Começo de semana foi marreta no Acari. Na verdade ontem começou antes ,á noite com o caveirão 00016 zoando a favela de noite botando velhos, crianças, mulheres, trabalhadores cansados pra dentro das casas as escuras, sem energia, sem água, expulsandoas das calçadas, das marquises sob um mormaço de 32 graus.
A marretagem pra mim continuou de manhã na visita casa á casa de sete famílias de vitimas de violência pra convida-las pra uma reunião no próximo sábado com psicólogos e assistentes sociais.
A marretagem pra mim continuou de manhã na visita casa á casa de sete famílias de vitimas de violência pra convida-las pra uma reunião no próximo sábado com psicólogos e assistentes sociais.
Sabia que ia ser sofrido, doído pra mim. Falar com cada uma dessas famílias é relembrar suas dores antigas, é re-sentir de novo um pouco de cada dor que senti quando a tragédia abalou cada uma dessas famílias.
Voltei pra casa levando de volta um pouco de cada dor revista, sentida como se fosse dor de agora, cheguei em casa pra chorar sozinho.
Voltei pra casa levando de volta um pouco de cada dor revista, sentida como se fosse dor de agora, cheguei em casa pra chorar sozinho.
Pensei que Danny, precisava de alguém que entende meu coração e minhas emoções comigo,sabia que fazer as visitas seria demais sofrido pra mim. Ter alguém especial comigo me ajudaria a segurar a barra, mas Danny não pode vir.
Me disseram que eu não preciso fazer da dor de cada família minha uma dor minha.
A dor de cada família é inimaginável e só dela mesma. O Maximo que faço é sentir a dor de ver e vivenciar essas pessoas sentirem suas dores E isso dói um pouco.
Me disseram que eu não preciso fazer da dor de cada família minha uma dor minha.
A dor de cada família é inimaginável e só dela mesma. O Maximo que faço é sentir a dor de ver e vivenciar essas pessoas sentirem suas dores E isso dói um pouco.
Mas só que um pouco de cada dor dos outros que re-dói na gente vão se somando e dão numa dor tão grande e sofrida como a dar de cada um.
E diante da dor de cada um, tão imensa, tão intensa, tão sofrida, sequer me é dado o direito
De sentir livremente a minha própria dor. Diante da dor de tanta gente, que tenho que vivenciar como se fosse minha.
E diante da dor de cada um, tão imensa, tão intensa, tão sofrida, sequer me é dado o direito
De sentir livremente a minha própria dor. Diante da dor de tanta gente, que tenho que vivenciar como se fosse minha.
Vivo a esperança de um dia ter a felicidade de poder sofrer, viver com toda plenitude minha própria dor:
Oi minha dor, prazer te ver, saudades de você. Que alegria te sentir de novo assim tão clara, assim tão pura e verdadeira... Assim tão minha!
Já tava aguniado de me perguntar, de perguntar ao mundo sem resposta: Tenho mesmo eu carregar em mim a dor de cada um não sentir a minha?
Deley de Acari.
Lindo e triste! Saudades do meu amigo, padrinho, herói, poeta preferido.
ResponderExcluirbeijos,
Dri.
como é doloroso viver. quanto sentimos com a dor do proximo.
ResponderExcluirdanilo georges
doloroso é viver
ResponderExcluire triste
a ausência da compaixão
Salve Poeta Delei!
ResponderExcluirSomente os sentimentos farão um ser humano renovado, uma nova sociedade. Esta que está aí já está muito manjada. Continua sendo fundamental emocionar-se com os outros, pelos outros, por-se no lugar dos outros. A luta vale a pena - minha torcida é toda sua!
Estão todos sabendo, espero que a vida já tenha se normalizado. Paz e Luta.
Poeta Xandu