sexta-feira, 3 de junho de 2016

DE NEGRO PRA NEGRO COM DIREITO A NEGRA A DAR PITACO. E OS BRANCOS E BRANCAS PRESTAREM ATENÇÃO CALADOS! PAPO RETO: CULTURA DO ESTUPRO. 1ª PARTE.



Havia pensado noutro título pra esse assuntamento: 

O SIM AO AMOR AFROCENTRADO, O NÃO A CULTURA DO ESTUPRO.


Postado só no blog pois lá dá pra assuntar como se fosse na sala de casa de preto ou um chão de terreiro e não numa mesa/púlpito no Salão Nobre do IFCS ou um Anfiteatro da UERJ... Ou o Auditório do Sindsprevi


Esta profetizado e fadado aos meninos negros das favelas serem morrerem rasgados de tiros de 762 ou serem traficantes estupradores antes de se tornarem adultos ou há possibilidades de terem um destino, ou seria ODU, menos trágicos e mais felizes?


Em quem devemos crer, nós negros e negras que somos?
Nos profetas bíblicos do apocalipse?
No oráculo de delfos da Grécia?
Ou oráculo de Ifá ?

O que as artes e culturas devem fazer das favelas? Uma Angola Janga? Uma Pequena Oyó? Uma Pequena Grécia, Uma Londres Elizabetana, ou Uma Jerusalém Néo Pentecostal?

A Juventude negra favelada e da periferia é campas de transformar as favelas de hoje nas favelas que nossos antepassados recentes sonharam e começaram há mais de cem anos antes e depois da abolição?
É possível ainda um mudar a favela de Senzala pra Sanzala.
Senzala era a a construção coletiva onde os escravos dormiam, trancados depois de longas horas de trabalho forçado.
Sanzala era e é qualquer aldeia, na língua kimbundo em Angola. Uma pequena cidade, livre e boa de se viver.


6 de cada 10 negras e negros que estavam nas homenagens aos panteras negras, dia 30 de Maio no IFCS eram, a maioria mulheres, de pele clara.
Todas e todos, inclusive eu, não parecíamos nem  um pouco, porque não somos mesmo, tristes bastardas e bastardos, frutos malditos da Cultura do Estupro!
Ali, eramos sim, porque sempre fomos sim, porque somos e sempre seremos frutas benditas da cultura do amor afrocentrado, mesmo que entre duas criaturas humanas de etnias diferentes.
E a gente que dedico e pela escrevo este texto.

Mais de uma vez foi repetido pelos especialistas, negras e negros, que o auditório estava bonito. E estava mesmo! Mas de onde veio ao IFCS naquela noite, tanta beleza? Era noite e a maioria da estudantada negra só pode estudar a noite e as poucas e poucos ativistas trabalham de dia.

Aquela beleza negra toda, ou quase toda que estava ali venho então pra onde voltaram, vários deram um passagenzinha no bar antes, pras suas casas, na periferia e nas favelas.

Ali, no IFCS, naquela noite memorável, éramos muitas e muitos negras e negros, na sua maioria bem jovens, com um sentimento de estarmos juntas e juntas, uma coletividade negra, e não uma multidão de gente preta do subúrbio amontoada num vagão de trem.
Ali, ao menos, por algumas horas éramos muitos, juntas, juntas e unidas. Mas ao entrarmos em nossas comunidades e bairros, de volta pra casa? Cada uma de nós, uma só, duas ou três no máxímo,  num lugar, onde talvez tenhamos nascidas e criadas, numa família de gente preta, onde talvez sejamos a única pessoa negra que assim se assume.



Chegamos em casa, do trabalho e da faculdade, quantas mais velhas e mais velhos de nossa família ainda temos e encontramos vivos?
No auditório do IFCS entre aquelas duzentenas de “gente negra jovem reunida” havia uns 15 mais-velhos negros e negras militantes do Movimento Negro dos últimos 40 anos, nenhum com menos de 50 anos.
A mesa só fez referencia ao compas ativista negro Ivani dos Santos e a compas branca, americana, pesquisadora e viúva do compas Abdias do Nascimento.


Havia chegado sedo á cidade para participar do ato contra o assassinato dos cinco meninos negros do Costa Barros.
Havia uma maioria de mães, mulheres negras

No ato contra o estupro nas escadaria da alerj haviam umas 500 mulheres de mulheres,não consegui contar mais que 20 mulheres negras. Um ato contra o estupro a uma menina branca, não favelada, cometido por pelo menos 13 meninos negros.



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