segunda-feira, 27 de junho de 2016

SOBRE A VEREADORA MARIELLE FRANCO OU VEREADORA MARI





1º ASSUNTAMENTO: SER UMA VEREADORA NEGRA DE ESQUERDA ÉTICO, MAS BRANCO, MASCULINO E REFORMISTA.




Toda vez que tiver que falar de Marielle neste texto vou vou chama-la de Vereadora Mari, já que é assim que se tornou comum nas campanhas eleitorais no Rio e, creio, e todo Brasil. Faz assim, se referir ao précandidato um candidato como se ele já fosse eleito. Crê-se que dá sorte.


Muito que bem: a vereadora Mari é candidata pelo Psol,Partido Socialismo e Liberdade, um partido de esquerda, socialista tido como um partido radical, e ao qual, seus críticos mais ferrenhos, também de esquerda, costumam dizer ser um PT com Ética.
Quando foi que o PT passou a não ter ética, no momento em que suas dissidências e contradições internas chegaram a tamanha tensão que se tornaram antogonismo que provocou um racha irrecuperável fazendo que um grupo grande de compas saíssem da legenda e formassem o PSOL?


Não se pode esquecer de que antes dos e das compas saireme formar o PSOL outros compas já haviam saído antes e formado o Pstu e, que, nas plenárias que se sucederam a saídas dos compas hoje no Psol houve um tentativa dos compas do PSTU em puxar pra si estes compas dissidentes petistas. Porque isso não aconteceu, não sei dizer porque, não acompanhei de perto esse processo todo, embora fosse filiado ao Pt.


Creio importante lembrar desse epsódio, porque não me lembro de ter ninguém de esquerda dizer que o PSTU seria um PT com ética, quando os compas da Convergencia socialista saíram do PT e resolveram cria-lo.
Seria porque , nessa época o PT ainda era um PT com Ética?
Não seria o caso, até porque, visto de fora, o PT ainda era um partido com Ética, visto e vivido de dentro, não era bem assim!



Mais a frente, neste texto mesmo, ou noutro, volto ao tema de ética,ou não petista e psolista.

Então: Supondo que o PSOL é mesmo um PT com Érica, o que “daria” uma sigla; Um PTÉ.
Antes de, daqui pra frente assumtar sobre o que significa a vereança de uma mulher negra de esquerda, feminista e de favela, como as das compas, Benedita da Silva e Jurema Batista, claro que não esqueço da compas Daise Nunes, que foi candidata a 
Vice-Prefeita,numa coligação com o próprio PSOL.



Com todo respeito e admiração a compas Daise, vou me restringir nesse assuntamento, as compas Bené e Jurema, não por considere-la menos importante, mas pelo fato de que a critica da própria esquerda de que o Psol um PT com ética, aproxima mais a compa Veeadora Mari, aquelas duas compas, que foram vereadoras pelo PT do que  a ela, embora, também esteja próxima por ser mulher negra e de esquerda.

A escolha desse caminho, no entanto não exclui a companheirada do PSTU de co-assuntar sobre esse meu assuntamento, nem também a companheirada anarquista,principalmente essa que camba para o anarquismo negro e para o afrocentrismo, de esquerda, de direita ou só centrado, sem esquerda e sem direita.
Não podemos esquecer que Opstu já teve uma copas negra candidata a vice-prefeita na chama do compas Marcelo Freixo, branco e de classe média.




Porque a penso assuntar esse assutamento com os compas do anarquismo negro, se  a maioria deles, sequer quer ouvir falar de política partidária? Porque, no seu livro, o anarquismo negro, o compas Lorenzo, numas paginas lá que não me lembro quais, fala em  fazer greve, manifestações, e outros ões cobrar do estado melhoria de vida para o povo negro, enquanto o anarquismo negro não vem e, considerando que o estado não é uma ficção mas é uma coisa invisível que toma corpo e se torna visível nos poderes executivos, judiciário e legislativo e desses e a esse pedaços do estado que contra as quais serão serão dirigidas atos, protestos, cobranças etc pelo movimento de anarquistas negros.



E quando pregam a a luta em vez do voto como única alternativa pra defesa do povo negro favelado, estão com certeza negando a política partidária com outra altenativa válida em implicitamente também negando a candidatura da vereadora Mari e sua importância, não só pra que crê no voto e na política partidária, mas mais amplamente para todo o povo, que deveria lutar ao em vez de votar.
De qualquer forma a política partidária esta bem clara e posta como uma forma de luta, mas “lutar e não votar’ ainda não postou claramente que forma de luta concreta devemos tomar como estratégia.



Por um mês de Junho friorento como esse, há 34 anos atrás, estava bombando a campanha  que levaria a camara dos vereadores,eleita vereadora a compas favelada e negra, nessa ordem, Benedita da Silva. Bené levou para seu gabinete o creme do creme da esquerda, principalmente compas  milititantes negras, femininas. Muitas delasulherada de peso lideranças de movimentos que até tinham muito mais reconhecimento e visibilidade na esquerda do “asfalto” que ela própria: hildesia, do CEP, Lélias Gonzales, do M.N.  embora tivesse conseguido formar uma equipe de mandato tendo como base o movimento social de essquerda, negro, feminista e mesmo liderenças faveladas como Jurema Batista, sue chefe de gabinete era o compas Bola, seu segundo marido, negro, favelado como ela, e um militante favelado á moda antiga, conservador e machista, coma a imensa maioria de nós homens favelados, inclusive negros.



