sábado, 25 de fevereiro de 2012

ACARI,ADEUS,PRA MIM,DE NOVO?

Talvez esteja chegando a hora de sair de Acari, de novo: Moro de favor num apartamento emprestado por uma amiga há 3 anos. Agora ela esta precisando vender o apartamento, e tenho que num prazo de 10,15 dias devolver o imovel a ela. Como ganho 400,00 Reais por mes de ajuda de custo da Associação de Moradores de Acari, pra militancia de Direitos Humanos, fica inviável alugar casa na Favela, já com a valorização dos imovei da comunidade por causa de obras da Prefitura, os alugueis subiram bastante, bem acima do que posso pagar. Além do mais, como a Associação de Moadores depende de mensalidade, muitas vezes, tem que implantar “Lei Seca”, as vezes por semanas, daí que não dá pra assumir, qualquer responsabilidade de contas á pagar futuras. Vím morar em Acari, em 1974, a partir daqui, construí toda uma vida de militancia favelada, negra e poetica/cultural. Ter que sair de Acari, em 1986, foi um duplo trauma: Primeiro pelo fato mesmo de ter que interromper, um inicio de gestão na Associação de Moradores, com varios projetos sonhados, planejados e em começo de por em pratica. Em segundo lugar o maior trauma: Com o falecimento de minha mãe no mes de Junho de 86, ficamos eu e minha irmã, morando na nossa casa com meu padastro. Eu passavava a maior parte do tempo trabalhando como animador cultural de um Ciep, e militando no Movimento Negro e Favelado, ficando pouco tempo em casa. Em Novembro, passei cinco dias fora do Rio, num evento de 20 de Novembro,em Volta Redonda.Foi neste periodo ue, depois de tentar estuprar minha irmã, meu padastro, antes de fugir, vendeu a casa, queimou biblioteca de 800 livros e discos,mais de 300 poesias,minhas seis originais de peças de teatro, inclusive a ue fora censura em 1976, que causou minha prisão e tortura pela Ditadura Militar. Tive que mudar com minha irmã pra Paciencia, Zona Oeste do Rio, onde fiquei até 1991, quando voltei pra Acari. Embora, o motivo de minha quase inevitavel saida de Acari de novo, não seja nada traumatica, nem trágica como foi daquela vez, um mesmo problema volta a me angustiar: Desde a minha volta, pra Acari, em 1991, consegui, recomeçar o caminho interrompido, 5 anos antes, reconstruindo a militancia favelada, a militancia cultural e negra, comecei um militancia na area de direitos humanos e contra violencia policial e retomei a militancia poetica reativando o Grupo Negrícia, Poesia e Arte de Crioulo, além da Escolinha de Futebol. Tudo isso, certamente será interropido de novo, com mais uma saída forçada de Acari. Quando da ultima sáida forçada, eu até acreditei que, mesmo morando fora da comunidade, conseguiria continuar trabalhando nela. Mas a realidade dos fatos mostrou que isso seria impossivel: Tive que pedir transferencia do Ciep onde trabalhava, na Fazenda Botafogo/Acari para um Ciep em Santa Cruz. O trabalho de animação cultural se avolumou e passou a exigir mais tempo e dedicação, bem como a militancia no Movimento Negro tomou mais vigor, exigindo também mais tempo. Daí que, mesmo a esperança de que poder dedicar ao menos dois na dias na semana a Acari, não pode se realizar durante os cinco anos que fiquei fora da comunidade, de 1986 á 1991. Se ao em vez de se um ACARI, ADEUS! Daquela vez, acabou sendo uma ACARI, ATÉ BREVE! Com eu conseguindo voltar pra favela, depois de um longo tempo. Tudo indica que desta vez, além de ser um ACARI, ADEUS, PRA MIM DE NOVO! Será desta vez, UMA ACARI, ADEUS, PRA SEMPRE! Pelo menos é o que a experiencia anterior não deixa duvidas: a impossibilidade de não morando mais na comunidade, me dedicar 24 horas por dia a ela, como tenho feito. Com certesa, voltando pra Paciencia, algum projeto social, vai acabar por exigir bastante tempo de dedicação a ele por lá, além da dificuldade de grana pra passagem pra vir Acari, uma ou duas vez por semana. Jáue não morando mais na comunidade, e não trabalhando, militando e desenvolvendo projetos sociais, nela, não terei, mais direito a ajuda de custo de 400,00 Reais que a Associação de Moradores me dá todo mes, ue mal dá pra por comida em casa,por credito em telefone pagar internet em lan hause e passagens pra cidade pra reuniões, encontros, missões urgntes,etc. Esta parte de um relato tão pessoal, muito provavelmente, tedioso e enfadonho pra quem o vai ler, é no entanto apenas, um prefácio de todo uma história de uma “Começar de Novo” sem saber se vai valer apena, se vai de novo, valer um recomeço fora de Acari. Já que como canta Ian Anderson, num rock do Jethro Tull: Há menos de 3 anos pra me tornar um sexagenário, se sou novo de mais para morrer, sou velho de mais para o Rock. Se estou novo de mais para Acari, estou velho de mais para o Mundo lá fora. Deley de Acari

