quinta-feira, 22 de julho de 2010

DO QUE APRENDI COM O OURIÇO DO MEU TÍO ASTRÔ.

Meu tio Astrogildo, me grande guru comunista me disse um vez que , em Itaocára, no norte fluminense, de onde ele era, havia no rio Paraíba do sul, uma espécie de ouriço, que ao em vez de se inflar e disparar os espinhos de seu corpo pra se proteger, o bixinho se virava do avesso, e disparava as farpas para dentro de si mesmo, pra não ferir os outros animaiszinhos dentro do rio a sua volta.

Não sei se na astrologia chinesa te ouriço no zodiáco, e se tem, este seria o ano do ouriço. Nem sei mesmo se esta espécie de ouriço existe. Mais sei que eu,,eu estou entrando no ano do ouriço do meu tio astrô. Para o bem, a alegria e principalmente o alívio das amigas, amigos e companheiros de trabalho e militança, é claro pra meu próprio bem.

Então, eu e o Wesley temos muitos amigos e amigas em comum e vários deles tem reclamado com ele que é muito difícil trabalhar comigo e alguns ainda reclamam que, além de tudo tem que “apagar” as fogueiras que eu acendo.

A estes diletos amigos e amigas quero pedir que poupem os Wesley dessas reclamações e as pessoas que estão tendo que apagar as fogueiras que tenho acendido ultimamente que e eximam desta missão xamuscosa.

Nem o Wesley nem vocês bombeiras e bombeiros tem qualquer obrigação ou responsabilidade de estar se indispondo ou se estressando por mim.Podem crer que agradeço muito, mas, não carece.

Ontem, numa reunião com o pessoal do CEAV de Petrópolis, que estão trabalhando com a gente aqui em Acari, o Wesley levantou de novo esta questão, o que foi constrangedor pra mim, mas também, necessário. Já que algum momento, este assunto veria a “furo” como um tumor exprimindo: dolorido, repulsivo, mas única maneira de desinflamar e curar.

Ao expor a questão na reunião o Wesley também levantou a hipótese de muita gente não estar vindo trabalhar em acari porque é muito difícil trabalhar comigo.

Só que é preciso que essas pessoas entendam que, se até uns dois ou três anos atrás, as poucas pessoas que as pessoas de fora que vinham e tinham pra trabalhar e militar e Acari eram, eu Wesley e Zé Luis, pai do Maicon, com o revigoramento do funk, essas pessoas descobriram que em Acari há muito mais pessoas com as quais podem trabalhar, e que certamente são muito mais interessantes e mais fáceis de trabalhar do que tem sido trabalhar comigo. Além do próprio Wesley do Zé Luis a companheirada de fora de acari, agora sabe da doracy, do pingo, do liano, do walber, da menorzada do funk...

E estas pessoas toda, não podem ser “punidas” com a privação do apoio, da parceria, da aliança de da cumpricidade da companheirda que vem de fora, só porque, é difícil trabalhar com uma pessoa só: essas companheirada de acari, que tá batalhando muito, lutando bastante pra fazer de Acari, um lugar melhor pra se viver. Esta companheirada de Acari e o próprio Acari, precisam muito de vocês, e seria muita sacanagem pra eles e pra acari, perder vocês só por causa de mim.

Acho que a meia idade tá trazendo junto pra e em mim, mais lerdeza pra sacar as coisas do que eu já tinha. Se a ficha já demorava a cair, agora demora cada vez mais. Não havia levado muito a serio, essa historia toda quando o Wesley me revelou que varias, devem ser muitas, pelo jeito, estavam reclamando com ele que é difícil trabalhar comigo.

A ficha começou a cair mesmo na minha cabeça no lançamento de campanha do Marcelo freixo na ABI:
A maioria da companheirada do mandato Freixo e muitas outras do movimento social de esquerda ali presente passaram por mim “sem me ver” e outros que “me viram” apenas me comprimentaram com fria cordiaidade, com certesa eu sou um militante medíocre e polemico no movimento, mas tenho alguma importância, mas sequer meu nome foi citado como alguém importante ali presente prestigiando o lançamento da campanha do Marcelo.

