centro Cultural Areal Livre, em 2003, nunca mais havia tido o controle sobre qualquer entidade com CNPJ em Acari. Por isso, por varias vezes, projetos de que participei, dependeram de entidades guarda-chuva.

Quando o projeto de funk foi elaborado por Adriana, a APAFUNK ainda não existia e a solução foi recorrer a escola de samba Favo de Acari.
Sabedores de a diretoria de escola de samba era toda enrolada com relação a finanças e prestação de contas, os lideres do “movimento funk acari” resolvemos por um compas, MC Liano, como responsável pelo projeto. Ao perceberem que não teriam controle sobre as contas do projeto, alguns diretores da escola de samba, atrasaram bastante a entrega de documentos da entidade inviabilizando o projeto.


Foi por conta dessa má experiência que 10 funkeiros de Acari, mais o Mano Teko, resolveram o ocupar o prédio onde onde funcionava, até 20 de Julho de 2010, Odpo de Acari. Iniciativa da qual, ao contrário do que Adriana esta informada, eu não participei e só soube dela no dia em que estavam grafitando meu nome no muro do prédio.
Tive sim um participação ativa, mas temporária, era o único não funkeiro do Coletivo, e discordei da maioria dos encaminhamentos por isso me afastei. Então; Nunca administrei o CCPR. Fiquei apenas como dinamizador do Cachasarau.



SOBRE SELEÇÃO DOS ESTAGIÁRIOS:

Com relação a divulgação, boicotada segundo Adriana, da minha parte, convidei oito pessoas:Cinco universitárias que gostaram do projeto, mas ou estavam trabalhando ou fazendo estágio ganhando muito mais que os 300 Reais de bolsa do projeto de Mapeamento Cultural de Acari. Tres delas, com ecino médio,uma por coincidência encontrei a agora á pouco, mandaram currículo por er-mail, para Adriana, e até agora aguardam resposta.
O artista a que Adriana, se refere, não só não quis participar do projeto, como não fez nada, contra ou a favor, da divulgação,como não participou desde o inicio, não tinha como boicotar a divulgação. Ele era apenas uma das oito pessoas convidadas por mim. E tal como as outras três possoas foi avisado por mim da sua não aceitação no projeto.


Sobre a questão da divulgação é o que tenho a dizer. Acredito que o MC Pingo, o Mc Liano e o MC Teko, que também ficaram responsáveis pela divulgação, terão algo a dizer sobre a acusação de boitcote.
Sobre a informação dada pelo direitos da Associação de Moradores, de que na houve divulgação, crendo na boa fé dele, ao informar Adriana, o que tenho a dizer é que,tanto eu como Pingo e Liano, conhecemos bastante pessoas com o perfil, exigido para estagiário do projeto, que fomos de casa em casa, se precisar colar centenas de cartazes pela favela. Creio que a maioria não aceitou pelos motivos que já expus acima.



Não pedi pra ser vice-coordenador, na verdade, só tenho a 3ª primária e ganhar mais que estudantes universitários me constrangia.
Durante os tres meses que fiquei no projeto recebi, 600 Reais por mês. No total 1.800 Reais, destes empreguei 1.500 Reais n compr de material esportivo pra escolinha de futebol, que não tinha nenhum tipo de apoio.


COM RELAÇÃO AO PAPEL DE AGENTE DÚPLO:


Desde o inicio defendi o Mapeamento Cultural em Acari e continuo defendendo a importância dele para a comunidade. Me indispus pessoalmente com o artista a que Adriana se refere por causa do Projeto. Eu ele, somos amigos há mais 16 anos, realizamos alguns projetos juntos, discordamos politicamente em muitas coisas.
Temos tido vários arranca-rabos por causa dessa discordâncias. O arranca-rabo sobre o Mapeamento Cultural de Acari, talvez tenha sido o principal motivo do meu afastamento do CCPR. Depois de uma certa idade, a gente aprende que é melhor perder a razão do que perder a amizade. Já que em alguns casos 

Paulinho da Viola tem razão quando diz: “ Que a razão esta sempre com os dois lados.”
Quem fez com que Adriana “descobrisse” alguns meses depois, que detonava o projeto, ao mesmo tempo que o defendia da boca pra fora,interpretação minha, ou ouviu o galo cantar sem saber onde, ou usou de ma fé. Seja porque tenha agido assim, com certeza deve estar feliz por ter contribuído para acabar com uma bela amizade e relação de carinho e respeito entre mim e Adriana.


