segunda-feira, 26 de outubro de 2009

DE JOVENS FEMINISTAS D'AGORA, FEMINISTAS, ELEFANTES E IMPERDOÁVEIS,EM FIM O FINAL

Não se faz omelete sem quebrar ovos,
não se faz anti-racismo sem se quebrar racistas,
não se faz feminismo sem se quebrar machistas,
mesmo que estes sejam "seu" homem, irmão, pai,
amigo companheiro de milititância...
Nisso acho que por mais que nos doa o lombo,
o coração e alma, os tribunais feministas populares
tem sentido e legitimidade.
Protestemos e esperniemos nós, velho machistas leninistas ranzinzas.
Somos paquidérmes comunistas que já deveriamos estar a caminho
do cemintério dos elefantes, já deitado coçando nos pés-de-pilão
inchados.
Talvez podessemos viver um pouco mais, não muito, mais o bastante
pra morrermos com um leve sorriso de esperança nos lábios.
Imagina só se o banco do canto da rua que era nosso cemitério de elefantes
ainda estivesse lá, a maioria de nós vivos?
Imagina só as mulhers do "posso me indentificar" descendo morro a baixo, e
também as mulheres da Rede?
Imagina só os velhos paquidermes alí sentados vendo perplexos, mas também
encantados com essas jovens feministas socialistas que veem subindo os morros
serpenteando entre becos e vielas, se escondendo atrás de postes e mesas de sinuca
para logo após o tiroteio dar uma trégua, seguirem em frente, cada vez mais proximas
das nossas mulheres nas favelas.
Elas são a realização dos sonhos que sonhavamos com lélia, rosi mari muraro, e outras camaradas que gostariamos que estivessem juntas com a mulherada da favela.
Por serem jovens feministas socialistas, tão jovens quanto as filhas de nossas filhas, mesmo sendo de classe média, são mais proximas fisica e mentalmente, que a gente homens da favela, tão pobres e da mesma classe que elas.
Talvez assim, nosso fracasso, enquanto comunistas favelados, de livrar nossa favela da opressão capitalista burguesa e nossas mulheres de mesma opressão de nosso machismo, sejam lembrados não como um fracasso total, mas sí só uma etapa de um processo dialético da história,
em que nós camaradas comunistas pobres sem vergonhas, sejamos julgados pela historia e reabilitados não como comunistas sem-vergonha, mas sím só como uns camaradas que não conseguiram ultrapassar as berreiras que nos foram impostas.
A certesa de que dessa vez, já que a plena união, aliança, cumplicidade e luta junto, entre as jovens feministas d'agora coom nossas meninas das favelas é só uma questão de inexoravel e irreversivel tempo, e que a vitoria final, que revolução socialista feminista enfim vencerá...
É esta certesa, socialista cientifica revolucionaria, de que nosso fracasso, enquanto velhos comunistas favelados, nossos corpos e almas prostrados e vencidos são eles mesmos as prataformas das quais nossas filhas,netas,bisnetasquebrarão correntes e grilhões alçarão voo para um mundo feminista-socialista-libertário, não num paraiso utópico, longícuo, mas aqui mesmo, mas felismente livre de nós velhos elefantes marxitas machistas leninistas, comunistas pobres sem vergonha e miseraveis, mas a dignidade de nunca termos traido a causa libertária socialistas.
Se essa dignidade sobreviver as nossas próprias vidas de lutas e vontades comunistas, nem precisa estátuas ou medalhas numa praça de favela, muito menos nosso nomes rebiscados num muro de favela, mesmo que ao lado dos nomes de bandidos, "terroristas" mulçumanos ou artistas pops negros de pele branqueada pelo vitiligo, mas de alma negra como um africano milenário.
Se nossa dignidade de camaradas comunistas sobreviver a nossa morte carnal, nos basta mesmo só o anonimato e o esquecimento sincero... pra não ficarem também incomdando toda hora nossas almas no orum, com homenagens, lembranças e inaguração de bustos e estatuas para os pombos cagarem na gente e o povo da rua fazerem sexo sob a sombra dos nossos pedestáis.

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