sexta-feira, 3 de junho de 2011

MAR´W/EX-FAVELA: O QUE FAZ DE UMA FAVELA SER FAVELA

A Maré pode não ser o Complexo de Favelas do Rio que concentre o maior número de universítarios e ex-universitários. Mas, com certesa, em que estes estudantes tem, participando, de movimentos sociais, culturais e sociais, tem dado visibilidade a Maré, enquanto favela. Do que eu conheço mais de perto, Bloco Se Benze Que Dá, Cia Marginal de Teatro e CASM, tem jornalistas, cientitistas sociais, psicologos, antropologos, atrizes e atores de teatro, bandas de rock, fotografos, premiados, gente suficiente para fazer de Maré, uma ex-favela de verdade.


Mas, quem procurou essa joventude favelada da Maré pre perguntar ou pra colaborar pra que a Maré fosse avaliada e classificada como ex-favela?
Se, mais ou menos bem conheço essa juventude mareense universitária e ex-universitária, sua faixa de idade varia de 17 á 40 e poucos anos, por aí... A mesma faixa de idade dos tecnocratas, sociocratas, intelectocratas e favelologos das secretarias governamentais, que de seus gabinetes refrigerados,muitos provalvemente só conhecem favela de reletorio e google maps.
Essa gente, do asfalto, muito provalmente passou, antes durante ou depois, pelos mesmos bancos de universidades, partilharam as mesmas salas de aula, os mesmos professores.


Só que ao se formarem o universitários favelados voltam pra suas comunidades, no caso a Maré, penam pra arrumar trabalho, estágio, nas áreas em que se formaram, enquanto os formandos do asfalto, conseguem estágio facil, emprego numa ong que gerem projetos de governo nas favelas, e se abancam na “compentencia e no poder ilegitimo que lhe confere o previlégio de classe, pequeno burguesa e e burguesa”,duma hora pra outra, de forma tutelar, assistencialista e clientelista determinar que essa ou aquela favela, não é mais favela, ou vai continuar sendo favela.


E é isso: Por mais universitários e ex-universitários que tenha a Maré, por mais que esses universitários e ex-universitários mareenses, se esforcem, lutem, criem blocos culturais, carnavalescos, grupos de teatro, museus, casas de cultura, por mais que seja evidente a competencia, sabedodoria, garra, determinação, autonomia, que a juventude mareense empresta, blinda e enriquesse sua favela, sofreraão sempre com esta tentativa de tutela, do asfalto, através de seus governantes, de seus ex-colegas de bancos universitários, e terão que lutar com isso, contra isso, porque é o que é luta de classes, que por mais sutil e dissimulada que pareça, é dominio e opressão de classe, que causas dandos, causa feridos, causa oprimidos, mas também causa a resistencia da classe oprimida, que reage a opressão com as armas que dispõe, as armas da arte, das palavras, da ironia, mas da indgnação, da revolta, e sobretudo da força, de pungente e comovimente solidariedade revoulionaria de uma jovem esquerda favelada, que tem na linha de frente bravas, genrerosas cativantes jovens mulheres guerreiras, como não existe igual em lugar nenhuma desta pais, seja no asfalto, seja na favela.


Meninas ,jovens, mas com intensa e imensa experiencia de vida favelada, como mulheres, negras e pobres. Que aprederam e saber lutar com um sendo crítico e criativo síngular as mulheres como pouco tempo de vida, como intensa vida, como tem.
De uma maneira tanta, que até parece que foi pensando nelas inspirado nelas, prevendo o futuro com elas, talhados por elas, escrever:

"A arma da crítica não pode, de jeito nenhum, substituir a critica da arma, e a força material deve ser destituída através da força material, mas a teoria também se torna força material, no momento em que alcança a força das massas."

Marx, sitado por Peter McLaren, im Multiculturalismo Revolucionário
É isso, depois, escrevo um pouco mais!
Deley de Acari.
Poeta e Animador Cultural
da Favela de Acari

quarta-feira, 1 de junho de 2011

FEMINISMO SOCIALISTA E PRÓFEMINISMO DE HOMEM SOCIALISTA NO RIO DE JANEIRO

relato de experiência pessoal de vida de militância comunista e profeminista.


