quarta-feira, 29 de julho de 2009

MATUTANDO SOBRE A RODA DE FUNK NO SANTA MARTA!

Sobre o olhar do vígia:

Não basta pra gente sermos felizes e andarmos tranquilmente na favela onde nascemos.
Queremos nossos amigos e amigas do asfalto sendo felizes e andando tranquilamente
na favela onde nascemos como se fossem crías como a gente é.

A companheira do asfalto que teve na Roda de Funk do Santa Marta pode sentir na pele como é constrangedor e inibidor o olhar do vígia, serem olhados e palmeados por olhos de chacais vorazes
loucos para dar um bote se alguem der um mole.

Nas favelas em que o trafico manda quem vem de fora é abordado por um gamba com um rádinho e uma pistola. Se voce vai na boca vai na boca, se vai num projeto social voce vai num projeto social,
se voce vai na casa dum amigo pra uma festa ou tomar uma cerva, o gamba até te leva lá e pede desculpa. Se voce volta mais vezes, vai ser lembrado,e passa batido.

Claro que sempre tem um gamba mais abusado, mas isso não é porque é bandido, é do carater dele mesmo,formação de familia, e ele se aproveita da "patente" pra se valer do cargo,
mas se o vacilo chega ao comando, ele vai ser cobrado.

Mas se voce vem a favela ocupada pela policia e é abordado por um pila voce não vai na boca porque não tem boca, então voce vai num projeto social e voce vai ser vitima de ironia, deboche, ser chamado de defensor de direitos de bandido.

Se voce for na casa de um amigo simplismente pra tomar um cerva, pra não fazer nada, o pila não acredita que voce cidadão tão distinto do asfalto, possa ter amigo, amiga na favela.... quem voce pode viisitar como visita qualquer outro amigo ou amiga no asfalto.

Por isso, as rodas de funk na favela precisam ter cada vez mais gente de fora favela que venha não só pra roda, que chegue antes pra não fazer nada de definido,só mesmo sentar num bar tomar uma cerva conhecer morador tomar uma gelada com uma daquelas donas que ralam a semana toda fazendo diária na casa das madames e tira um sábado ou domingo pra dar uma descançada fazendo halterocopismo.

Sobre as mulheres da Santa Marta

Foi bom e emocionante ver a Cia de Teatro Marginal da Maré.
Dos bons teatros populares suburbanos do anos 70.
Mas a apresentação da Cia assula uma matutação: Foi o teatro que levou mais mulheres artistas na Roda do Santa Marta.
Apareceu um companheirinha mandando bem o rap do silva mas que era mais amiga do funk.
Dei uma saída pra umas “tricotagens” com os manos do mtd e não sei se a mc tiana cantou.
Se a gente for olhar bem, posso “tar” meio segueta da mente, mas acho que tem muito mais mulheres amigas do funk batalhando na apafunk e no movimento funk é cultura do que mulheres profissionais do funk.
Nosso argumento de que o microfone tá aberto pra todo mundo geral só reforça nosso machismo leninista de cada dia porque não levamos em consideração as barreiras no caminho das meninas de favela e periferia pra chegarem até ao palco, ao microfone.
Isso não é só do funk é de todas as manifestações culturais afrodescendentes nascidas no meio urbano: as lecy Brandão, dona Ivone Lara, Clementina de Jesus são exceções que só confirmam a regra.
As meninas do DPQ e uns manos aqui de Acari iniciaram um “esforço” no sentido de “incluir socialmente” meninas de acari no mundo do funk. Esbarramos em muitas dificuldades, demos um break, mas vamos voltar a ação.
Mas criar “mecanismos” de verdadeira inclusão das mulheres no funk precisa ser uma política cultural prioritária da apafunk é do movimento funk é cultura, não só de uma dúzia de três ou quatro
Funkeiros e amigos do funk “mais” conscientes.
Que tem medo da “mulher no funk”? a resposta imediata é óbvia...
Mas, e se a pergunta for: Quem tem medo da mulher maioria no funk? A resposta imediata é mais ou menos óbvia...
Mas, e se a pergunta for: Quem tem medo da mulher maioria no funk “mandando” no microfone questionamentos, sem se represália e forma de putaria, todas as formas que vem fazendo das mulheres no funk e na cultura popular em geral, pouco mais que objetos sexuais ou deusas amantes idealizadas fora de realidade concreta em qua vivemos.?
A resposta é?...
Antes de brotar de algum lugar uma resposta.
Dois alembramentos: Um de ontontem, outro d’agora.
De ontontem: Os poetas e ficcionistas negros brasileiros realizaram nos anos 80 tres encontros nacionais:
O primeiro em Sampa, na semana santa de 1985 reuniu 16 escritores e poetas de três estados. 12 homens e 4 mulheres.
O segundo encontro, no rio, no feriadão de finados do mesmo ano, reunião 26 escritores, 14 homens e 12 mulheres.
O terceiro encontro, ocorreu dois anos depois, em Petropolis e reuniu 56 poetas e ficcionistas, 32 mulheres e 24 homens.
Do primeiro encontro para o terceiro, o Coletivo de Escritores Negros Brasileiros constatou que a maioria dos artistas literários negros brasileiros é de mulheres.
Só um dado pra matugem na apafunk e no movimento funk é cultura: dos 56 poetas e ficcionistas presentes ao terceiro e ultimo encontro, o único negro favelado era eu.
O alembramento d’agora: ouvi na CBN na rapidez de mudança de estação, que o jornal inglês The Guardian, ta saudando a ascensão de coronéis PM mulheres e delegadas aos postos de comando da segurança pública, como uma revolução feminista na policia brasileira!
Tenho minha opinião. Mas em respeito as companheiras feministas socialistas... é isso que é uma, é a revolução feminista?
Que todos nós revolucionários esperamos?
Ainda volto a matutar mais ssobre a roda de funk no santa marta:

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