Mas, a verdade é que, o mandato da compas Bené, principalmente, nos seud primeiros dois anos, foi um mandato verdadeiramente popular. Graças a força e a militância ainda não institucionalisada e burocratisada da suas acessória, foi possível organizarmos dois encontros de mulheres negras de favela e periferia e dois encontros de jovens negros de favela e periferia, nesse período. Além de, no dia á dia, o mandato ser uma ferramenta que dava suporte material e financeiro as realizaões de atividades dos movimentos de esquerda, inclusive o negro.
Os dois últimos ano do mandato de Bené como vereadora, foram complicados. Bené se tornou um personalidade negra popular. Saia nos cadernos de variedade dos jornais da grande mídia burguesa, fotógrafos de colunas sociais subiam o chapéu mangueira pra registra-la fazendo seu prato típico preferido, passou a ser a azeitona preta no pastel de queijo branco da esquerda branca, nos debates nas universaidades e mesas de palestras.


Meio que estrela negra meio como vereadora, cada vez mais bem vista com bom olhos pelas elites de esquerda e pelo populismo, passou a ganhar a simpatia do velho caudilho Leonel Brizola,a medida que se institucionalisava e burocratisava o mandato foi perdendo da sua acessória, algumas das lideranças de peso, como Lélia e Hidelsia, que discordavam dos rumos que o mandato de bené toma, principalmente, depois do escanda-lo da falsificação de um diploma de segundo grau pra que seu filho poudesse ser contratado pela camara.



Bené era um vereadora de um partido de esquerda, branco, reformista, machista-lenista trotkista.
Seu mandato pertencia ao partido que a elegeu,e não das dezenas de milhares de pessoas que votaram nela e que de alguma maneira, sastifatoriamente faziam se representar na acessória de sue mandato.
Isso ficou mais evidente quando ela foi eleita pra deputada federal, direto sem se candidatar a alerj.


Indo para Brasilia, levou umuito pouca gente de suas bases no Rio. Isso deu chance que elite dominante do PT criasse uma blindagem aos poucos, em torno dela. Muitas vezes a gente podia chegar no gabinete dela, na camara dos vereadores esperar ela chegar, uma negra ou um negro como a gente, e do mesmo meio da gente, logo nos encaminhava pra falar com ela. Depois da blindagem branca, intelectocrata que o PT criou em torno dela, a gente só falava com acessores brancos, pequenos burgueses, distantes de nossos problemas, que a acessória negra de bené a a própria bene, entendia bem por ter sofrido as mesmas coisas.


A gente, pelo menos a maioria da gente, entendia que o mais certo seria que bené tivesse ao menos mais um mandato como vereadora, ficasse mais tempo perto da gente preta pobre e favelada, e do movimento negro,que em boa parte já a via como uma liderança negra feminina e faminista. Ao dar um salto tão alto, e ter conseguido ficar lá no alto, bené ficou sem pé no chão, sem sentir o chão que pisava com a gente que continuou a pisar nesse chão.


Quando foi eleita vereadora, bené já era um liderança favelada importante. Não demoraria muito, da presidência da associação de moradores do chapéu mangueira, chegaria a presidência da federação de favelas, a essas aturas, meio que enfraquecida politicamente pela traição do MR8 as suas bases, e mais inda pela cooptação populista do brizolismo, que contratou a engessou toda a diretoria da faferj para cargos de confiança no gabinete o vereador Pedro Porfírio.
A pergunta que ficou naquela época, e que volta agora com a candidatura da vereadora mari, é se não seria melhor extratégial bené consquistar a presidência da faferj e se conquistar, fora da política partidária, num campo de luta política de luta de classes e de raça, mais amplo, ao em vez do campo de luta restrito que é a política partidária.
Mas verdade é que só se fez essa pergunta já com bené parlamentar e motivados pelos desvios que seu mandato sofreu.


Como veradora mari já é precnadidata,a pargunta embora seja a mesma, pode provocar respostas diferentes. Mesmo tendo consciência de que ela é uma mulher, jovem negra e de favela, num partido de esquerda burguesa, do asfalto,branco, e hegemonicamente, masculino e neomachista.


A realidade é que a candidatura de mari tá posta dada. A pergunta que, pra mim pelo menos, se faz importante fazer é? Quem será marielle franco, depois de outubro de 2016, eleita ou não? pra ela, pra gente, pro partido a que partence, pro povo pobre negro e branco de uma forma geral, e principalmente para as mulheres negras, pobres e faveladas, as quais ela esta bem próxima, senão junto a elas e com elas.
Essa é uma parte dos assuntamentos que venho fazendo sobre o fato de marielle franco, compas de luta que respeito e admiro, ser candidata a vereadora, a ser a vereadora Marielle Franco.o que havemos de convir, do jeito que as coisas andam mal para o povo preto e branco pobre favelado, não é pouca coisa, embora não seja tudo.
Vou ali por umas langêrie no varal que ta sol e volta já.