"Não basta que seja pura e justa nossa causa, o importante é que a puresa é a justiça estejam dentro de nós."

Antonio Agostinho Neto




"Precisamos menos da teorias do que da experiência que é a fonte da teoria...

O comportamento do outro é um experiência minha. O meu comportanmento é uma experiência do outro."

Ronald. D. Laing




"A arma da crítica não pode, de jeito nenhum, substituir a critica da arma, e a força material deve ser destituída através da força material, mas a teoria também se torna força material, no momento em que alcança a força das massas."

Marx, sitado por Peter McLaren, im Multiculturalismo Revolucionário.




"Creio que os camaradas concordam que não é possível haver pró-feminismo de homens sem feminismo, não é possível haver homens pró feministas sem mulheres feministas"

Deley de Acari




Há pelo menos 28 anos venho me empenhando em ser um homem profeminista.Isso desde que, em 1982,num Seminário sobre Feminismo e Direitos de Reprodução, realizado na Assembléia Lesgislativa do Rio de Janeiro, fiz parte de um subgrupo de debate e reflexão formado por homens militantes socialistas e comunistas e negros.

E ainda no mesmo ano de 1982, participei do Grupo de Trabalho Organizador do 1º Encontro de Mulheres de Favela e Periferia do Estado do Rio de Janeiro, encontro este que originou um 2ª Encontro de Mulheres de Favela e Periferia, realizado no ano seguinte, em 1983.

Dai pra cá, até o ano de 2004, minha militância profeminista e comunista ficou difusa, na minha no conteúdos de minha obra poética e de ficção literária, e na militância favelada.




Então, lá pro meiado do ano de 2004 e quase todo 2005, me aproximei, de novo, do movimento feminista esquerdista organizado, mas precisamente, do então Núcleo de Mulheres do PSOL.




Até que por questões pessoais que me afetaram a saúde psicologica e fisicamente, passei a ter atitude machistas e sexistas contras as camaradas de uma forma geral, mas mais especificmanete com relação um uma deeterminada camarada. Na época essa por razões de trabaalho e militancia, essa camarada, era a pessoa do sexo feminino com a qual tinha maior proximidade e convivencia.



No dia 08 de Outubro de 1976 fui preso e torturado durante dois dias no quartel da barão de mesquita. Foram muitos "submarinos" e outros tantos choques nos testículos para me forças a delatar colegas que ensaiavam a peça. Resisti e não soltei a língua. Felizmente minha mãe conseguiu me achar e me soltar graças ao fato de ser diarista de um capitão do exercito. De 1976 á 1986 apesar das torturas na genitália continuei tendo uma vida sexual saudável. No entanto, em Outubro de 1986, cinco meses após o falecimento de minha mãe, meu padastro, por duas vezes, tentou estuprar minha irmã, na minha ausência, claro, enquanto eu trabalhava como animador cultural num Ciep. Agarrado e expulso da favela pelo traficante Cy, meu padastro vendeu a casa e queimou todos os meus livros, discos, pastas de poemas e outros textos.

Em Outubro de 1987, precisamente no dia 8, senti pela primeira vez fortes dores na próstata que durou o mês todo. Passei a sentir as mesmas dores todos os anos seguintes, no mesmo período do ano, embora o resto do ano não sentisse dor nenhuma, e mantivesse um vida sexual, física e pssicologicamente saudavel. Por varias vezes, desde então fiz varios exames de próstata, com toques retais, se que nada fosse constado de errado.