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

SOBRE O SOBE E DESCE DAS ESCOLAS DE SAMBA DE ACARI

SOBRE O SOBE E DESCE DAS ESCOLAS DE SAMBA DE ACARI A escolas de samba pequenas que desfila nos grupos da Av. Intendente Magalhães de Madureira/Campinho, estão mais ou menos habituadas ao sobe e desce nos grupos de acordo com um bom ou mal Carnaval. E a grande luta foi sempre, primiro, se manter no Grupo onde esta, e depois tentar ganhar o Carnaval. O Carnaval de 2012, não foi diferente pra escolas acariensesIndependente da classificação das duas escolas de samba do Complexo de Acari nos desfiles da Associação das Escolas de Samba do Rio, houve um sobe e desce diferente, que não conta ponto pra os desfiles em Campinho/Madureira, mas conta pra o próprio fazer carnaval de cada escola de Acari, que acaba por contribuir por seu desempenho na Avenida. A Escola de Samba Favo de Acari, por exemplo, fundada há pouco menos de 10 anos, num ficou em menos que o 3º lugar, mas este ano amargou um 7º lugar. Eu, sou fundador da Ala Alambique, que desfilou pela primeira vez no Carnaval de 1978 na Escola de Samba Quilombo, e foi reativada, há uns 4 anos para desfilar nas Escolas de Samba de Acari, e em escolas que abordem temas sociais. A Alambique é formada basicamente por pessoas de fora de Acari, principalmente, militantes sociais, artistas e amigas e amigas estrangeiros que de seus paises costumam, o ano todo, contribuir e apoiar a luta de direitos humanos em Acari e pela promoção social da comunidade.Este ano, Carnaval de 2012, os compoentes da Ala Alambique decidiram há ultima hora não desfilar no Favo de Acari, por varios motivos: Primeiro porque no Carnaval passado, seus componentes, principalmente os “gringos” se sentiram despretigiados e desrepeitados pela diretoria e pelos principais componentes do Favo de Acari, que não deram a menor atenção a presença deles. Em segundo lugar, este ano o fato do Favo de Acari não ter como tema enredo um tema social, criou resisntencia nos componentes da Ala Alambique em desfilar na Escola, mas mesmo a ala ia desfilar, mas o fato de mais uma vez a Ala Alambique, se sentir desrepeitada e despretigiada pela diretoria da Escola Favo de Acari, com a mudança de fantasia, inicialmente escolhida, e depois com a maneira fria, despresivel que a diretoria do Favo, tratou alguns componentes que vieram a um ensaio técnico, inclusive a nova diretoria da Escola de Samba Quilombo, fez os componentes da Ala Alambique, decidir não desilar mais na Favo de Acari, diante do entendimento de que, a medida que a Escola de Samba Favo de Acari foi subindo no mundo do Samba, foi subindo a arrogancia de sua diretoria ao mesmo tempo que perdia a humildade , a generosidade e a capcidade de carinho com que Acari, sempre tratou as pessoas que vem de fora, visitar a comunidade e prestigiar suas entidades, sociais, culturais,etc. Já com relação a Corações Unidos do Amarelinho aconteceu exatamente o contrário. Afastada da Escola de Samba do Amarelinho por dois pelos mesmos motivos que se afastou do Favo de Acari, a Ala Alambique voltou desfilar no Amarelinho este ano. Tanto o tema enredo abordando questão social, como a atenção, o carinho e a hospitalidade com a atual direção da Escola de Samba, deu ao pessoal que venho de fora, desfilar este ano bem como a demonstração de simplicidade, ao em vez de arrogancia, de humildade, motivaram o pessoal de fora a desfilar, e sair satisfeito do desfile. Lembrando que o ano pasaddo, o péssimo carnaval que o Amarelinho fez, desveu-se em muito a maneira com que a antiga diretoria tratava os componentes da comunidade. E as pessoas que vinham de fora. A Alambique não é uma ala de componentes/passistas, nem do Favo de Acari, nem do Corações Unidos do Amarelinho, nem da Escola de Samba Quilombo. Embora tenha desfilado pela primeira vez no Quilombo há mais de 30 anos. A Alambique é uma Ala independente, que não pertence a qualquer escola de samba, bloco ou qualquer outra agremiação carnavalesca. Desde os tempo da Escola de Samba Quilombo, ela foi é formada por uma maioria de pessoas de fora, que de uma maneira ou de outra. Contriubi de alguma forma, contribuem para o bem de Acari,durante todo o ano mesmo vindo a Acari, só no Carnaval. Estte ano por exemplo, desfilaram no Corações Unidos do Amarelinho, compondo a ala, 25 militantes de direitos humanos, integrantes da Ong Justiça Global, da Rede de Comunidades e Movimentos Contra Violencia, do Movimento Ocupa Rio, inclusive tres militantes argentinos. Todo ficaram emocionados e grato pela oportunidade de desfilar no Amarelinho, prometem voltar o ano que vem, no proximo desfile, onde tem certesa que serão tratados com o mesmo carinho e hospitalidade, diferente do que podem encontrar no Favo de Acari. Deley de Acari, Poeta e Animador Cultural, Militante de Direitos Humanos, Coordenador e Fundador da Ala Alambique de Escolas de Samba.