Havia pensado noutro título pra esse assuntamento:
O
SIM AO AMOR AFROCENTRADO, O NÃO A CULTURA DO ESTUPRO.
Postado só no blog pois lá dá pra assuntar como se
fosse na sala de casa de preto ou um chão de terreiro e não numa mesa/púlpito
no Salão Nobre do IFCS ou um Anfiteatro da UERJ... Ou o Auditório do Sindsprevi
Esta profetizado e fadado aos meninos negros das
favelas serem morrerem rasgados de tiros de 762 ou serem traficantes
estupradores antes de se tornarem adultos ou há possibilidades de terem um
destino, ou seria ODU, menos trágicos e mais felizes?
Em quem devemos crer, nós negros e negras que somos?
Nos profetas bíblicos do apocalipse?
No oráculo de delfos da Grécia?
Ou oráculo de Ifá ?
O que as artes e culturas devem fazer das favelas?
Uma Angola Janga? Uma Pequena Oyó? Uma Pequena Grécia, Uma Londres Elizabetana,
ou Uma Jerusalém Néo Pentecostal?
A Juventude negra favelada e da periferia é campas de
transformar as favelas de hoje nas favelas que nossos antepassados recentes
sonharam e começaram há mais de cem anos antes e depois da abolição?
É possível ainda um mudar a favela de Senzala pra
Sanzala.
Senzala era a a construção coletiva onde os escravos
dormiam, trancados depois de longas horas de trabalho forçado.
Sanzala era e é qualquer aldeia, na língua kimbundo
em Angola. Uma pequena cidade, livre e boa de se viver.
6 de cada 10 negras e negros que estavam nas homenagens
aos panteras negras, dia 30 de Maio no IFCS eram, a maioria mulheres, de pele
clara.
Todas e todos, inclusive eu, não parecíamos nem um pouco, porque não somos mesmo, tristes
bastardas e bastardos, frutos malditos da Cultura do Estupro!
Ali, eramos sim, porque sempre fomos sim, porque
somos e sempre seremos frutas benditas da cultura do amor afrocentrado, mesmo
que entre duas criaturas humanas de etnias diferentes.
E a gente que dedico e pela escrevo este texto.
Mais de uma vez foi repetido pelos especialistas,
negras e negros, que o auditório estava bonito. E estava mesmo! Mas de onde
veio ao IFCS naquela noite, tanta beleza? Era noite e a maioria da estudantada
negra só pode estudar a noite e as poucas e poucos ativistas trabalham de dia.
Aquela beleza negra toda, ou quase toda que estava
ali venho então pra onde voltaram, vários deram um passagenzinha no bar antes,
pras suas casas, na periferia e nas favelas.
Ali, no IFCS, naquela noite memorável, éramos muitas
e muitos negras e negros, na sua maioria bem jovens, com um sentimento de
estarmos juntas e juntas, uma coletividade negra, e não uma multidão de gente
preta do subúrbio amontoada num vagão de trem.
Ali, ao menos, por algumas horas éramos muitos,
juntas, juntas e unidas. Mas ao entrarmos em nossas comunidades e bairros, de
volta pra casa? Cada uma de nós, uma só, duas ou três no máxímo, num lugar, onde talvez tenhamos nascidas e
criadas, numa família de gente preta, onde talvez sejamos a única pessoa negra
que assim se assume.
Chegamos em casa, do trabalho e da faculdade,
quantas mais velhas e mais velhos de nossa família ainda temos e encontramos
vivos?
No auditório do IFCS entre aquelas duzentenas de
“gente negra jovem reunida” havia uns 15 mais-velhos negros e negras militantes
do Movimento Negro dos últimos 40 anos, nenhum com menos de 50 anos.
A mesa só fez referencia ao compas ativista
negro Ivani dos Santos e a compas branca, americana, pesquisadora e viúva do
compas Abdias do Nascimento.
Havia chegado sedo á cidade para participar do ato
contra o assassinato dos cinco meninos negros do Costa Barros.
Havia uma maioria de mães, mulheres negras
No ato contra o estupro nas escadaria da alerj
haviam umas 500 mulheres de mulheres,não consegui contar mais que 20 mulheres
negras. Um ato contra o estupro a uma menina branca, não favelada, cometido por
pelo menos 13 meninos negros.
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