terça-feira, 3 de novembro de 2009

NEM A LIBERDADE DE LER A VULVA E A LUA DA JANELA DE UMA CASA DA FAVELA



As cinco da manhã ou a padaria com o pendrive pendurado no pescoço e um bandsubchef pergunta o que é digo o que é e o que tem.
Ele comenta: cuidado com isso ein coroa? A gente pode se escaldar do senhor.

Tiro o pendrive do pescoço e entrego a ele: taí mano, pode checar...
Ele- To bricando coroa, se escalda não!
Digo:- mano... no clima que anda a favela, ninguem sabw que é quem!... escaldação é a melhor arma de defesa.
LL:-;
Faço amor com uma mulher que sempre desejei... com quem sempre rolou um clima. Beijo-lhe a vulva como um beija-flor...
A vulva sempre foi parte do corpo que sempre me facinou, me encantou, e me deixa perplexo... nada mais estranho, divino
Deslumbrante... nem uma flor que se abre, nem uma lua que nasce, nem um pessego maduro que nos sorri e nos enche a boca d’água antes mesmo de toca-lo com a lingua, acolhe-lo com os labios e sentir seu caldo molhar a lingua enbriagar o coração...
Vulva!
Abro-lhe os lábios, me enebrío com o cheiro acredoce, enbebo a lingua no húmus que mina de sua gruta como se um diamante se amolenga-se em liquido...
Abro-lhe os labios mais um pouco e me encanto com a entrada de seu útero como um viajante que de repente contempla um mundo novo, um paraiso...
A menina levanta a cabeça e pergunta friamente:
-Tá me abrindo assim porque? Voce é ginecologista?

Comprei um binóculo na feira de acari. É da china mas dá pra ver a lua.
Um binóculo sempre foi meu sonho de criança.
Há uma semana que espero pra ver a lua. Faz cinco dias de noite nubrada.
Chega ontem... Daí pinta um noite sem nuvem. Fico a noite toda acordado até a lua vagaro céu todo e quase a aurora ficar em frente a minha janela.
De repente lá esta éla. Nem bem pego o binóculo os meninos soltam fogos e passam correndo sob meu predio.
Eles passam e pego o binóculo e miro pra lua. Tres policiais aparecem do nada e apontam os fuzis pra mim. Mostro que estou vendo a lua... disparam um tiro pro alto e me mandam entrar.

Hoje de madrugada: Ceu limpo de novo... agora vou ver a lua... chego na janela justo na hora que dois meninos para lá embaixo pra falar no radinho... olham pra cima...
- Qual é desse binóculo aí coroa?
Aponto pra lua...
-Deixa pra ver a lua depois meu velho... vai dormir...
Vou dormir... no que acordo a lua não é mais que um pedacin de queijo sendo devorada pela serra do mendanha.
Quem não vive, dorme e acorda, espera a morte e sobrevive na favela não sabe o que é viver sem liberdade na favela.
Voce pode cheirar, chupar, lamber e ver a vulva, voce pode ver a lua da janela,mas sem binóculo...
Dizem que a favela vai ser ocupada por cem policiais do pronasci com suas seus fuzis, suas pistolas... vão espulsar os bandidos e com suas armas e fardas implantar a liberdade.
Vulva e lua, não basta ver, há que se ver com tempo, tempo,tempo,tempo até que o ver vá se transmudando em leitura do universo...
seja o universos que se infiníta lá fora pela janela... tendo a lua como ponto de partida...
seja o que se infinita dentro do quarto meio das coxas de sua amada tendo a vulva como ponto de entrada...
Por isso soui contra toda e qualquer força armada na favela,seja do trafico, seja do estado policial militar armado.
Enquanto houver, qualquer um dos dois, na favela nunca será possivel... andar livremente com um pendrive no pescoço...
NEM A LIBERDADE DE LER A VUA E A LUA NOVA DA JANELA DE UMA CASA DE FAVELA.

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