Volto inda essa semana com a 2ª parte do assuntamento. Vai dar pelo menos umas 6 partes.



Deley de Acari, poeta negro e animador cultural na Favela de Acari.

sexta-feira, 3 de junho de 2016

DE NEGRO PRA NEGRO COM DIREITO A NEGRA A DAR PITACO. E OS BRANCOS E BRANCAS PRESTAREM ATENÇÃO CALADOS! PAPO RETO: CULTURA DO ESTUPRO. 1ª PARTE.



Havia pensado noutro título pra esse assuntamento: 

O SIM AO AMOR AFROCENTRADO, O NÃO A CULTURA DO ESTUPRO.


Postado só no blog pois lá dá pra assuntar como se fosse na sala de casa de preto ou um chão de terreiro e não numa mesa/púlpito no Salão Nobre do IFCS ou um Anfiteatro da UERJ... Ou o Auditório do Sindsprevi


Esta profetizado e fadado aos meninos negros das favelas serem morrerem rasgados de tiros de 762 ou serem traficantes estupradores antes de se tornarem adultos ou há possibilidades de terem um destino, ou seria ODU, menos trágicos e mais felizes?


Em quem devemos crer, nós negros e negras que somos?
Nos profetas bíblicos do apocalipse?
No oráculo de delfos da Grécia?
Ou oráculo de Ifá ?

O que as artes e culturas devem fazer das favelas? Uma Angola Janga? Uma Pequena Oyó? Uma Pequena Grécia, Uma Londres Elizabetana, ou Uma Jerusalém Néo Pentecostal?

A Juventude negra favelada e da periferia é campas de transformar as favelas de hoje nas favelas que nossos antepassados recentes sonharam e começaram há mais de cem anos antes e depois da abolição?
É possível ainda um mudar a favela de Senzala pra Sanzala.
Senzala era a a construção coletiva onde os escravos dormiam, trancados depois de longas horas de trabalho forçado.
Sanzala era e é qualquer aldeia, na língua kimbundo em Angola. Uma pequena cidade, livre e boa de se viver.


6 de cada 10 negras e negros que estavam nas homenagens aos panteras negras, dia 30 de Maio no IFCS eram, a maioria mulheres, de pele clara.
Todas e todos, inclusive eu, não parecíamos nem  um pouco, porque não somos mesmo, tristes bastardas e bastardos, frutos malditos da Cultura do Estupro!
Ali, eramos sim, porque sempre fomos sim, porque somos e sempre seremos frutas benditas da cultura do amor afrocentrado, mesmo que entre duas criaturas humanas de etnias diferentes.
E a gente que dedico e pela escrevo este texto.

Mais de uma vez foi repetido pelos especialistas, negras e negros, que o auditório estava bonito. E estava mesmo! Mas de onde veio ao IFCS naquela noite, tanta beleza? Era noite e a maioria da estudantada negra só pode estudar a noite e as poucas e poucos ativistas trabalham de dia.

Aquela beleza negra toda, ou quase toda que estava ali venho então pra onde voltaram, vários deram um passagenzinha no bar antes, pras suas casas, na periferia e nas favelas.

Ali, no IFCS, naquela noite memorável, éramos muitas e muitos negras e negros, na sua maioria bem jovens, com um sentimento de estarmos juntas e juntas, uma coletividade negra, e não uma multidão de gente preta do subúrbio amontoada num vagão de trem.
Ali, ao menos, por algumas horas éramos muitos, juntas, juntas e unidas. Mas ao entrarmos em nossas comunidades e bairros, de volta pra casa? Cada uma de nós, uma só, duas ou três no máxímo,  num lugar, onde talvez tenhamos nascidas e criadas, numa família de gente preta, onde talvez sejamos a única pessoa negra que assim se assume.



Chegamos em casa, do trabalho e da faculdade, quantas mais velhas e mais velhos de nossa família ainda temos e encontramos vivos?
No auditório do IFCS entre aquelas duzentenas de “gente negra jovem reunida” havia uns 15 mais-velhos negros e negras militantes do Movimento Negro dos últimos 40 anos, nenhum com menos de 50 anos.
A mesa só fez referencia ao compas ativista negro Ivani dos Santos e a compas branca, americana, pesquisadora e viúva do compas Abdias do Nascimento.


Havia chegado sedo á cidade para participar do ato contra o assassinato dos cinco meninos negros do Costa Barros.
Havia uma maioria de mães, mulheres negras

No ato contra o estupro nas escadaria da alerj haviam umas 500 mulheres de mulheres,não consegui contar mais que 20 mulheres negras. Um ato contra o estupro a uma menina branca, não favelada, cometido por pelo menos 13 meninos negros.