quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

AREAL LIVRE DE ACARI,20 ANOS!




 Neste dia 15 de Janeiro faz 20 anos que criamos em Acari o Centro Cultural Areal Livre. Desde o fim da "guerra" entre os traficantes Parazão e Jorge Luiz em meiados de 1993 o 9ºBPM fazia operações quase que diárias em Acari. O professor Marcos Alvito durante pesquisas para sua tese de doutorado constatou que durante um ano esse batalhão disparou 1.200 tiros, equanto a policia de NY, num mesmo periodo havia disparado apenas 200.

Em Outubro de 1995 policiais do 9º BPM chacinaram sete moradores na localidade conhecida como Barreira. A chacina foi denunciada a Organização de Direitos Humanos da OEA por dois ativistas culturais que promoviam bailes funk na comunidade e criaram a Equipe de Som Areal Livre, O Som da Paz em 1993. a criação da EAL se deu pra fazer com os jovens de Acari paracem de frequentar bailes de corredor no Asfalto onde haviam muita brigas e mortes.


 Com crescimento insutentável da violação de direitos humanos por parte da policia em Acari, em com associações de moradores totalmente atreladas como currais eleitorais governamentais, assitencialistas e de direita os ativistas culturais socialistas de Acari e produtores da Areal Livre buscaram a alternativa de transforma-la numa ong de direitos humanos. Com apoio decisivo do Centro Brasileiro de Cidadania e da Anistia Internacional, foi criado o Centro Cultural Areal Livre, em 15 de Janeiro de 1996. O CCAL nasceu já num ambiente de conflito armado totalmente defragrado, No dia 6/03/1996 o chefe do tráfico de Acari foi encontrado morto dentro de um cela da DAS. Dia 15/04/96 um bebe de 2 e meio, o Pequeno Maicon, foi assassinado por pms do 9ª BPM no Amarelinho. O caso ganhou repercussão internacional comparável ao do Caso das Mães Acari.


 O governo Marcelo Alencar decreta a ocupação policial civil e social do Complexo de Acari, por dois meses,até Junho de 1996 já que lideranças comunitárias, a frente das associações de moradores á época e aliados seus pediram a ocupação temendo um guerra entre herdeiros do trafico de Jorge Luiz. A ocupação policial civil acabaria em Junho. Mas os presidentes das Associações de Moradores, numa reunião secreta com o governador, do qual os ativistas culturais da Areal Livre foram imedidos de participar, pediram o Ocupação Policial por tempo indeterminado. Já que temiam que com o fim da ocupação perdessem também a grana do projetos que não seriam mais imprementados.




Como foram contrários a ocupação permanente de Acari pela policia, o ativistas do Centro Cultural Areal Livre passaram a ser marginalizados das reuniões com autoridades estaduais em no final de 1996 um dos presidentes de associação de moradores usando o nome do tráfico informou aos ativistas culturais comunitários do Areal Livre que por ordem dos "maiores" eles deviam entregar o Areal Livre a associação de moradores. Na verdade a pressão pra expulsar os ativistas do CCAV partira do comando de ocupação e não do tráfico, já que os ativistas não permitiam que os policiais da ocupação jogassem futebol na quadra de areia, campo donde se inspirou o nome a equipe de som e depois do Centro Cultural Areal Livre.

Somente um ano depois o comando traficantes de Acari, exilados no Complexo da Maré ficou sabendo que sue nome fora usado indevidamente pra livrar o governo do estado e o comando de ocupação policial de acari, da unica resistência real e incooptavel a ocupação e a politica de confronto de estado. Somente dois anos depois os ativistas puderam retornar a frente o CCAV. Sem antes sofrerem ameaças e atentados de morte, boicote estatal... As atividades perduram até 2004, com apoio e parceria da Anistia Internacional e de militantes sociais do asfalto que sempre estivem com o CCAV mesmo nos piores momentos. Até dia 15/01/96 data da fundação a gente termina esse texto.


Aché, Amor Livre e Luta!

Deley de Acari,
ex-diretor cultural
do Centro Cultural
Areal Livre

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