Com relação o suposto boicote a reunião de Adriana com Dona Isabel, mãe de santo: No dia que a reunião entre as duas foi marcada, foram marcados duas outras atividades: uma atividade de ação social no mesmo espaço em que aconteceria ao reunião sobre o Projeto de Lan Hause da Pamela, e houve uma jogo de futsal feminino, em Piedade, do time que eu e Tiaguinho, do Menores do Funk,éramos treinadores.

O tempo para a reunião portanto era pouco e a reunião com Dona Isabel muito importante: Dona Isabel estava muito chateada com o projeto do livro AS CORES DE ACARI, por não ter ganho um exemplar do livro. E não queria mais dar depoimento a ninguém de fora. Só aceitou a começar a conversar com Adriana, depois que soube que ela também é do Axé, apesar de ser professora universitária. 


Depois então, decidiria de daria depoimento ou não. tal encontro demandaria pelo menos umas quatro horas. Razão pela qual, como vice-coordenador, estando dentro de Acari,tomei a iniciativa de desmarcar a reunião, e aguardar uma nova data na agenda. Adriana se sentiu “ferida” na sua autoridade de chefe, sem levar em consideração que quem esta no “campo” é que sabem se é necessário ou não fazer mudanças diante de imprevistos.
Lamento ter sido acusado de gente duplo pro Adriana Facina. Tal acusação marcada pra sempre num livro, vindo de um pessoa que fez um apresentação tão carinhosa num folheto, do Tortura Nunca Mais, quando recebi a medalha Chico Mendes, é bem dolorosa.


Agente duplo, na época de ditadura militar, era dedo-duro, traidor, caguete. Fiquei dois dias preso no Doi-Codi, fui torturado pra dedurar colegas de teatro, mas não entreguei ninguém.


Agente duplo na favela e x9, verme.
Ficar num livro sobre cultura de Acari, como dedo-duro, traidor,caguete, x9,verme, fixado por um academica brilhante como Adriana, além de doloroso é imperdoável, pra mim mesmo.

COM RELAÇÃO A LISTA RESTRITA DO PROJETO E VAZEMENTO DE CONVERSAS NELA.

A lista tinha uma nove pessoas, entre os participantes de fora e de dentro de Acari. Quando li vários textos no facebook criticando Adriana, na maioria das vezes, deslegante e grosseiramente, escrito pelo artista comentei num e-mail com ela sobre a falta de ética do mesmo, até então amigo em comum, meu e dela.
Ela me acusou dizendo que falta de ética era eu ter passado a ele, coisas da lista restrita do mapeamento. De imediato disponibilizei a ela meu e-mail e minha senha no Yahoo para que ela verificasse ela mesma todas as minhas mensagens que naquele momento tinha mais de 700.


Esclareci a ela, que este amigo artista também tinha a minha senha já que foi ele quem me ajudou a abrir o e-mail no Yahoo há cerca de sete anos.
Além dele, e antes de Adriana, tiveram acesso a minha senha no Yahoo as seguintes pessoas: Mano Zeu, que me ajudou a fazer o Orcut, Claúdia do Funk Raiz e Maria Pupin, fotografa que me ajudou a postar varias fotos no Ourkut.


Só voltando, com relação ao projeto de Lan Hause, da Pamela: minha atrito com ela,se deu da minha parte, não pelo projeto em si, nem por ela, mas pelo seguinte motivo: o Coletivo do CCPR havia decidido a não trabalhar com qualquer projeto governamental,e Pamela sabia disso, estranhei que tivessem aceitado o projeto, e marcado uma reunião justamente no CPPR.
Fiquei indignado com essa contradição já que defendera varias vezes que o 

Coletivo, não só participasse de editais, como se legalisa-se tirando o CNPJ. Fui voto vencido varias vezes na proposta e de repente vejo, depois da minha saída, o Coletivo mudar de idéia.