Mas a ficha caiu de vez, mesmo, neste domingo, quando a Pamella e Danny estiveram aqui em Acari. Pamella me ligou poucas horas antes dizendo que estava vindo pra cá. Isso me deixou muito feliz pois ´há muito tempo que não via as duas, e tava mesmo trónxo de saudades delas duas.

Cheguei no barzinho onde elas estavam... lá estavam também o Teko e o Liano. Durante o tempo todo que estivemos juntos, Danny e pamella, muito pouco deram atenção a mim e ouviram as coisas que eu dizia com ouvidos de mercador. Só então compreendi, que deveria nem precisaria estar ali, já que elas teriam me ligado dizendo que estavam em acari, pra não dizer que não me avisaram.

Foi ai, de vez mesmo que eu cheguei a conclusão que deve estar muito difícil trabalhar comigo mesmo, e as pessoas tem toda razão e bons motivos pra isso, mas isso não são boas razões e bons motivos pra não virem a acari trabalhar com tantas outras pessoas mais fáceis do que eu.
A verdade que é muito difícil de um modo geral trabalhar com outras pessoas, mas geralmente essa dificuldade é uma dificuldade gostosa e doce e afagável. Provavelmente a dificuldade e trabalhar comigo tem sido intragável e amarga espinhosa.

Da pra entender agora. Porque todas a vezes que precisei chorar minhas pitangas e pedi um ombro amigo, as amigas e os amigos e estes e estas esquivaram o ombro me disseram que: você tá precisando é de terapia, vai se tratar. Deve ser compricado e desgradavel e perigoso,mesmo, ofertar um ombro amigo a um amigo, que de repente pode se espriguiçar como um ouriço.

Pra mim é importante entender isso,agora e logo agora, já que tem varias pessoas vindo trabalhar em acari com um grupo de pessoas daqui, inclusive comigo, pra eu poder tentar ser o menos difícil possível de trabalhar comigo. Não sei se pro pessoal do CEAV de Petrópolis, pra Mariana, pra Adriana Fernandes, pra Cristina Vital e pros camaradas do Circulo Palmarino esta sendo difícil trabalhar comigo, se estou ertessando e enchendo muito as “medidas”, e zuando o plantão deles. Por enquanto nenhum deles reclamou, pelo menos comigo. Acho então que não tá sendo tão difícil, se esta, tá sendo pelo menos suportável.

Espero, e vou fazer tudo pra que continue assim. Se não conseguir, pelo mennos estas pessoas sabem que podem continuar trabalhando com essas outras pessoas com as quais também ou principalmente, pode trabalhar.

Varias pessoas do movimento tem notado criticado e questionado a minha ausência na organização e participação das atividades dos 20 ANOS DAS MÃES DE ACARI: É preciso que fique claro para estas pessoas, que é melhor que seja, assim. Não tenho nenhum problema em especial com a REDE nem com os demais compas do movimento social de esquerda que estão na mobolização. Como diria um grande jogador de futebol, o “problema é meu de mim comigo mesmo”.

Talvez se eu estivesse na organização e participando como deveria estar, estas pessoas todas que tem sentido dificuldade de trabalhar comigo em acari ou qualquer outro lugar, não viriam em acari.

Um atividade tão bonita e tão importante pra Acari, não pode sofrer sequer um arranhão em seu brilho, no brilho que deve ter, arranhada pelas arestas de alguém muito difícil, mas ao mesmo tão desnessessário e desinportante como eu tenho sido.

Desde a morte do seu Ebís, e Janeiro deste ano, e principalmente com a saraivada de tiros na creche que feriu uma professora, amiga de muitos anos, e um aluno-bebe, dela, em mais ainda, com a quase tragédia que poderia ter vitimado o Matheus a agressão sofrida pelo kaike do bonde molekes piranhas, os dois alunos da “minha” escolinha de futebol, agredido por PMS, realmente tenho estado mais ouriço e mais difícil.