Só quem em Outubro de 2005, no dia 7 deste mes, no dia do meu aniversário, feleceu uma amiga, colega de trabalho de mais de 25 anos, e sete dias depois faleceu também, uma companheira, mulher de preso, com a qual fazia um a oficina de direitos humanos, faleceu também. Concomitante a isso, a camarada de militancia, me presenteou com um bilhete gentil e carinhoso, me felicitando pelo meu aniversario. Poucos dias depois, uma companheira, militante de direitos humanos tentou o suicídio.Foi logo depois destas sequencias de fatos trágicos que atingiram mulheres tão proximas de mim naquele momento, que passei a ter atitudes e comportamentos machistas e sexistas contra essa camarada, paradoxalmente, a unica mulher proxima a mim na época, que gerara algo de positivo, me presenteando com o bilhete.

Não é preciso dizer que, paralelo a isso tudo, passei o mes todo de outubro com as fortes dores na próstata. Com a ajuda financeira de amigos e militantes, consegui faer uma ultrasonografia, no hospital do carmo, ns rua Riachuelo no centro da cidade. O exame mostrou uma próstata de tamanho e peso normais,fico evidente que nada havia de patológico.

Então por indicação de uma amiga, procurei um psicólogo e médico cardecista num centro espirita da tijuca. Antes de qualquer exame fisico, num primeiro exame espiritual, relatei a ele toda minha anaminesé, desde as torturas em 1976 até aos ataques machistas e sexistas á camarada. O diagnóstico foi de que tudo era conseqüência da tortura psicologica que sofri, e também pelo fato de por trágica coincidência, vários eventos tragicos virem atingindo mulheres próxima a mim, no mesmo período de outubro, que vem logo após o dia do meu aniversário.



Ficou claro, que enquanto eu não conseguisse um equilíbrio espiritual entre o espírito e o corpo, todo o mês de Outubro, vou sentis os mesmos sintomas de doença na próstata, embora isso nõ me afete a vida sexual.

Mas, pelo menos tendo tomado consciência disso, eu poderia,com controle de alimentação, de bebida alcoólica, diminuição de carga de trabalho, repouso... as dores ficariam mais suportaveis.

Mas, e com relação aos ataques machistas e sexistas a minha camarada de luta? quis saber do doutor. Infelizmente para o azar dela, ela era a pessoa do sexo feminino que esta nesta época mais próxima de você afetivamente, e você "inconscientemente" passou a pregar nela suas emoções, e agredi-la.

E agora, doutor, o que que eu faço?

Ora, você pode pedir desculpas e alegar privação de sentidos!... desculpe, foi uma brincadeira de mau gosto minha.

Embora, não letalmente, em sem agressão física, psicologicamente, atingi de maneira cruel,com atitudes machistas e sexistas uma camarada de militância, e amiga mais próxima, e quem me dava mais carinho de demonstrações de amizade naquele momento.

Pedir desculpas a ela, e as camaradas do Núcleo de Mulheres do PSOL, indo a elas com o diagnostico do medico espirita debaixo do braço e alegar privação de sentidos, seria além de um enorme canalhisse, reproduzir, o mesmo argumento machista e sexista nojento e covarde que todo homem usa pra justificar, se defender e ser absolvido de agressões a mulheres.

Para um militante revolucionário comunista e profeminista como eu, esta atitude ,seria inadmissível e mesmo sem saber do veredito do Núcleo de Mulheres do PSOL , e aceitar sem tentar reverter, a punição maior de mais dolorida que foi a perda, pra sempre da amizade, do carinho, da gentilesa e generosidade que a camarada a quem atingi, tinha para comigo. Independente de qual fosse o veredito do Núcleo de Mulheres do PSOL, o ódio, o desprezo, e, a perda do carinho, da admiração e do gentil companherismo da camarada, é a punição perpétua que me cabe como castigo e com a qual, perpétua que é vou conviver e sofrer com ela, enquanto viver.

Embora, hoje, passados cinco anos, a gente se fale e atue juntos em algumas frentes, a relação não é a mesma de antes, obviamente.


Naturalmente e consequentemente, fui chamado pelas camaradas á uma reunião para me explicar, ouvir as críticas, a avaliação e o veredito das camaradas feministas socialistas.

Não sou filiado ao PSOL ,embora seja simpatisante do Partido, principalmente de suas tendencias, mais radicalmente de esquerda. Na época dos fatos, esta determinada camarada, estava afastada, e do Núcleo de Mulheres, por divergencias polticas, internas.



