sexta-feira, 18 de junho de 2010

ACARI: DE FREIXO Á PICCIANI, A BOA POLITICA MORREU? VAI VIVER A MÁ POLITICA!
Passei os dez anos de minha militância favelada brigando contra tudo que representa as Famílias Garotinho e Picciani.
Responsabilizo a família garotinho, não pela concepção, mas pela gestação e criação da atual política de segurança pública militarizada, penal e exterminadora vigente no Estado do Rio, e que a pré-candidata petista a presidência da republica, ameaça multiplicar por todo o Brasil, através do modelo das UPPs, que é uma experiência bem sucedida do governo Lula, nas favelas do Haiti.
A família Picciani, além de ser uma avalizadora desta política, através da Assembléia Lesgilativa, é também uma das famílias que mais exploram o trabalho escravo, nas áreas rurais do país.
Há quatros anos a Campanha do Psol em Acari, através das candidaturas dos compas Marcelo Freixo e Agnaldo Fernandes e da compa Heloisa Helena, vislumbrava uma perspectiva diferente para é esquerda, para que esta á esquerda e ,para um ou dois ou três sobreviventes comunistas em Acari.
Passaram-se quatro anos e as famílias garotinho e picciani, tendem a monopolizar a campanha eleitoral em Acari.
E por cruel ironia, com apoio de boa parte dos moradores de Acari, que fizeram campanha, ou votaram no candidatos do PSOL em Acari.
Graças a denuncias feitas a Corregedoria Unificada de Policia do Estado, faz uma semana que PMS do 9º BPM não vem zoar Acari.
Uma boa oportunidade para conseguir dar pelo menos uma semana de treinos tranqüilo pra minha escolinha de futebol, já as constantes incursões da policia, dando tiros a esmo desde a entrada na favela, põe risco a vida de mais de 100 crianças e adolescentes que treinam na quadrinha ao lado da creche onde recentemente uma professora e um bebe foram baleados por PMS do nono.
A escolinha de futebol, pelo menos esta escolinha de futebol é o projeto mais efetivo que se tem na favela de Acari, contra a hegemonia da direita que usa o esporte social para manter os projetos do grupo social dominante nas favelas.
Só que cessado, pelo menos por uma semana, os riscos á vida das crianças, eis que não houve treinos por falta de bola, uma pequena bola de futsal infantil, mas cuja inexistência significa uma enorme pedra no caminho de um trabalho de animação cultural e desportiva de concepção socialista, contra a crescente transformação de crianças da periferia que praticam futebol, e meras “sementes” commoditys, mercadorias primarias vendáveis nos mercados e internos da Bola.
De certa maneira e de maneira certa uma escolinha de futebol com visão socialista na periferia urbana de uma grande cidade como o Rio, é uma arma contra o trabalho escravo que representa a família picciani e a militarização das periferias urbanas que representa a família garotinho.
E são destas famílias que vem os maiores assédios e tentativas de aliciamento as escolinhas de futebol, não só em acari, como nas outras favelas. Nada melhor do que ter com facilidade, o cadastro e o endereço (nas fichas de inscrição) de centenas famílias das crianças e adolescentes.
O pedido de uma lista de material esportivo que a escolinha precisa pra funcionar, feito pela família picciani, e o sexto feito a mim, mas com certeza não será o ultimo. “Doado” o material, esperam que seja aberto o arquivo de cadastro da escolinha para que tiverem assesso as famílias das crianças.

Consegui uma cesta básica, na associação de moradores, que vai me garantir pelo menos 15 dias sem me preocupar com a fome e com a falta do café da manhã em casa. O que vai me dar 15 dias de cabeça “fria” pra treinar as crianças, e de repente, correr com elas pra um lugar seguro antes de um caveirão chegar atirando.
Um líder comunitário das antigas como eu, em Acari, me vê e me diz: é isso aí, ideologia não enche barriga. Acho que ele pensou que eu tinha ganho a cesta básica de algum político, ou da família garotinho, que distribui cesta na favela outro dia. Só que minha cesta foi bancada pelas mensalidades dos moradores sócios da associação de moradores.
Este líder comunitário, de esquerda como eu, e que vai apoiar a família picciani, até há um atrás criticava o uso clientelista e assistencialista que a direita vem fazendo nos últimos 10 do chamado esporte social.
Discutimos e discordamos varias vezes sobre a postura de camaradas comunistas da área de futebol como João Saldanha e Sandro Moreira.etc
Não faz muito tempo, pedi troféus a um parlamentar de esquerda pra organizar um campeonato de futebol infantil e o pedido me foi negado sob o argumento que o seu mandato não apoiava este tipo de evento. Estava explicito no, “nesse tipo de evento”, que pra o mandato se tratava de uma coisa clientelista e assistencialista.
Não sei até hoje se foi levado em consideração que, quem estava organizando o evento esportivo, faz eventos esportivos e trabalho com esportes na periferia, não como esporte social, mas como esporte socialista, e por definição, contra clientelismo e contra-assistencialismo. E que um evento como esse é uma boa chance de se palestrar, debater e refletir sobre a exploração do trabalho infantil, e a neoescravisação de centenas de milhares de crianças e adolescentes negros e pobres das periferias e da roça, hoje.
A monopolização das famílias garotinho e picciani na campanha política em Acari, e de tudo que representam de ruim pro ontem recente, pro agora, e pro futuro bem próximo no Complexo de Acari e em todo Estado do Rio vai antecipar a minha decisão de enfrentar a lógica, mais de sobrevivência, que de oportunismo, dos compas de Acari, de que se não podemos com o mais forte, junte-se a ele.
Por mais parodoxal que possa parecer, pra mim agora, a melhor forma de enfrentamento, e simplesmente assumir a posição particular e pública, de não fazer campanha política pra ninguém, nem de direita nem de esquerda.
E me fechar no trabalho com as crianças e os adolescentes e deixar claro para seus pais que não apoio e não faço campanha pra ninguém.
Uma vez que a direita tenta fazer do meu trabalho de animação cultural e desportiva de visão socialista, uso direitista, clientelista e assistencialista, e tenta cooptar e usar politicamente e que, a esquerda vê este mesmo trabalho, como clientelismo e assistencialismo, e não como um modo de enfrentamento socialista a continuidade e fortalecimento hegemonia da direita nas periferias e favelas como Acari.


2 comentários:

  1. É meu caro ano de eleição é triste demais para favela, a velha e carnizenta maquina eleitoral mais uma vez vem a toda. Enchendo a barriga dos pobres de promessa.

    Sua posição de não fazer mas campanha p esquerda, aponta para a desilusão. eu ainda acredito meu velho mas só tenho 3 anos de militância e qual será a minha posição politica quando tambéms estiver coroa, se nada mudar, eu mudar, Eu mudarei para a descrença e também abandonarei os partidos politicos.

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  2. Aê, rapaz, escrevo desde Porto Alegre e a única coisa que posso, agora, é declarar a você a minha solidariedade a a admiração pela sua coragem de ser independente e seguir seus ideais!
    Sorte e saúde pra todos!

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