sexta-feira, 24 de julho de 2009

OS CRÍAS CONTRA OS VÉRMES DA PEDRA DE CRAK


A gente nunca sabe quando começa mesmo odiar ou amar alguma coisa ou alguém.
Principalmente se for negativo e traumático. Sei que sempre odiei X-9 e Caquêtas.
Só em 2004 quando ví o capitão do exército que me torturou em 1977, na Barão de Mesquita, que minha memória emocional venho á tona.
Fui levar uns garatos pre treinar futebol de praia em Copacabana e ele estva lá jogando volei com amigos.
Os meninos pediram pra beber água na bica improvisada ao lado da rede e ele negou.Fui desenrolar com ele e o reconheci. E me lembrei dele, não da hora da minha prisão, mas dele ter estado em varias apresentações de peças e debates da Fetierj, federação de teatro independente dos anos 70 que fazia a resistencia cultural e artística á ditadura militar.
Ele que me xisnovara que eu era o diretor da peça subversiva.
Mas meu ódio mesmo aos X-9 começou mesmo quando eu ainda era menino, tinha uns 12 anos. Meu tío preferido era funcionário civil da aeronautica, e camarada de luis carlos prestes. Foi xnovado pelo colega de trabalho que ele mais ajudou, perdeu todos os beneficios que teria como funcionario ao longo da carreira, se aposentou com uma aposentadoria pífia, enquanto seus colegas, que não resistiram a ditadura, inclusive o que o dedurou, se aposentaram com beneficios poupudos.
Mas foi quando encontrei o x-9 que me dedurou, jogando volei na praia de copacabana,que aprendi a ter auto-controle, frieza necessária pra encarar un x-9 de frente com o ódio á flor da pele, mas sem perder a frente.
Por isso não me foi dificil encarar os dois P-2 que estavam na festa junina me acari sábado passado.
Logo que me escaldei que eram x-9 o sangue me subiu a cabeça mas também logo me liguei que tomasse iria ter um retorno brabo.
Minha primeira reação foi avisar a quem seria mais vigiado por eles. Mas muito provavelmente esses “quem” iriam radicalizar, bater de frente, e talvez as consequncias seriam muitos trágicas para esses quens mesmo.
Passei então a usar o metodo anti-X9 que aprendi durante os anos da ditadura militar quando era perseguido pelos agentes do serviço secreto do exercito.
O RATO QUE VIGIA O RATO.
Fiquei “palmeando” os dois por mais de uma: eram, de meia idade, mais ou menos uns 40 anos. Ficaram o tempo todo bebendo, olhando meio, levaram uma hora pra beber quatro latas de cerveja, sme falar com ninguem. Evidencias de quenão eram de acari, nem conheciam ninguem na festa.olhavam atentos para quem parecesse bandido, se olhavam e cuxixavam.
Eram umas das poucas pessoas além de mim com mais de 40 anos na festa, em meio á mais de 600 jovens. Mas mesmo as pessoas mais velhas como eu alí, falavam, brincavam, comprimentavam outras , mesmos as mais jovens. Eles não, só na deles.
As 4 primeiras vezes que passei por eles, tentaram puxar conversa comigo:
-Tudo bem coroa?
Respondi só com um sinal de dedo.
Na quinta vez que tentaram puxar conversa comigo resolvi então fazer texto.
Olhei bem nos olhos do que me oferecu cerveja e lhe disse com voz firme:
- Tranquilo! Podem continuar fazendo trabalho de voces numa boa, sem neurose.
Os dois ficaram perplexos, me olharam espantados, muito mal conseguiram levantar o polegar.
Passei direto por eles, fingi que ia dar uma volta na festa saí e fui para o larguinho.
Fiquei num bar e os ví entrar apressados num carro estaciona

Trabalhei muito tempo nos bailes da quadra de areia nos anos 90. Na bilheteria vendi muito ingresso pra pessoas que eu tinha certesa serem pilas secretos. Quando desconfiava,
Dava um toque nos seguranças que contravamos para impedir o uso de drogas no baile.
A unica forma que tinhamos pra nos livrar deles era deixarem saber que sabiamos que eram. Logo eles iam embora.
Arrumar um problema com eles, explanar a presença deles pra geral, podia acontecer de alguem querer quebra-los.
Daí seria muito píor: a morte ou sumiço de um pila na favela, investigando o baile funk, poderia trazer a interdição do baile e, principalmente, a vingança de outros pilas, dentro da lei deles: 10 por 1: pra cada pila morto, dez moradores executados, bandidos ou não.
PRESSÃO PRA VENDER CRAK.
Hoje há uma grande pressão para que as favelas vendam crak, acari é uma das poucas favelas que tem resistido. Isso tem desgrado não só os matutos crakeiros, mas uma parcela da policia bandida que quer ter lucro facil com a corrupção. Essa parcela da policia costuma dar “ataques” em favelas que não vendem crak e que os tranficantes são crías e por isso evitam trocar tiros com os pilas pra não causar mortes de moradores, nem mesmo de policiais.
Operações policiais em Acari com mais de sem policiais,tem resultado em pouca ou nenhuma morte ou prisão. Enquanto, operações com trinta policiais em outras favelas resultam na morte de 6,8, 10 bandidos e até policiais.
O não confronto tem mantido acari longe das cameras e dos holofotes da mídia,e em consquencia fora da prioridade de implatntação de um Unidade Pacificadora da PM como as que tem no santa marta, no batam, na cidade de deus e outras comunidades.
Durante uma operação policial em acari, dia desses, qualquer morador que ficasse perto deum menino com o radinho podia ouvir as ordens:
-Só palmeia e recua. Não dá tiro, quem der tiro vai ser cobrado depois.
E os policias falando:- sai pra pra rua porra”! vem trocar com a gente, acari só tem bandido bundão!
Era clara a intenção dos pilas provocar o confronto para causar uma “merda” e justificar a ocupação policiail da favela por parte do governo.
Uma especie de vingança contra os bandidos crías locais por não querem fazer coisas que prejudique a comunidade mais do que vender vender drogas.
Até agora os crías de acari tem preferido passar por bundões pra uma parcela da policia.
Mas serem respeita por uma outra parcela da policia e terem a simpatia maioria dos moradores, simpatia não conivencia, e a estranhesa positiva das dezenas pessoas que tem vindo de fora pra participar de atividades e trazer projetos pra favela.
Enquant os Crías continuarem fazendo o certo, mesmo que na vida errada, resitindo ás covardias, judarias e as armadilhas dos Vermes da Pedra de Crak haverá essa relativa paz na favela.
Nós moramoras otários, não por conivencia, mas por convivencia e por amor á paz a a vida
esperamo que essa paz seja longa e duradourao bastante para vermos nos "meninos" , os que querem sair, sairem vivos da vida do crime, antes de serem presos ou mortos.
E é por isso também que devemos odiar os X-9: Um desses pode xnovar e ser o causador da prisão ou ma morte de um garoto que a gente sabe que mais sedo ou maiis tarde, vai sair da vida. que tá alí só porque não tem outra altenativa, mas no fundo do coração tem a esperança de uma nova portunidade na vida. E a agarra logo que apareça. mas pra isso é preciso que esteja vivo, livre e sádio, entre a gente dentro da favela, perto de nossos olhos, e mais ainda dentro de nossos corações.

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