Mesmo assim, apenas sendo simpatisante do partido, me achei na obrigação revolucionária, a me submeter a convocatória das camaradas feministas, me explicar e me retratar, ouvir a avaliação delas e esperar e acatar seu veredito, que poderia e deveria, desde uma absolvição, uma punição leve, como por exemplo, uma advertencia, ou uma apreciação e julgamento da Comissão de Ética do partido, já que mesmo, não sendo militante filiado, tinha uma participação ativa como simpatisante, participando informalmente, com direito a voz,sem direito a voto, de varias reuniões e foruns do partido, e mais ativamente ainda, de atividades do Núcleo de Mulheres, então o setor mais ou menos organizado e atuante do partido, naquela época ainda em formação.

A questão pendente ainda hoje é que, uma vez realizada a reunião onde eu me expliquei e me comprometi fazer uma retratação por escrito o que realmente fiz, eu não soube do veredito dado a mim: Se fui absolvido, advertido, punido como persona não grata ao Núcleo de Mulheres do PSOL e ao Partido.

Se para as camaradas do Núcleo e para o partido, agora, mesmo passados cinco anos dos fatos ocorridos, elas julgam plemente dispensável que eu sáiba formalmente do veredito, por achar que me ato foi tão grave, que mereceu como punição a perene duvida de qual foi a sentença a mim proferida, por outro lado, esta forma de punição, justa, ética ou não, criou um compricador já que mesmo neste periodo, fora da atuação partidária, no âmbito mais amplo do movimento social esquerdista, em que pese meus atos machistas e sexistas contra as camaradas, eu tinha uma atuação bastante efetiva no movimeto de direitos humanos e contra violencia de estado que, ironicamente atinge e vitimisa principalmente mulheres negras de favela e periferia.

Sendo que, como parte desta atuação efetiva, em Fevereiro de 2006, uns dois meses depois da reunião de retratação com as camaradas do Núcleo de Mulheres do PSOL, batí de frente contra um comando clandestino de pms do 9º BPM que de madrugada invandiram a casa da e de uma tía de um rapaz assassinado por policiais militares pretendiam mata-las como queima de arquivo. Neste mesmo mes de Fevereiro, no Morro da Pedreira, favela vizinha a Acari,tive que fazer pedido, e depois tirar de dentro de um microondas, já pronta pra ser cozinhada, uma jovem adolescente lésbica, que fora julgada e condenda pelo tribunal do trafico, por estar então namorando a esposa de um dos diretores do trafico enquanto este estava preso, leva-la para uma outra cidade, num outro estado e dar-lhe proteção psocolgica, material e moral, o que faço até hoje,com a maior cautela possivel, já que éla vive uma vida feliz com a mesma moça,o que atiça ainda mais o desejo de vingança, do ex-marido dela, agora solto e com mais poder na facção.


Estou me ligando a esta rede de homens feministas e por isso, a ela faço este relato,

ao mesmo tempo que com satisfação, orgulho recebo a noticia de que o Setorial de Mulheres do PSOL vai realizar um Seminário neste fim semana, próximo.

Minha manifesta e sincera alegria, pelo revigor do grupo, deve-se a que lá permanece ainda, algumas camaradas dos tempos de Núcleo, e a elas agora se somam varias outras para com as quais tenho imenso carinho e admiração. E apesar de todo mal que eu possa ter causado a este Coletivo Feminista Socialista, e a algumas das camaradas que o integram, e até por isso torço pelo seu sucesso, exito e para que, a partir dele, a mulherada socialista assumam o poder e a hegemonia politica dentro do PSOL, fato que ao alcontecer, mais sedo ou mais tarde, sairá ganhando na verdade, a vida politica partidaria esquerdista brasileira e principalmente as mulheres pobres das periferias brasileiras tão carentes de uma representação legitima, na politca partidária brasileira de um forma geral, mas principalmente na esquerda brasileira.




Deley de Acari,

poeta, animador cultural

e militante negro comunista.