Principalmente com relação ao acontecido com kaike e o matheus, para com os quais eu tinha a falsa sensação que os simples fato deles estarem na escolinha comigo, eu “tinha” um poder maior de proteção a eles : o acontecer o que aconteceu a eles, revelou a mim mesmo, da maneira mais dolorosa e depressiadora a minha total impotência e incompentecia de dar algum tipo de proteção a essas crianças.
E também, o fato de ter, com cinco crianças, ter ficado sob a mira dos fuzis de três PMS do 9º BPM( mais ou menos escondidos numa lage) que juraram me quebrar, durante o julgamento do caso Lidomar e Rafael, me desmoronou e me ouriçou mais ainda, diante da constatação de que, laém d estar com minha vida em permanente risco, acabo esponto a este mesmo risco outras pessoas, principalmente crianças, pelo simples fato de estarem a meu lado.

E soma-se a isso, o fato e o fracasso das negociações para minha inclusão no programa nacional de defensores de direitos humanos. Fracasso, não no sentido de ter ou não sido incluído no programa, na verdade fui, fracasso, no sentido dele ser uma decepção e um motivo de indignação pra essa gente toda que tem lutado e brigado para que ele fosse o melhor possível para nós defensores de direitos humanos. Gente como a mulherada do Justiça Global e da REDE. Só pra lembrar algumas.

O programa, como essas pessoas gostariam que fosse, e como defensores precisamos, uma vez tornado realidade, com certeza me ajudaria um pouco, a me dessestressar e desouriçar mais, e com isso até mesmo ser menos difícil e amargoso de trabalhar comigo., Mas, já que assim não foi assim não é... o que fazer,é não?

Tudo que eu sempre quis ser e o que venho até conseguir fazer em Acari, ´manter minha escolinha de futsal, voltar com a escolinha de handebol, que tem muitas meninas querendo aprender handebol, escrever no meu blog, inda mais agora que a claudinha deixou ele mais bonitinho, ver meu vasco jogar mesmo com o este time de merda, frequentar abricó, praia de naturismo, aos domingos, trabalhar com educação popular e poder também ajudar os moradores e as moradoras de acari, que tem os corações despesadaçados e as almas torturadas, pela violência policial e a tragédia que do trafico das drogas que destrõe suas famílias.

Não sei se estou pedindo muito ou pouco, ou se muito ou pouco, se eu mereço, seja pouco ou seja muito. Mas se conseguir isso, já pra mim tá muito bom. Já que sei que nunca mais vou conseguir se mesmo um morador comum como a imensa maioria dos moradores de Acari, que ralam a semana toda, puxando carrinho no Ceasa, pegando metro cheio de madrugada para ralar no eito neoescravo nas cozinhas das burgeuesia da zona sul.

E e se nada disso eu merecer nem em for dado a ter, que pelo menos, bem menos mesmo, me seja dado o imerecido direito envelhecer junto com minha irmã, da maneira o mais suadável e menos ranzinza possível.

Deley de Acari,
Poeta e animador cultural
Da favela de ACARI

Um comentário:

  1. Sabe Poeta, já escutei sobre isso também...
    Te defendi, sem te conhecer mais q pelas aparências. Creio q tantas contradições são próprias do militante e da militância. Quantas vezes a "militância" tempera a seriedade dos fatos com reuniões de cervejinha? Muitas - e aí um pessoal "espinhento" fala forte contra isso também. Mas a "cervejinha", as dores e sabores da militância causam dificuldades dentro da alma - e talvez elas precisem acontecer mesmo. As cervas continuarão, aqueles "espinhentos" tb - é um papel humano, oferecido aos muito humanos. Liga pra nada disso não, meu velho. Há muito por fazer ainda! Espero que a "ternura" invada seu coração - é preciso nêgo, é preciso seguir...
    Com respeito e humanidade a gente continua.
    1 braço fraterno - Poeta Xandu

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