UM REAL NA FAVELA VALE MUITO
In memorian de Mateuzin da Baixa da Maré
(estudo ainda inacabado de um poema inspirado numa foto
em aparece a mão ensanguentada de mateuzin com um real )
Um real na favela vale muito,
Vale o pão do café das mães,
Vale meia dúzia de “ovo”
Pra misturar no miojo do almoço,
Vale uma viagem pelo mundo
Nos caminhos imensuráveis
Da web,Um real na favela vale muito,
Vale um guaravita e um traquina
Pra enganar a barriga, até chegar
Em casa quando falta merenda
Na escola,Um real na favela vale muito,
Um real, de prata e dourado,
Reluzente o ao solAlumbrando a alma sublime
Na palma da mão de um
Menino morto por um estado
Policial fascista cruel e desumano...
A prata de moeda denuncia
A espada da perversa guerra,
O ouro da moeda denuncia
A ganância da classe dominante
E sua sanha de poder,
A pequena mão espalmada
Mostrando a moeda é a própria
Mão do Tribunal Popular
Permanente do Mundo sentenciando
Que a vida de uma criança
Não tem preço, não se mede por dinheiro,
Ela é imensurável, como seus sonhos,
Suas esperanças, seu futuro, sua vida,
Um real na favela vale muito,
Um real na mão de uma criança
Assassinada numa viela de favela
Pela cruel e desumana mão armada
Do estado policial é uma sentença muda:
O Estado Policial Não presta, e antes
Que reduza a vida no Campo, favela e
na periferiaA uma prata de real,
É preciso, sentar no banco dos réus
Do Tribunal Popular dos Povos,
Ser julgado, condenado e sentenciado
A ser destruído e reduzido a nada.
Um real na favela vale muito,
Quando na mão espalmada
De uma criança morta pelo estado...
Porque mostra os governantes
Não prestam, não valem sequer
Um real de pinga aguada.
CARTA ABERTA ÁS MANAS DA MARÉ
Minhas queridas, amadas irmazinhas,
do Timbau e Baixa,
Desculpem a rima pobre, mas:Quem pôs a Maré de luto,vai ver agora o quantoa Maré é de luta!A Maré, principalmenteTimbau e Baixa,por muito tempo foi abrigode muitos crías acarienses,que aí viveram o lado certoda vida errada, graçasao abrigo e carinho mareensemuitos deles viveram o bastantepra sair "da vida" e viveruma vida de paz, fora do crime.Por isso, Timbau,Baixa, não é pouco não!é um muito de Acari ,que então, se a maré esta de luto,e por isso vai a luta,acari tá junto e ajuntadopra ir a luta com a maré...até onde a maré for de lutar.Que o povo da Baixa, do Timbau,nunca se esqueça que o povo do AKA ama voces amorosativamente.Amamos voces, e odiamos e queremosver destruidos todos que com ódio e crueldadefazer mal e sofridão, a toda gente queamamos e sabemos que nos ama também!beijos, carinho, e mãos juntas com o povo da maré!
Amo vocês, muitão!
Do: Deley de Acari
Poeta e Animador Cultural
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