Quem vier aos Domingos, nas matinês de funk na Quadra do Favo de Acari verá dezenas de bondes mirins de funk se apresentando e sonhando com o sucesso como grupos de funk de acari, nos anos 90 também sonhavam. Um dos bondes mais aplaudidos é dos "MOLEKES PIRANHAS".
O "lider" do bonde é Caique, filho do Marquinhos, um dos integrantes da Força do Rap, e sobrinho de MC Betinho. Quando Betinho foi assassinado, Caique era um bebe, e pouco sabe do tío. Mesmo assim sabe de cor muitas das musicas do pai e do tio.
O Molekes Piranhas foi o grupo vencedor na categoria mirin do Festival de Funk da APAFUNK em Acari em 2008.
Agora que a APAFUNK esta conseguindo afinal se estruturar como entidade, bondes mirins como OS MOLEKES PIRANHAS seguirão o caminho pra onde a bussola da Associação apontar... ou não!
A APAFUNK "nasceu" dizendo pra todas e todos o que considera bom funk e o que não considera bom funk.
O que a APAFUNK considera bom funk é o que seus lideres consideram bom funk e o que a maioria da juventude de esquerda e o movmento social de esquerdaconsidera como boa musica de protesto, seja funk, seja samba, seja rock...
Por isso, será "natural" que os grupos, bondes, mcs, djs que se alinharem a linha politica,cultural e artística da APAFUNK, e não das 4F e da Furacão 2000 façam musicas nessa linha e busquem um publico apreciador dessa linha musical.
Sendo sim, OS MOLEKES PIRANHAS, como muitos outros bondes mirins, principalmente por serem crianças, abandonarão o funk putaria e ,tenderão a seguir a linha politizada e de crítica social que a maioria dos funkeiros que integram a diretoria da APAFUNK seguem e reproduzem em suas músicas.
Sendo sim, OS MOLEKES PIRANHAS poderão, ou ser umas das vozes criadoras e criativas sobre a realidade social, violenta e excludente de favela onde vivem.
A questão é que OS MOLEKES PIRANHAS estão surgindo num cenario social de uma realidade muito proxima a que existia em Acari e outras favelas quando do surgimento da Força do Rap:
No auge de uma politica de segurança de exterminio de um Estado Penal Policial Militar em meio qual, ou voce se alinha na linha do colabores da base aliada cultural sujeitando-se a ser braço de sustentação dos governantes promotores dessa politica genocida, como o são as 4F e a Furacão 2000, ou.... Segue a linha apontada pela apafunk, ou a que a esquerda, os movimentos sociais progressistas, e o ativistas culturais esperam dela.
Não há como prever, dizer com certesa que OS MOLEKES PIRANHAS e outros bondes mirins vão seguir a linha da APAFUNK, vai depender muito da inserção que a entidade terá nas bases nas favelas e periferias.
Pode ser que o funk consciente vire moda novamente, e os tubarões do funk obriguem seus "contratados" a começarem a compor uma cachoeira de funks de protesto mas ao mesmo tempo exerçam um controle de marcado sobre os mesmos impondo limites... papo reto: uma censura politica e ideologica só permitindo a gravação e divulgação de músicas, que embora, contenham crítica social, não incodem, não afetem o governo.
O problema da Força do Rap, de Cidinho e Doca, Julinho Rasta e Katia é que eles fugiram a esse controle, exageraram na dose, ficaram fora do controle social exercido pelas grandes equipes de som de seus donos patrões. Por isso a Força do Rap foi perseguida, por isso Betinho foi executado, por isso MC Alex foi forjado e preso.
"Quem pariu Matheus que o embale"... é um bom ditado pra ter como base pra poder se dizer que tanto a APAFUNK quanto as 4F e a Furacão 2000 são "responsáveis" pelos artistas que formarem. Que esses suburão em palcos e cantarão pra dezenas de milhares de fãs, venderão centenas de milhares de discos, mas por muito tempo, até que ganham grana o suficiente pra sair da favela, voltarão pra ela, depois dos shows, e durante a semana, serão um moleke de favela como outro qualquer, sujeitos a tudo que qualquer moleke de favela é... por serem artistas terão muitas "novinhas" aos seus pés, mas, incluive ser abordado, tomar tapa na cara de policia... ser forjado... Ou ser reconhecido como uma integrante de grupo de funk e...
A Força do Rap no auge de sua carreira passeava com talento e criatividade numa passarela de quase extremos que ia do funk mélodi existencial ao funk de protesto. Da mesma maneira que os bondes mirins, entre eles, OS MOLEKES PIRINHAS, nas matinês de domingo do Favo de Acari.
Tanto os bondes mirins quanto a plateia das matinês, como num passe de mágica e transmudam e ritmistas da beteria mirin e passistas da escola de samba já que o ensaios para o carnaval começam logo depois da matinê.
O que precisamos é saber que, no que se dê uma linha pra esses bondes mirins seguirem, esperemos nós que sigam a linha da APAFUNK, se banque também eles., não ó politicamente, mas lhes dando a blidangem de um movimento social organizado, que os torne menos frágil e vuneravel, não só as replesálias do estado policial, como ao aliciamento burgues capitalistas industrial/comercial/cultural das 4F e da Furacão 2000 com a tentação e a sedução da ascenção facil e individual através da musica...
polemico ainda?... tudo bem... vou seguir o papo, a roda de conversa noutra postagem, que essa já tá grandona.
Nenhum comentário:
Postar um comentário