COM RELAÇÃO A TV ESTRANGEIRA:


Colaboramos com companheiras e compas suecos que já haviam e vem nos ajudando há bem mais tempo da feitura do documentário. Uma filmagem que durou dois dias e já estava marcada há três meses.
Por um sobreposição de agenda o “cachasarau” em homenagem ao poeta hélio de Assis foi marcada no mesmo dia, como as filmagens foram feitas durante o dia, e o chachasarau só rolaria depois das 20h na haveria problemas. Estava mais ou menos acertado que a equipe de filmagem do “mapeamento cultural” apenas faria tomadas do sarau.


Quando cheguei o CCPR para organizar o sarau, os meninos do mapeamento já estam entrevistando hélio no 2º andar, com a câmera virada para onde fica uma vigia do tráfico, há 100 metros do prédio do CPPR . os homens armados a quem Adriana se refere foram no CPPR saber se tinha sido filmados e não acompanhar o suposto traficante “dono da favela”. Demorou um pouco para convence-los de que não e não virem a fita.


O suposto “dono da favela” era tão somente apenas, um dos traficantes mais antigos, mas não ocupava nenhum cargo de chefia, nem ocupa. Ele é uma das pessoas mais articuladas e inteligentes e por isso, foi escolhido e aceitou o convite para dar um depoimento, que durou quase duas horas, sobre sua vida, e não sobre a boca de fumo.


Todas as pessoas de fora de Acari, da equipe de mapeamento, como outras mais ou menos ligadas, por amizade a equipe, “cançaram” de ver os chefes do tráfico circular pela favela durante todo o tempo que durou o mapeamento, não me consta que tenha sofrido qualquer ameaça ou constrangimento. Muito pelo contrário, sempre souberam que o projeto de mapeamento vinha de contra-mão ao que “pesquisadores” vinham buscar em Acari. Que o projeto de mapeamento seria importante para divulgar uma boa imagem da favela.



Papo reto: Os atuais “donos da favela” de Acari, são pessoas com nível cultural bem acima da média, dos chefes do trafico no Rio, potencias “objetos de estudo” que qualquer pesquisador gostaria e ficaria tentado a estudar e “lançar” suas teses de mestrado e doutorado. São “malucos” gente boa e tenho orgulho disso, meus amigos pessoais, desde antes de serem traficantes.
Por serem gente boa e meu amigos é que já impedi varias vezes que virassem objetos de pesquisa e matérias especiais de jornais.


Da mesma maneira que ‘eles”fazem tudo o que podem para nos preservar, lideres comunitários e ativistas culturais de qualque possível associação ao tráfico, fazemos tudo para evitar e temos conseguido, que virem “espécimes exóticos” para Academia e para “mídia burguesa de esquerda e de direita. Como já forma Marcinho VP, Flavio Negão e Escadinha.
Me anima a esperança de poder ver-los fora do crime, antes de serem presos ou mortos. Gente muito mais perigososa e famosa que eles conseguiram sair. 


Tenho feito o que posso pra ajuda-los nisso. E tá quase indo.
Como a Adriana não estava em Acari, neste epsódio, que a informou o fez mau e distorcidamente.
Se houve alguém do CCPR ou da equipe local, do “mapeamento” que usou os nomes dos “manos” pra botar terror, vacilou bastante porque sabe que não se usa os nomes dos “caras”, sem eles saberem.


SOBRE A HOSTILIZAÇÃO AO INTEGRANTES DA EQUIPE.

Com certesa houve hostilisação da parte de alguns integrantes do CPPR a membros da equipe. Principalmente da parte do já citado artista. Cabe a ele, e outros integrantes do CCPR se posicionar com relação a isso depois de lerem o texto da Adriana.

Da minha parte, como Vice-coordenador do projeto de “mapeamento” fiz, pela lista restrita, portanto lugar adequado, já não esta havendo reuniões por conta da gravidez de Adriana, criticas a atitude temerosa de começar a filmar a entrevista com o hélio, sem minha presença o de um dos membros da equipe, sem orientação de como e onde e quando pudesse filmar se enquadrar
Que não pudesse sair na “foto”.
Com certeza não os hostilizei. Se assim se sentiram,lamento.

Lamento que: Carol, Patricia, Arthur, Daniel e Felipe, tenham se sentido hostilizados por mim e tenham levado essa reclamação a Adriana, sem antes me questionar pessoalmente.
Lamento e fico triste e magoado, já que sempre fiz tudo para trata-los com respeito e gentileza. Se em algum momento fui hostil com elas e eles, na maioria das vezes fui cordial e respeitoso. Lamento que um ou outro, momento de rudeza tenha sido mais importante que a maioria de tempo carinho.

Por fim volto a afirmar que o projeto de “mapeamento cultural” foi e é importante para Acari,tanto como o filme sobre o mesmo.
Discordo das criticas, mais e menos, rudes e injustas que ´foram e vem sendo feitas a ele.
Tanto quanto a tese de doutorado de Marcos Alvito, quando o documentário de TV sueca/estrangeira, quanto outros trabalhos feitos no a”asfalto” sobre Acari, tem sido, de uma maneira ou de outra, importantes. Tenho varias considerações sobre isso mas que não dá pra focar aqui,num texto que já esta muito grande.


Mas o essencial é que quem quer que seja, que venha pesquisar e fazer trabalhos sobre Acari, saibam que de há muito, por aqui não há tantos “paus-mandados” como outrora. E que há gente, liderança culturais e social com senso critico, pra saber o que é bom ou ruim pra nossa favela, somos bem poucos ainda, mas somos em numero bastante para formar um pequena tropa de choque intelectual orgânica.


Ninguém é “dono da favela”. A favela de Acari, é talvez a favela mais aberta pra filmagens, pesquisas, estudos acadêmicos...
Da minha parte, sei o poder que tenho dentro da favela, e que não é pouco, pra formar opiniões dos moradores, esclarecer coisas, opinar...
Mas não uso meu poder pra fechar a favela, só não me presto a ser a porta de entrada. Há dezenas de outras portas de entrada que não eu, que podem ser procuradas.


Da minha parte continuo aberto a apoiar e colaborar com trabalhos acadêmicos, jornalísticos investigativos sobre Acari, que sob minha modesta, mas apurada, experimentada capacidade teórica e pratica de avaliação, julgue se relevante.

No mais sobre o livro, só li até agora, o texto/desabafo da Adriana para produzir com base nele, o presente algumento.
Devo intervalar a leitura dos outros artigos, com algumas coisas que estou tendo que estudar de imediato. Que ninguem ponha palavras na minha boca que não falei, que ninguem ponha escritos na minha caneta que não escrevi ou vou escrever.

Cada um ou cada uma assuma seu pensamento e sua verbação dele.
quem parir matheus que o embale.


Mas por si só, gosto da existência de um livro e de um filme sobre Acari, assim como o Poesia Em Favela, organizado pela própria Adriana, e os livros do Alvito, um que tem 12 poesias minhas e o outro AS CORES DE ACARI.

No passo que for lendo os artigos, vou escrevendo sobre eles aqui mesmo no Blog, já que provavelmente serão textos tão reflexivos e longos como este. Que portanto não cabem no face book.

Por fim, não percam o lançamento do livro nem sua leitura, como de tudo que foi e tem sido escrito, filmado, dito mau dito, e bem dito sobre Acari.
Desconfiem tanto o bem dito quanto o mau dito sobre Acari.
O bem dito quase sempre vem eivado de sonhos e devaneios sobre nossa favela que na maioria das vezes acabam levando ao Mal Dito que faz muito mal ao que Acari é de verdade e na realidade.
Um traficante poeta escreveu há uns dez anos num muro da favela: “Nossa realidade não se compara ao pior de seus pesadelos”.
Ele morreu sem saber, pois não teve tempo o bastante para ver e vivenciar que: “a realidade de Acari “na real” nem se compara aos melhores sonhos de realidade do asfalto.”

Estava bastante feliz e animado pra ir no lançamento do livro, nesta 2ª Feira, na Travessa Ouvidor, depois que Carol me deu um exemplar ontem no Quilombo.
Leitura do artigo de Adriana, me fez repensar e desistir de ir. Um pouco surpreso e triste com o texto, mas feliz pela existencia do livro e a importância que ele tem pra pessoas, agentes culturais de Acari que estão nele.
Deley de Acari,
Poeta, animador Cultural, ex vice-coordenador do Projeto de Mapeamento Cultural de Acari. Com orgulho sem arrependimento, feliz com o resultado, embora triste com alguns “meios ruins” que não seriam necessários para chegar a um fim não bom.